O Ministério Público da Espanha pediu a prisão do jogador de futebol brasileira Neymar Jr. O procurador designado para o caso pediu dois anos de prisão para o brasileiro e uma multa de 10 milhões de euros. A medida refere-se a uma acusação de crime de corrupção movida contra o atleta, seus agentes e dois ex-presidentes do Barcelona, Sandro Rosell e Josep Maria Bartomeu, em razão da transferência do jogador do Santos para o clube espanhol em 2013, quando o atleta contava com apenas 21 anos.
Segundo a imprensa capitalista internacional, Neymar Jr. e os outros acusados serão levados a julgamento entre 17 e 31 de outubro. A acusação parte do grupo brasileiro DIS, que era proprietário dos direitos do jogador, segunda a acusação o valor pago pelo clube espanhol teria sido em parte maquiado, o valor oficial do transferência seria de 57,1 milhão de euros (40 milhões para a família de Neymar e 17 para o clube, sendo parte destes para o grupo DIS), porém a acusação afirma que o valor era maior, sendo disfarçado em outros contratos. O Ministério Público ainda aventa que o fato de Neymar, Jr ter assinado com o Barcelona em 2011, antes de terminar seu contrato com o Santos, pode ferir a livre concorrência.
Chama a atenção que às vésperas da Copa do Mundo do Catar 2022, uma acusação de um suposto fato ocorrido há quase 10 anos aparece de maneira bombástica, com pedido de prisão e julgamento a um mês do início da maior disputa esportiva do mundo. Ainda mais levando em consideração que no mundo do futebol, que tornou-se um mercado capitalista extremamente rentável, a sonegação e fraude em contratos são uma constante. Sem contar o pedido de prisão, absolutamente excessivo, uma vez que caso houvesse qualquer irregularidade caberia apenas ressarcir financeiramente as partes prejudicadas com acréscimo de multa.
Não é possível não relacionar essa ação com a campanha contra a Seleção Brasileira de futebol, favorita para levar novamente a taça. A ação contra o principal jogador da seleção brasileira causa um estresse em toda a equipe. Além de tentar desestabilizar o principal jogador e toda a seleção, a acusação espetacular, com ameaça de prisão, dá aos setores antinacionais identitários mais motivos para sua campanha antinacional.
A Seleção Brasileira é de longe a mais forte e favorita no campeonato, é do interesse dos grande monopólios europeus que controlam o futebol internacional de enfraquecer o futebol brasileiro em proveito das seleções europeias, assim como no mercado internacional os monopólios que controlam ramos inteiros do mercado tentam a todo custo suprimir a concorrência, sobretudo com empresas advindas dos países atrasados. Assim como na disputa dos monopólios pelo controle do mercado mundial não há parâmetros éticos a seguir, destroem países inteiros, condenam milhões a fome e a miséria, promovem guerras, exploram e escravizam massas de milhões, não é diferente com este ramo da economia internacional que se tornou o futebol e todo os produtos derivados desse esporte de massas.
Teóricos contemporâneos criaram a expressão “Lawfare”, reinventando a roda, querem expressar a utilização do sistema judiciário para a perseguição de um indivíduo ou grupo motivado por questões políticas ou econômicas, assim ao invés da eliminação física, o regime manobra, com acusações falsas ou não, com o sistema de justiça, utilizando medidas jurídico-legais, para perseguir o concorrente. Esses teóricos apenas se esqueceram que esse procedimento sempre existiu, a perseguição política, e que todos os setores oprimidos são vítimas, via de regra do sistema judicial, tanto nas ditaduras abertas, quando o judiciário aprova as medidas das forças armadas, por exemplo, quanto nas democracias.
É legítimo imaginar que o que motiva o promotor do Ministério Público espanhol não seja tanto o zelo pelo erário público e privado ou o senso de honestidade, em se tratando de algo de grandíssima repercussão, que pode valer uma Copa do Mundo e com isso, muitíssimo dinheiro, mas está expressando os interesses de monopólios poderoso que tem bastante interesse em desestabilizar a Seleção Brasileira e para isso atacam seu principal jogador.