Faltando apenas 15 dias para a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o anúncio de alguns ministérios para o próximo mandato tem causado desespero na imprensa golpista e na burguesia de conjunto. As duas principais nomeações que estão causando mais alvoroço nesse momento é o ministério da Economia, que será encabeçado por Fernando Haddad, um homem da confiança de Lula, e a escolha do petista Aloizio Mercadante para o comando do BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento.
Em matéria cínica publicada pela revista Veja na última quarta feira (14), o articulista Robson Bonin afirma que Lula estaria aparelhando seu governo em favor de seu partido, com a escolha de Mercadante para o BNDES, e deixando de lado ao que ele se refere como: “economistas respeitados que apoiaram sua candidatura”. Há artigos e matérias que falam até mesmo que Lula teria traído a “frente ampla que o ajudou a eleger”.
Os últimos presidentes, produtos do golpe de Estado de 2016, Michel Temer e Bolsonaro, montaram seus ministérios de acordo com seus interesses e do projeto neoliberal que atacou de forma escandalosa toda a estrutura pública do país, como, por exemplo, saúde, educação e moradia. Também não faltaram nomeações resultantes de acordos políticos, como a de Ciro Nogueira para a Casa Civil, que permitiu uma maior negociação de Bolsonaro com o chamado “centrão”. Quando se trata de Lula, tudo o que a burguesia que é colocar representantes seus em um governo eleito pelo povo.
Um ponto importante que deve ser levado em consideração é que o ex-presidente eleito chega ao governo pela terceira vez, com muito mais experiência que em 2002 e 2006, e sabe que se quer um política comprometida com quem o elegeu – o povo brasileiro -, deve colocar em postos chaves como economia, desenvolvimento, educação, trabalho e saúde por exemplo, pessoas de sua inteira confiança como está fazendo.
Ao contrário do que a imprensa golpista e o setores direitistas que apoiaram a campanha do ex-presidente alegam, não foi a frente ampla e muito menos a incursão de pessoas de direita que elegeu Lula pela terceira vez, mas muito pelo contrário: certas escolhas durante a campanha trouxeram uma indisposição com as bases mais combativas da esquerda nacional. O que levou Lula a seu terceiro mandato foi uma mobilização em torno da reconstrução do País, de melhoria, de salário, emprego e renda e da retomada de tudo o que é público e social no Brasil.
A imprensa ataca o ex-presidente afirmando que Lula estaria estaria aparelhando os ministérios e dando cadeiras e cargos para seus “companheiros”. E está mais do que certo, são esses que o elegeram, são esses que o povo e a população brasileira tem um mínimo de simpatia. Lula não deve ficar na defensiva, não deve dar ministério para nenhum político burguês ou direitista, com exceção dos políticos do PT e de sua confiança.
Se tiver que negociar algum cargo ou ministério, que tenha algo em troca absolutamente concreto e em favor da classe trabalhadora do país. Nesse momento Lula segue uma política muito positiva em relação a suas escolhas, e contraria toda aquela falácia de grupo de transição de governo de conciliação total com a direita e a burguesia.
Porém esses movimentos da imprensa, toda essa euforia da direita golpista, mostra que para se manter de pé, para ter uma política de estatização de soberania e desenvolvimento social e econômico, o próximo governo Lula dependerá de muita mobilização e organização da esquerda e dos movimentos sociais para defender na prática tudo que pretende em favor do povo brasileiro.
A política de Comités de Luta continua na ordem do dia, a aproximação com a Central Única dos Trabalhadores, CUT, fortalecimento do Movimento Sem Terra no Brasil é o que manterá o governo. A aproximação com os trabalhadores se faz, com a volta dos direitos trabalhistas, aumento real do salário mínimo, diminuição da jornada e assim por diante. Para garantir o apoio incondicional do MST a reforma agrária e medida urgente, inclusive contra o latifúndio.