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Henrique Áreas de Araujo

Militante do PCO, é membro do Comitê Central do partido. É coordenador do GARI (Grupo por Uma Arte Revolucionária e Independente) e vocalista da banda Revolução Permanente. Formado em Política pela Unicamp, participou do movimento estudantil. É trabalhador demitido político dos Correios e foi diretor da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios)

Os maiores desejos de 2022

Lula presidente e Brasil hexa? Está chegando a hora!

O primeiro desejo do ano pode se cumprir neste domingo, depois é torcer com toda a energia para o nosso futebol

Nos primeiros dias do ano fiz uma coluna evocando a alegria do povo brasileiro em 2022: “Por um 2022 com Brasil hexa e Lula presidente“. Demorou, mas quase 10 meses depois, estamos no dia em que saberemos se o ex-presidente Lula e a esquerda, com todos os problemas que possamos apontar, irão voltar ao governo do País.

Quem estiver lendo essa coluna no final do dia 30 ou durante a semana já saberá o resultado. Como não temos bola de cristal, só podemos desejar que tudo acontece como o esperado.

Para os militantes do PCO, a vitória de Lula representará um marco de uma luta que se estende pelo menos desde 2012, quando fomos o primeiro partido a detectar que havia um golpe de Estado em marcha no Brasil. Lutamos contra o golpe desde o início, primeiro quase sozinhos, depois no movimento que se formou quando tudo começou a ficar claro. Lutamos em 2016 quando Dilma sofreu o impeachment, lutamos depois pela anulação deste mesmo impeachment.

Fomos os primeiros a alertar sobre o risco de prenderem Lula. Lutamos contra a prisão do ex-presidente e depois lutamos por sua libertação. Chamamos o Fora Bolsonaro antes mesmo do resultado do segundo turno em 2018.

Falamos que a principal campanha nas eleições municipais de 2020 deveria ser uma frente única da esquerda por Lula presidente. Lutamos para que toda a esquerda estivesse unida em torno dessa campanha, que expressava os anseios populares contra o golpe.

E cá estamos!

Se Lula não for eleito neste domingo, estaremos diante da continuação do golpe e teremos pela frente o recrudescimento da luta que iniciamos em 2012.

Continuaremos lutando, seja Lula ou Bolsonaro, porque os problemas do povo não serão resolvidos com eleição.

De qualquer modo, essa campanha eleitoral mostrou estarmos certos em lutar contra o golpe e lutar pela candidatura de Lula. Diferente do que muitos setores da esquerda que, aliás, hoje aparecem parasitando a popularidade do ex-presidente, diziam, Lula é o político mais popular do Brasil. E por isso sua candidatura conseguiu passar por cima de todos os obstáculos, todas as arbitrariedades, toda a campanha mentirosa, caluniosa e se apresentar capaz de vencer a eleição. Isso independentemente do resultado final.

O povo se impôs sobre a poderosa máquina da burguesia que deu o golpe de Estado em 2016.

Encerrada a eleição partimos para o segundo desejo do início do ano: Brasil hexacampeão do mundo.

A Copa do Catar começa no dia 20 de novembro e a Seleção Brasileira inicia sua jornada no dia 24 contra a Sérvia. A Seleção canarinha chega à Copa como um verdadeiro rolo compressor. O retrospecto é assustador para qualquer time: desde que assumiu como treinador em 2016, só perdeu cinco jogos, empatou 13 vezes e venceu 58, num total de 76 jogos entre amistosos e partidas de campeonatos.

Nas Eliminatórias, o Brasil bateu recorde de pontuação, classificando-se invicto com 14 vitórias em 17 jogos. Além disso, a Seleção chega na Copa em primeiro lugar no ranking da FIFA.

Não há dúvida que todos esses números mostram uma superioridade inquestionável do futebol brasileiro sobre o resto do mundo. Mas há uma contradição. Os números não devem esconder que esse ano completam-se 20 anos que o Brasil foi campeão mundial. Se não levar o hexa esse ano, estamos igualando a fila que tivemos que amargar entre 1970 e 1994. Há um tabu a ser quebrado.

Os números infelizmente não ganham jogo. O futebol guarda muitas surpreses e nem sempre o melhor ganha, principalmente num campeonato como a Copa do Mundo, em que um jogo é fatal. Essa é, inclusive, uma das graças do futebol.

Mas o maior inimigo da Seleção não é a imprevisibilidade natural do futebol. Os maiores inimigos da Seleção estão fora de campo. São as manipulações da arbitragem e do VAR, o jogo sujo, a campanha da imprensa nacional e internacional e a pressão psicológica sobre os jogadores.

São os inimigos de sempre do Brasil nas Copas. Em particular esse último ponto, a pressão sobre os jogadores é um dos principais problemas. Neymar foi levado a julgamento na Espanha acusado de corrupção. Às vésperas da Copa, só pode ser uma tentativa de desestabilizar o melhor jogador brasileiro. Os processos foram retirados, mas a pressão continua.

A pressão sobre os jogadores está também na propaganda insistente de que nosso futebol é ruim, que a Seleção não é do povo, de que não se deveria torcer pela nossa Seleção. A polarização política contribuiu para isso, já que a esquerda pequeno-burguesa confunde as posições políticas com a defesa da cultura popular que é o futebol. Os moradores de um bairro de Belo Horizonte mostraram bem como separar as coisas: “É copa,não é política”, foi a faixa colocada na rua para mostrar que a tradicional decoração verde e amarela para a Copa não era propaganda política.

Passadas as eleições, a tarefas daqueles que defendem o povo e os trabalhadores brasileiros é defender a Seleção Brasileira, porque defendê-la é defender a nossa cultura popular.

Se para eleger Lula fizemos o máximo de esforço, vamos trabalhar agora para defender nosso futebol. Nossa Seleção não é de Bolsonaro, nem da burguesia. Nossa Seleção é do povo. O nosso futebol só é o maior do mundo porque o povo pobre, negro, trabalhador, inventou o futebol arte e impôs esse futebol ao restante do mundo, inclusive aos países imperialistas.

Se dependesse exclusivamente do PCO, no Brasil seria campeão. Infelizmente não é assim tão simples, mas nós vamos com toda a força torcer pelo hexa, com toda a força convencer o povo brasileiro a ter orgulho daquilo que sabemos fazer melhor no mundo que é jogar futebol.

Se você não quer ser confundido com bolsonaristas, vista sua camisa vermelha, azul, preta, branca. Torcer pelo Brasil é uma obrigação de quem se diz de esquerda e de quem diz defender o nosso povo. O contrário é uma posição reacionária, pró-imperialista, é uma posição de quem rejeita a cultura genuína do nosso povo.

Agora, é esforço concentrado pelo hexa!

Por um 2022 com Brasil hexa e Lula presidente

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