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Governo dos trabalhadores

Ministérios de Lula não devem ser entregues à frente ampla

A burguesia quer infiltrar seus agentes no novo governo, é preciso combater essa tendência e garantir um governo do povo trabalhador, não de oportunistas de toda sorte

Nessa semana, Lula (PT) deve terminar as suas indicações aos ministérios, faltam 16. Até agora, a distribuição dos ministérios, excetuando-se o Ministério da Justiça, obedeceu critérios estratégicos claros, do ponto de vista da política de Lula, de garantir ao presidente eleito que se cumpra sua política. O Ministério da Fazenda, o principal, está com Fernando Haddad (PT), homem de confiança. Ainda na economia, para presidente do BNDES, Lula nomeou Aloizio Mercadante, outro homem de confiança.

A farsa da frente ampla

A burguesia vem fazendo uma campanha permanente na tentativa de forçar a frente ampla para dentro do governo, com destaque para a candidata da terceira-via, Simone Tebet (MDB). A política é uma latifundiária, ala mais reacionária da economia nacional, do Mato Grosso do Sul, estado notório pelo assassinato de indígenas por fazendeiros. Apresentada como mulher que, pela campanha demagógica do identitarismo, seria uma defensora das mulheres, a imprensa golpista tenta por todos os modos pressionar e constranger Lula a incluí-la em seus ministérios, em cargo de destaque. A imprensa golpista repete incansavelmente que Tebet haveria sido crucial para a vitória de Lula.

A farsa da campanha do primeiro turno, que buscou dar uma feição frenteamplista a Lula, fracassou completamente. Num resultado apertado, o segundo turno viu um giro de 180 graus da campanha, que recorreu às bases populares, que apoiam Lula de fato, jogando para escanteio figuras como Geraldo Alckmin (PSB), candidato a vice-presidente, e Simone Tebet, candidata derrotada no primeiro turno. A mobilização em bairros pobres levou a atos vermelhos gigantescos, arrastou multidões e garantiu a vitória do candidato dos trabalhadores.

O local estratégico para um golpista

Apesar das boas indicações, notável por ser ruim foi o indicado ao Ministério da Justiça, Flávio Dino, do golpista PSB. O indicado é um juiz que, não apenas compõe a burocracia do judiciário que esmaga o povo como, quando governador do Maranhão, foi o responsável por articular junto ao governo de Jair Bolsonaro (PL) a entrega da Base de Alcântara aos Estados Unidos, ou seja, um entreguista, um homem submisso ao imperialismo. A justificativa foi o dinheiro que poderia ser arrecadado com a cessão do local estratégico, o que atesta o caráter político da figura. O Ministério da Justiça, além disso, é estratégico, porque abrange o sistema policial federal e o sistema penal, um ministério fundamental para golpes de Estado do tipo que vimos na América Latina a partir de 2008, os golpes por farsa judicial.

Por sua vez, Flávio Dino demonstrou sua política ao indicar, para a chefia da polícia rodoviária federal um homem ligado à Lava Jato, admirador de Sergio Moro e Deltan Dallagnol, ou seja, um homem para o golpe. Mais que isso, para chefiar as políticas de administração penal, Dino nomeou um coronel da polícia com envolvimento no massacre do Carandiru, uma aberração. Ambas as indicações geraram revolta nas bases petistas e em toda a esquerda, e Dino foi forçado a recuar.

Infiltração ideológica

Em ministérios secundários, como o Ministério dos Direitos Humanos, a coisa se desenvolve já de maneira mais trágica. Ao referido ministério, foi indicado Silvio Almeida, homem do Instituto para Reforma das Relações Estado-Empresa (IREE), instituto ligado à Global Americans, organização ligada ao National Endowment for Democracy, uma fachada para a CIA. Trata-se de um funcionário do imperialismo infiltrado na esquerda, que terá lugar no governo e projeção, o que pode causar um estrago e aprofundar a infiltração do identitarismo na esquerda nacional.

Silvio Almeida tem como proposta para os negros o fortalecimento do aparato repressivo estatal, com o aumento de penas para o crime de injúria racial, por exemplo, um xingamento, em si um atentado à liberdade de expressão e que originou o que vemos hoje, uma censura generalizada por parte do judiciário. Nesse sentido, a política de direitos humanos defendida por Silvio Almeida é colocar mais gente na cadeia. O sistema prisional brasileiro é um verdadeiro inferno na terra, e o indicado para Ministro dos Direitos Humanos tem, por política, jogar pessoas nesse sistema e com penas maiores por xingar, uma aberração.

O futuro ministro também foi contratado pelo Carrefour após o assassinato de um trabalhador no mercado por um segurança. Seu papel foi realizar uma maquiagem na situação e se beneficiar da exposição do cargo no “comitê de combate ao racismo”.

O que defendem os trabalhadores

A política dos trabalhadores para o sistema prisional é o oposto. É acabar com o sistema prisional da forma como ele é estruturado hoje. Libertar a maioria esmagadora das pessoas presas, que não foram presas sequer por crimes violentos. Não cabe uma política de encarceramento no governo eleito, após uma grande mobilização popular das pessoas pobres, aquelas que justamente sofrem nas mãos do sistema judiciário e nos presídios.

A infiltração no governo Lula o ameaça de golpe e ainda busca redirecionar as pautas dos trabalhadores para coisas secundárias, sem impacto, e até mesmo para a repressão. Esse movimento da burguesia, com o uso da esquerda pequeno-burguesa, deve ser barrado. Não foi essa esquerda que elegeu Lula, não foi a política direitista desse setor, uma política antipopular e antipovo que garantiu a vitória a Lula.

O governo foi eleito pelos trabalhadores, a pressão da burguesia por ministros identitários e da terceira-via se trata de um movimento reacionário, uma política contra o governo. Essas figuras não garantem base alguma a Lula. Não só é impossível se escorar nesses setores para levar adiante uma política em prol da população, como eles estão contra os trabalhadores de maneira declarada. Apenas as bases sindicais, camponesas, trabalhadoras, são capazes de levar o governo Lula adiante, garantindo avanços básicos e levando à frente o choque necessário com a burguesia para desenvolver o País e assegurar dignidade aos trabalhadores.

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