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Datafolha

Maioria dos brasileiros é contra censura do STF, diz pesquisa

Segundo os dados, 63% da população brasileira é contra as recentes medidas do Judiciário com determinações de bloqueio dos perfis e contas nas redes sociais de bolsonaristas

Nessa quarta-feira (21), a Folha de S. Paulo divulgou uma pesquisa Datafolha, realizada entre segunda (19) e terça-feira (20), tratando de assuntos relativos ao problema da liberdade de expressão. Segundo os dados, 63% da população brasileira é contra as recentes medidas do Judiciário determinando o bloqueio de perfis e contas nas redes sociais de bolsonaristas que participaram dos atos contrários ao resultado das eleições e/ou divulgaram informações falsas sobre estas.

Ao mesmo tempo em que o povo é contra a censura é, também, contra os atos bolsonaristas. Segundo o Datafolha, quase três quartos (75%) dos brasileiros não são favoráveis às manifestações contra a eleição de Lula. Logo, não é um posicionamento de afinidade, ou seja, a população não é contra a derrubada das contas em questão por proximidade política e ideológica com as figuras bolsonaristas.

Os dados apresentados são especialmente oportunos na atual etapa da luta política nacional. De alguns anos para cá, a burguesia vem aparelhando cada vez mais o Estado no sentido de suprimir e atacar as liberdades democráticas do povo, operação que tem como agente central o Supremo Tribunal Federal (STF) e o ministro fascista Alexandre de Moraes.

Assim como em qualquer campanha da burguesia, esta utiliza a imprensa burguesa, a sua arma ideológica de classe, para criar um clima de que a atuação do Supremo e, de maneira geral, a censura, seriam amplamente aceitas pela sociedade. É o que aconteceu com o apresentador de podcast Monark o qual, no início deste ano, foi atacado pelos maiores jornais do Brasil por conta de sua opinião.

Principalmente depois do bloqueio de todas as contas nas redes sociais do Partido da Causa Operária (PCO), ficou mais do que claro que a operação contra Monark era, na realidade, uma operação contra a liberdade de expressão e contra a esquerda. Os dados em questão reforçam ainda mais isso, uma vez que mostram que a maior parte do povo não é favorável à censura e à repressão.

Aqui, é preciso lembrar que a responsável pela pesquisa, a Folha de S. Paulo, apoiou todos os capítulos mais recentes relacionados à censura, afinal, é um jornal burguês, é natural que o faça. Nesse sentido, é válido imaginar que 63% é um percentual muito modesto, já que seria de interesse da Folha reduzir ao máximo esse número para manipular a realidade e fazer crer que os ataques às liberdades democráticas são, de fato, apoiados pelo povo.

Relembre o caso do PCO

Em 02 de junho deste ano, Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal, incluiu o Partido da Causa Operária no Inquérito das Fake News. Na época, o skinhead de toga do STF bloqueou todas as contas nas redes sociais do Partido e, além de intimar Rui Costa Pimenta, presidente nacional do PCO, a depor junto à Polícia Federal, encaminhou a investigação da organização de esquerda para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Naquele momento, pouco tempo depois do caso Monark e poucos meses antes das eleições, a maior parte da esquerda que apoiou a censura aos bolsonaristas saiu em defesa do PCO. A imprensa burguesa, por sua vez, manteve sua postura intransigente de ataque aos direitos democráticos e, desde então, procura mostrar, de maneira farsesca, que o princípio mais popular seria o de que a liberdade de expressão tem limites.

Os dados apresentados acima mostram justamente o contrário. O padrão, dentro da sociedade de classes, é que o oprimido seja favorável às liberdades democráticas e o opressor o contrário, uma vez que um dos principais mecanismos de opressão da burguesia contra os trabalhadores, no caso do capitalismo, é justamente a retirada de direitos fundamentais como a própria liberdade de expressão. Não é à toa que o marxismo, desde o começo, tem como um dos princípios fundamentais a defesa dos direitos democráticos independente do beneficiado.

“Só aqueles que são totalmente incapazes de pensar, ou aqueles que não estão totalmente familiarizados com o marxismo, concluirão que, portanto, a república não serve para nada, que a liberdade de divórcio não serve para nada, que a democracia não serve para nada, que a auto-determinação das nações é inútil! Os marxistas sabem que a democracia não abole a opressão de classe, mas apenas torna a luta de classes mais clara, mais ampla, mais aberta e mais nítida; e é isso que queremos. Quanto mais completa for a liberdade do divórcio, mais claro ficará para a mulher que a fonte de sua “escravidão doméstica” não é a falta de direitos, mas o capitalismo. Quanto mais democrático for o sistema de governo, mais claro ficará para os trabalhadores que a raiz do mal não é a falta de direitos, mas o capitalismo. Quanto mais completa for a igualdade nacional (e não é completa sem liberdade de secessão), mais claro ficará para os trabalhadores da nação oprimida que não se trata de falta de direitos, mas de capitalismo. E assim por diante”, afirma Lênin (Sobre uma Caricatura do Marxismo e sobre o “Economismo Imperialista”)

Nesse sentido, a esquerda que insiste em ficar do lado da burguesia quando se trata da censura deve abandonar toda a sua política reacionária e juntar-se ao povo na defesa das liberdades individuais. Caso contrário, continuará empurrando os trabalhadores para a extrema-direita que, de maneira demagógica, aproveita a falência das forças progressistas para aumentar de tamanho e, assim, aumentar a sua influência.

É, inclusive, um passo essencial para garantir que o governo Lula tenha condições de enfrentar a burguesia, que procura enterrar cada vez mais a classe operária brasileira, a começar pelo petista. Caso contrário, perderá sua popularidade e, portanto, não terá força política suficiente para enfrentar o imperialismo e seus lacaios.

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