Diz o portal da burguesia, Metrópoles, que a incerteza econômica cresce 26% desde o início da transição. Ele coloca que a incerteza avançou em diversos setores da economia a partir do fim das eleições que não deram a vitória para o candidato da burguesia, em 30 de outubro. O portal citou uma empresa que analisa investimentos, Economatica; a empresa analisa o que a burguesia faz e o que ela quer, porque a classe trabalhadora não tem um centavo para investir.
O portal diz que essa empresa calcula diariamente ‘dezenas’ de variáveis dos dados e consideram quatro frentes de incertezas, sintetizando que no pior dos piores cenários o petista teria 26,48% de incerteza e no melhor dos casos 15,1% de incerteza, ou seja, o petista tornaria a coisa pior do que o índice atual da inflação, galopante, que chega a quase 10%, embora esteja a níveis bem mais altos que isso no caixa do supermercado, por exemplo. Continua a matéria do Metrópoles, dizendo que segundo Felipe Pontes, diretor da empresa, os números estavam caindo antes das eleições, sugerindo que tudo seria melhor se Lula, o candidato dos trabalhadores, não tivesse ganho, ou que a linha política adotada por Lula ao vencer as eleições, demonstrando compromisso com as promessas de campanha para os trabalhadores, estariam causando a chamada “incerteza”.
Diz ainda que a “previsão de rombo” é de R$195 bilhões no teto de gastos com as medidas populares de Lula, porém o rombo deixado pelo governo Bolsonaro, de mais de R$400 bilhões, sequer é citado. O portal fala também do frisson no “mercado” que a fala do Lula provoca quando diz, por exemplo, que vai dar prioridade à população mais pobre, novamente; aliás, este foi o tema principal da sua campanha, e o que o levou à vitória sobre o Bolsonaro que, novamente, usou como base de sua campanha informações mentirosas, além da compra de votos aprovada por consenso no Congresso, um erro crasso da esquerda parlamentar.
Analisando a matéria, conclui-se que a burguesia já está gestando uma farsa com as contas e nas previsões financeiras de seus investimentos. Todos com calculadora na mão, é a mais recente arma para atacar o terceiro mandato do petista. Dados fraudulentos de queda econômica, utilizando por base a doutrina neoliberal do desinvestimento e desregulamentação. A imprevisibilidade econômica apontada é, na realidade, a previsão de um atendimento às necessidades urgentes e imediatas dos trabalhadores, além de uma política que vem se expressando, com as colocações de Lula, como de desenvolvimento nacional, especialmente na indústria. Nesse sentido, a verba para os parasitas do mercado financeiro se reduzirá, para garantir o investimento no Brasil.
A burguesia pode transformar o governo de Lula num caos econômico, como fizeram para criar um clima de crise para tirar Dilma Rousseff em 2016. A burguesia tem os bancos nas mãos, as empresas nas mãos, as instituições nas mãos, a imprensa nas mãos, o apoio do imperialismo, da burguesia internacional. Porém, a classe trabalhadora, que é a maior parte das mais de 200 milhões de pessoas brasileiras, que sofre no bolso quando o agronegócio coloca o preço da banana, que chegava a R$2 reais no governo Dilma, ao valor de hoje de quase R$10; essa classe é a que espera que os índices do próximo governo Lula sejam os mesmos que ela via nas prateleiras durante o governo petista, que foi retirado da administração do país em 2016, via golpe conflagrado pelo judiciário e pela imprensa.
O novo governo Lula tem que buscar o apoio dessa classe trabalhadora que espera por ele. Afinal, foi para isso que o colocou como, novamente, estadista reconhecido internacionalmente. Conforme já noticiamos diversas vezes neste Diário.