Atendendo a um pedido do Partido Rede Sustentabilidade (Rede), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso autorizou que estados e prefeituras possam liberar transporte gratuito para a população ir ao seu local de votação agora no segundo turno das eleições, no próximo domingo (30). A medida teria uma boa finalidade para diminuir a abstenção dos eleitores no primeiro turno, no entanto, a decisão do supremo não obriga todos os estados e municípios a cumprir essa decisão. Logo, gratuidade do transporte ficará por conta dos prefeitos e governadores.
Agora, analisando o mapa da gratuidade – locais onde terão transporte para os eleitores -, fica claro que os redutos bolsonaristas é que serão os mais beneficiados. Ou seja, o transporte público gratuito no dia da eleição, algo que tinha como suposto objetivo favorecer a população mais pobre e mais distante das suas zonas eleitorais, representa, na realidade, um golpe do STF para favorecer o candidato da burguesia, Bolsonaro.
A manobra é visível. Para ser democrática, a medida deveria atingir o País inteiro ou não ter em lugar nenhum. É fácil perceber de que lado se posicionam politicamente os donos de empresas de transporte no Brasil. Sendo assim, a população está à mercê de empresários burgueses que irão controlar quem irá votar no dia 30. 10 capitais onde o transporte será gratuito no dia da votação votaram em Bolsonaro no 1° turno (10) e apenas 3 votaram em Lula. Essa situação abre uma brecha gigantesca para prefeitos ligados a Bolsonaro também mapear bairros e zonas eleitorais e forçar a fraude e a manipulação.
A manipulação dos transportes tem apoio claro do STF, instituição que, segundo setores da esquerda pequeno-burguesa, seriam os grandes guardiões da democracia, os verdadeiros caçadores de fascistas. Toda essa situação mostra que estamos diante de um golpe eleitoral em andamento e passando debaixo do nariz do TSE, com aval do STF. Em locais onde Lula venceu, até o momento, não haverá transporte público para a população, ou, como queiram os empresários do transporte, pode ser mais difícil ter.
Colocando em linhas gerais, essa seria uma reedição do voto de cabresto, prática antiga da burguesia para controlar eleitores e votos. Somando-se a tudo isso, semana passada houve uma avalanche de denuncias de assedio eleitoral por parte de patrões contra seus funcionários das mais diversas formas, forçando os trabalhadores a votar no candidato da extrema-direita. A pergunta que não quer calar é: onde estão os guardiões da democracia assistindo a todo esse absurdo e essa selvageria?
Outro ponto importante e que passa ileso das vistas grossas da instituição, que ameaçou de prisão todo e qualquer um que tentasse interferir no processo eleitoral brasileiro, foi a escancarada compra de votos feita por Bolsonaro. Ou seja, às véspera da eleição, sob a tutela de uma medida totalmente arbitrária e ilegal, o presidente, fruto de uma farsa eleitoral em 2018, abriu os cofres públicos e despejou sem nenhum pudor ou dor na consciência 50 bilhões na economia do País justamente para compra o voto dos eleitores mais pobres.
Os institutos de pesquisa que manobraram de forma escancarada a opinião publica no primeiro turno agora já colocam os candidatos em empate técnico no segundo turno. A adesão da burguesia ao candidato Bolsonaro modifica todo o aparato da imprensa no País. Bolsonaro, que sofria ataques diários de jornalistas e grandes jornalões, já é apresentado como um candidato moderado, e até mesmo democrático por alguns colunistas.
É preciso mais do que nunca denunciar toda manobra golpista que está sendo orquestrada pela burguesia contra o povo brasileiro. A única forma de barra mais essa fraude eleitoral é colocar o bloco na rua, somente uma gigantesca onda vermelha em todo o Brasil, de casa em casa, porta em porta, conversando com a população, será capaz de inverter esse cenário em prol da candidatura de Lula. As centrais sindicais precisam mobilizar os trabalhadores, esclarecer que essa eleição trata-se de uma verdadeira luta de classes dos patrões contra os trabalhadores e chamar todo o Brasil a votar em Lula presidente, por um governo dos trabalhadores.
