Ao indicar Aloizio Mercadante para o BNDES, o presidente Lula também anunciou: em seu governo não haverá privatizações. Em um forte discurso, o presidente eleito disse que vai provar que as empresas públicas podem ser lucrativas e denunciou o saque contra as empresas nacionais: “privatizaram quase tudo”, disse Lula.
“Vai acabar privatizações nesse país. Já privatizaram quase tudo. Vai acabar, e nós vamos provar que algumas empresas públicas vão poder mostrar a sua rentabilidade”, disse. Sobre a escolha de Mercadante, Lula explicou: “precisamos de alguém que pense em desenvolvimento, de alguém que pense em reindustrializar esse país, que pense em inovação tecnológica, de alguém que pense na geração de financiamento ao pequeno, grande e médio empresário para que esse país volte a gerar emprego”.
Ou seja, deu um claro tom de defesa do desenvolvimentismo, de crítica à privataria feita por Temer e por Bolsonaro e defendeu a reindustrialização do país. Naturalmente, não será possível levar adiante nenhuma dessas políticas sem se chocar com os interesses do grande capital internacional, que fará de tudo para sabotar e para derrubar o governo Lula.
Ainda no evento, que foi uma coletiva de imprensa da equipe de transição, o presidente eleito disse: “Governar para todos de verdade significa: o crescimento do PIB não é um número para ser utilizado em manchete de jornal. O crescimento do PIB só tem sentido se a gente distribuir o crescimento com aqueles que produziram o crescimento, que é o povo trabalhador desse país”.
Como resposta, o mercado financeiro realizou um novo ataque especulativo contra o país, aumentando o dólar e diminuindo a Bolsa. A insatisfação da burguesia com a indicação de Mercadante e com os discursos de Lula contra o liberalismo, em defesa de uma economia desenvolvimentista – ainda que tudo de um ponto de vista muito moderado –, causaram o pânico entre os inimigos do país. Ao enfrentar essa escória, Lula demonstra estar no caminho certo, que é o de enfrentar os inimigos do povo brasileiro e o de pôr em marcha um movimento em defesa de seu governo.