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Latifúndio

Mais um ataque aos sem terra na Bahia de Rui Costa

Os latifundiários da Bahia continuam a escalada fascista contra os trabalhadores do campo, que produzem para atender os mercados das cidades brasileiras com alimentos básicos

Na Bahia, pistoleiros, a serviço dos latifundiários, estão aterrorizando mais de 20 comunidades camponesas com invasões, destruindo os pertences dos trabalhadores, perseguindo e ameaçando de morte, nos municípios de Correntina e Santa Maria da Vitória, no Cerrado baiano, segundo o portal A Nova Democracia. Fazem questão, ainda, de divulgar que são bolsonaristas.

Imagem divulgada pelos próprios pistoleiros, com cartuchos formando o número 22, número eleitoral de Bolsonaro. – Foto: Reprodução

Os ataques continuam mesmo após os camponeses terem enviado ao governo do oportunista e burocrata Rui Costa (PT), uma carta em que demonstram como se organiza o bando, que reúne pelo menos 18 homens.

As terras onde estão os trabalhadores são cobiçadas por produtores de algodão e soja vinculados à empresas estrangeiras e há um crescente desmatamento além de queimadas. O uso das fontes de água pelo latifúndio também tem sido um problema para os camponeses. As principais comunidades atacadas são Capão do Modesto, Cupim, Vereda da Felicidade, Bois Arriba e Abaixo e Porcos, Guará e Pombas.

Como destaca o portal: “Entre 18 e 19 de setembro, o grupo paramilitar do latifúndio destruiu casas de abrigo e ranchos do Fecho do Cupim. No Capão do Modesto, em 21/09, pistoleiros assaltaram o carro de um camponês quando o mesmo voltava para casa, acompanhado do pai, mãe, mulher e filha. Homens fortemente armados na carona de duas motocicletas perseguiram o carro por cerca de quatro quilômetros e ameaçaram atirar diversas vezes.” Os criminosos também invadiram sua residência, mas ele não estava em casa. O camponês disse que os jagunços ameaçam sua mulher e seus filhos, além de denunciar que as perseguições aumentaram quando se tornou membro da diretoria de uma das associações de fecho de pasto da região há oito anos.

Diversos outros ataques de mesmo cunho são divulgados pelo portal. De acordo com a Comissão Pastoral da Terra (2021), o terceiro estado no número de conflitos agrários no Brasil. Além disso, por três anos consecutivos, o número de mortes violentas por homicídios dolosos, latrocínios e lesões corporais, tiveram suas maiores taxas na Bahia, de acordo com o Mapa da Violência. Dos estados do Nordeste, a polícia militar da Bahia é a mais letal, sendo ainda a que cometeu mais assassinatos em chacinas. Ainda pelo A Nova Democracia, “em 2020, a Bahia foi o estado mais letal da região Nordeste e um dos mais letais do país (1.137 mortes) e com maior índice de chacinas (74 registros) sendo 100% das vítimas de ação policial em Salvador pessoas negras. Tamanha conivência é sabida e denunciada pelos camponeses do Cerrado baiano: ‘A gente está sofrendo. A gente não pode contar com as autoridades. A gente sabe que o Estado está contra a gente, o estado da Bahia vive violentando os nossos direitos’, disse um dos fecheiros que teve sua comunidade atacada.”

A denúncia dos camponeses indica o latifundiário, grileiro e presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) Luiz Carlos Bergamaschi e a empresa Agropecuária Sementes Talisma Ltda como principal mandante dos ataques. Ainda segundo o AND: “Ele é o titular de 14 fazendas nos arredores dos Fechos Capão do Modesto e Porcos-Guará-Pombas; com apenas uma – a Fazenda Vale do Correntina – somando 1.142 hectares de terra. Foi no ano de 2008 que o grupo de latifundiários grileiros encabeçado por Bergamaschi foi se apropriando de papéis relacionados a uma suposta fazenda denominada Riacho do Capão. A primeira matrícula é de 2006. Após passarem quatro anos os pistoleiros começaram a aparecer na área. De acordo com relatos dos camponeses, em 2013, os latifundiários contrataram uma empresa de segurança do ex-policial militar Carlos Erlani, famoso na região por ordenar grupos de pistolagem. A partir de então, os camponeses começaram a sofrer ameaças e agressões constantemente.”

Camponês encontrou um de seus animais mortos

Notavelmente, como destacamos em outros noticiários deste Diário, o governador Rui Costa (PT) desconsidera as ações fascistas dos grupos pagos pelos latifundiários, dando o aval, deste modo, a que continuem o procedimento de ataques de todo tipo contra os trabalhadores rurais. O governador é um elemento da ala direita do Partido dos Trabalhadores, como também já destacamos, e nada tem mudado nos ataques dos latifundiários aos camponeses desde o início de seu governo. Rui Costa é conivente com os crimes do latifúndio e com a repressão estatal, e se coloca em contradição inclusive com a base de seu próprio partido.

A solução para a questão da terra é a formação de comitês de autodefesa, os camponeses devem através da organização, se armar para poder se defender dos ataques. A posse e uso de armas é que vai garantir, diante de um governo burguês, que coaduna com o latifúndio, a segurança da integridade e permanência dos camponeses em suas terras. A burguesia latifundiária tem como objetivo expulsar os camponeses e tomar suas terras para favorecer o mercado internacional com sua produção que visa principalmente o mercado externo e o lucro dos latifundiários. Nada fazem que atenda à alimentação da população brasileira, que fica a cargo dos pequenos produtores.

Infelizmente o PT ainda mantém em suas fileiras figuras deste tipo, que enfraquecem e servem à desmoralização do partido, sem princípios nem mesmo próximos do que representa para os trabalhadores o presidente Lula. Face à pressão da burguesia, é urgente mobilizar os trabalhadores para garantir o próximo governo Lula, e para que possa colocar em prática as pautas que prometeu para os trabalhadores, que foram divulgadas na campanha, além de outras, que vão além. Os elementos direitistas dentro da burocracia petista derrubam a política do partido de dentro para fora, e são base para o ataque ao partido e para a desmobilização das bases operárias e camponesas.

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