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Mourão no IREE

Instituto de Boulos faz propaganda do governo Bolsonaro

Vice de Bolsonaro foi promovido pelo IREE em debate com Raul Jungmann e Etchegoyen, também da extrema-direita

iree

Em 18 de setembro de 2020, em live de inauguração do Instituto para a reforma das Relações Estado-Empresa (IREE), o General Hamilton Mourão, vice-presidente da República, foi entrevistado pelos golpistas Raul Jungmann, que foi ministro da defesa do governo golpista de Michel Temer (MDB), e Sergio Etchegoyen, militar golpista e fascista, que deu as cartas no governo Temer e tem uma tradição familiar com torturas e diversas ditaduras na História do Brasil.

O Instituto que, segundo Guilherme Boulos (PSOL), é plural, só falta entrevistar o próprio Jair Bolsonaro(PL), a quem o psolista diz combater.

A live sobre Amazônia, Defesa e Meio-Ambiente fez parte do programa Defesa & Segurança que tem o propósito de “contribuir” com o tema da defesa e segurança nacionais, debatendo com a academia, os empresários e a sociedade em geral. Uma típica enganação na época que vai ao encontro do que já está acontecendo na prática com o dois últimos governos golpistas: desmatamento na Amazônia, aumento do garimpo ilegal, do latifúndio e entrega do patrimônio nacional ao imperialismo, que patrocina o Instituto golpista e alguns esquerdistas quinta-coluna.

O presidente executivo do Instituto, Raul Jungmann, afirmou que “apenas o envolvimento de todos nos temas da defesa e da segurança nacional pode imprimir ao Poder Nacional um rumo, meios e instrumentos para uma eficiente capacidade dissuasória e a manutenção da soberania e independência nacional”.

“A soberania não é um presente, mas uma conquista diária. É urgente que nós civis reflitamos sobre as estratégias, estruturas e políticas de Estado para a defesa e a segurança da nação. Idem, sobre a Amazônia, a defesa e o meio-ambiente”, afirmou Walfrido Warde, o Presidente do IREE e amigo de Guilherme Boulos.

Nenhuma dessas falas condiz com a realidade. O que acontece é justamente o contrário: estamos perdendo nossa soberania diariamente, não existe nenhuma estratégia de defesa e segurança da nação e do meio ambiente, senão sua explícita decadência em favor do imperialismo, enquanto a população sofre com desemprego, fome e miséria.

A entrevista de Mourão foi um show de hipocrisia, pois tudo que foi dito é justamente o inverso do que vem acontecendo.

Mourão inicia sua abordagem afirmando que o multilateralismo não vem conseguindo dirimir os conflitos que estão ocorrendo no mundo. O governo de Bolsonaro ataca qualquer relação multilateral, sobretudo aquelas que vão de encontro aos interesses imperialistas.

Sobre proteção de dados e acesso à informação, Mourão e o governo Bolsonaro não serão a favor da democratização desse setor, mas estarão em defesa do modelo excludente e concentrador como estamos vendo.

Mourão fala do problema da carência de água, mas não revela que a direita é a favor de toda privatização nesse setor. Elogia a democracia americana, o que é uma aberração, e a verdade é que não existe essa democracia, senão ditaduras e golpes apoiados pelos americanos pelo mundo.

Sobre o bioma amazônico, elogia a preservação de sua vegetação nativa, sua legislação, mas a prática é sua destruição diária e uma legislação favorável aos empresários sanguessugas do setor.

A tríplice missão de proteger, preservar e desenvolver a Amazônia, com coordenação dos governos federal, estaduais e municipais, não funciona, senão para apoiar a cobiça dos velhos aliados políticos que exploram a Amazônia e estão matando índios e demais oprimidos da região.

Para Mourão, para protegermos filhos e netos, “temos que criar novas formas de produção respeitando os ditames do meio ambiente, respeitando a capacidade instalada da terra, descobrindo essas novas formas e aí o papel da economia do conhecimento e da agricultura 4.0 e de outras atividades de alta tecnologia nessa preservação da vida na Terra”.

Sobre latifúndio e regulação fundiária, um problema crucial, Mourão diz que temos em torno de 524 mil propriedades rurais na Amazônia que necessitam da titulação de terras. Para ele, “o Estado brasileiro deixou de exercer seu papel levando gente para lá nas décadas de 70 e 80 e até hoje não os titulamos”. E continua, pois a pressão dos latifundiários e apoiadores do governo Bolsonaro, envolvidos com todo tipo de ilegalidade, não permitirá titulação alguma e nem tampouco Reforma Agrária.

Enfim, toda palestra de Mourão sobre segurança nacional, meio ambiente, Amazônia, redução do desmatamento, exploração mineral e regulação fundiária, são falácias cujos números atuais mostram que nada foi feito para melhorar essas áreas e setores da sociedade brasileira, senão degradação do meio ambiente, exploração ilegal por parte dos apoiadores do governo, exclusão da população no debate sobre esses temas, concentração de terras e muito omissão para combater a violência comum na região, o que compromete o progresso, soberania e futuro da sociedade brasileira.

É esse Instituto golpista, patrocinado por fundos e instituições imperialistas, que a esquerda pequeno-burguesa golpista e abutres apoiam, alegando ser “plural e democrático”, quando, na verdade está aí para sabotar toda a luta popular contra o imperialismo e a soberania nacional. Finalmente, a “pluralidade” alegada por Boulos para justificar a sua participação num organismo com a escória golpista está explicada: até mesmo o vice de Bolsonaro tem espaço ali.

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