A situação da categoria bancária é insuportável. Nunca, como hoje, os salários dos bancários chegaram a níveis tão baixos, produto de um violento arrocho salarial. Graças ao governo Bolsonaro e a sua política de recessão planificada, de assalto programado aos bolsos dos trabalhadores brasileiros. Para atender aos interesses dos grandes capitalistas e banqueiros nacionais e internacionais, os bancários estão recebendo um salário que mal os mantém vivos.
Somente os salários que não sobem, enquanto a inflação se mantém alta, e é reajuste em cima de reajuste no preço das tarifas públicas, gasolina, gás, aluguéis, nas passagens de ônibus, nos gêneros alimentícios, etc.
Só para os trabalhadores não há dinheiro. Enquanto isso, multiplicam-se as fraudes, os escândalos e favorecimento políticos (como as dívidas dos ruralistas, junto ao Banco do Brasil, por exemplo, que tiveram desconto de até 95% para saldarem as tais dívidas) e os bancos demonstram, mais uma vez, uma capacidade imbatível de realizar lucros nas piores circunstâncias, não só do conjunto dos trabalhadores, como para toda a população, como foi no caso do período mais agressivo da pandemia do coronavírus. A par com lucros astronômicos (atingiram R$ 138 bilhões nos 12 meses encerrados em julho/2022) há o confisco salarial inédito e, através da “modernização” (automação) crescem as demissões em massa (no acumulado de 12 meses, de julho de 2021 a julho de 2022, foram mais de 36 mil desligamentos, sendo que, desses, mais de 16 mil foram desligamentos sem justa causa, e outros mais de 15 mil pelos famigerados Planos de Demissão “Voluntária”).
É preciso dar um basta nessa situação na categoria bancária. É preciso mobilizar para dobrar os patrões e seus governos, quebrar o arrocho e barrar as demissões. Parar com a política de esmolas que nada resolvem.
É necessário reivindicar um salário que atenda as necessidades básicas de uma família do trabalhador bancário: moradia, saúde, educação, alimentação e transporte. O direito ao trabalho é o único direito que verdadeiramente se pode reclamar sob o capitalismo, ou seja, que os patrões alimentem os escravos de seu sistema de exploração.
Nesse sentido é necessário exigir um aumento salarial de emergência. Os bancários devem dizer aos banqueiros, a seu governo e tribunais, em português claro e em alto e bom som: se não houver 100% de aumento para todos, os bancários irão parar. Mobilizar é a palavra de ordem do momento. Preparar, imediatamente, a luta por 100% de aumento já.
A categoria bancária deve aproveitar a vitória de uma candidatura dos trabalhadores, resultado esse que significa a revolta popular contra o que foi imposto nos últimos anos contra os trabalhadores, e chamar as suas organizações de luta para organizar a luta. A Contraf/CUT e seus sindicatos filiados devem convocar um Congresso Nacional dos Trabalhadores Bancários, com milhares de delegados eleitos em assembleias de base, para aprovar um plano de lutas para a próxima etapa.