A ocupação russa na Ucrânia fez com que o imperialismo se mobilizasse em peso contra a Rússia, tentando isolar o país de todas as formas, aplicando sanções e espalhando mentiras sobre o conflito, numa tentativa desesperada de virar o jogo a seu favor. A cobertura da imprensa burguesa, assim como as atitudes de países como os Estados Unidos, tem sido assustadoramente agressiva e exagerada até mesmo para o mais “ferrenho anticomunista”.
Apesar disso, diversos países têm se levantado contra as atitudes imperialistas, vindas sobretudo dos Estados Unidos, seja por acharem que a Rússia tem o direito de se defender ou porque sabem que os ataques, a exemplo das sanções, têm um grande impacto no seu próprio país.
Um exemplo disso é a Índia. Integrante dos BRICS, o país é a sexta maior economia do mundo e atualmente tem se preparado para expandir suas negociações com a Rússia, indo na contramão da política norte-americana. Joe Biden, presidente dos EUA, fez seu papel de “mandante do mundo” e tentou impor a proibição de carvão, petróleo bruto, gasolina, derivados de petróleo, óleos e gás liquefeito russos — algo que, como visto, não parece ter tido muito efeito. A decisão não foi um consenso nem mesmo entre os países europeus, que acabam ficando com a corda no pescoço, uma vez que possuem uma considerável dependência dos produtos russos.
Em março, a Índia comprou 1,04 milhão de toneladas de carvão russo. Neste mesmo mês, os indianos afirmaram que mantêm negociações para a compra do petróleo russo. No início de abril, o país afirmou que está tentando dobrar as importações de carvão metalúrgico russo — atrás apenas da China, a Índia é o segundo país do mundo que mais utiliza e importa o carvão, sendo este o responsável por 70% da geração de eletricidade no país.
É importante ter em vista que, além de ser algo de interesse para o país, o apoio indiano à Rússia, mesmo que indireto, tem relação com a situação da Índia, uma vez que esta também sofre com a opressão imperialista e com diversos atrasos promovidos por esta, tanto no seu país como nas consequências dessa opressão em outros países, como na própria Rússia.
É essencial que todos os países oprimidos, assim como sua classe trabalhadora, prestem apoio à Rússia e se posicionem contra as sanções, enfrentando de frente, e em conjunto, a política imperialista e sua dominação descabida sobre o mundo e sua população.