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Política econômica

Mercadante no BNDES: capitalistas se irritam novamente com Lula

Ao nomear Mercadante e com declarações, Lula demonstra disposição para brigar com o "mercado", é preciso levá-la às últimas consequências com a mobilização popular

Na última terça-feira, dia 13 de dezembro, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, anunciou mais uma figura a ocupar um cargo central no seu governo. O presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento e Economia Social – BNDES, será o petista Aloizio Mercadante. Na mesma tarde do anúncio, o dito “mercado”, ou seja, os banqueiros, expressou uma reação negativa. Assim como face ao discurso de Lula indicando que os gastos sociais não são simples gastos, e defendendo a garantia dos direitos do povo, a Bolsa caiu, e o dólar variou.

Lula bate contra o golpe

Não apenas a indicação, em seu discurso no dia, Lula ainda fez declarações de assustar a qualquer vampiro do mercado financeiro. Afirmou sobre a escolha de Mercadante que: “Nós estamos precisando de alguém que pense em desenvolvimento, de alguém que pense em reindustrializar esse país, em inovação tecnológica, na geração e financiamento ao pequeno e médio empresário para que esse País volte a gerar emprego.” Essa fala é, na prática, um desafio ao imperialismo, que busca por todas as formas impedir a industrialização dos países atrasados, como demonstrou o golpe de 2016 e sua continuidade com a farsa eleitoral de 2018, e ainda com a farsa da Lava Jato, ataques ferozes contra a indústria brasileira.

Mais, Lula disse que: “Nós somos iguais a todo mundo e nós queremos ser donos do nosso território. Vão acabar as privatizações nesse país. Já privatizaram quase tudo. Vai acabar e vamos provar que algumas empresas públicas vão poder mostrar a sua rentabilidade.” Demonstrando sua intenção de recolocar as estatais em seu papel central na economia, e adotar uma política de soberania nacional também na questão territorial.

Em outra sinalização da política econômica que pretende seguir, declarou: “Governar para todos de verdade significa: o crescimento do PIB não é um número para ser utilizado em manchete de jornal. O crescimento do PIB só tem sentido se a gente distribuir o crescimento com aqueles que produziram o crescimento, que é o povo trabalhador desse país.” A imprensa capitalista tipicamente se utiliza de números de “crescimento econômico”, conquistado com a destruição das condições de vida do povo e das empresas estatais, para justificar os governos da direita. Na prática, esfolam os trabalhadores e propagandeiam o número numa busca por ocultar a realidade, como é feito hoje falando nos lucros da Petrobrás, enquanto os combustíveis são vendidos no Brasil a preços internacionais e a empresa é fatiada.

O “mercado” responde

A imprensa burguesa reflete a posição de seus mestres, e declarações de banqueiros e rentistas ocupam matérias sobre a indicação de um homem de confiança de Lula para ocupar o BNDES, fundamental para a política econômica e o desenvolvimento nacional.

Segundo Matheus Pizzani, da CM Capital, Mercadante: “é lido como um economista heterodoxo, o que não é bem visto pelo mercado, considerando a percepção de que isso pode envolver retomada de políticas de caráter desenvolvimentista.”

Para Flávio Conde, analista de ações da Levante Ideias de Investimentos, Lula: “está desconsiderando, para posições-chave da economia, colocar alguém desse grupo ou apoiado por esse grupo (de liberais). A decepção maior do mercado é em relação a isso. Não é apenas o nome do Haddad ou Mercadante, por si.” e complementa “Lula desconsiderou as ideias deles e está apenas colocando pessoas que defendem um lado da moeda, que é o lado do ‘PT raiz’.”

De acordo com outro parasita do Brasil, Mário Lima, analista sênior de política e macroeconomia da Medley Advisors, a política econômica do BNDES sob os governos do PT garantia empréstimos a juros baixos para estimular o setor produtivo e o consumo, o que para ele seria ruim, e foi consertado no governo do vampiro Michel Temer. Revelando sua política, ele afirma que, a partir de Temer, os juros do BNDES passaram a se alinhar com o mercado, e “Isso fez com que as grandes empresas fossem buscar financiamento também via mercado, melhorando o mercado de crédito no Brasil com esse novo desenho.” Em outras palavras, o lucro dos rentistas subiu, e o setor produtivo foi prejudicado, essa é a proposta do sanguessuga do “mercado” para a economia brasileira.

Sobre os questionamentos e pressão dos banqueiros, o “mercado” na imprensa burguesa, a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann também deu declaração firme no evento, questionando a postura desses verdadeiros golpistas e inimigos do povo: “Não posso me conformar com o que eu ouço de mercado por aí. Que isso é uma gastança, que é absurdo. Onde estava essa gente que não criticou o Bolsonaro quando gastou mais de R$800 bilhões e não estruturou nenhuma política pública para melhorar a vida das pessoas? Eles têm de perguntar é para ele, não para nós. E eles sabem como a gente lida com o Orçamento público. Nós sabemos para que o Estado tem de servir, tem de servir às pessoas.”

O governo Lula mal começou e se defronta já com a burguesia. O movimento de mobilização dos trabalhadores na eleição deu um impulso à campanha e garantiu a vitória de Lula. Agora, com o início de seu novo governo, ele precisará se apoiar na classe operária, que deve estar organizada e mobilizada não apenas para defender o governo, mas para levá-lo além, por uma política de reestatizações, de ampliação massiva do salário-mínimo para que contemple os direitos dos trabalhadores, de redução da jornada de trabalho e muito mais. Por um governo dos trabalhadores!

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