Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Fraude imposta pela burguesia

Golpe: Bolsonaro promove maior estelionato eleitoral da história

O caminho da fraude eleitoral está diante dos olhos, em que pese a esquerda precisa desarmar as peças movimentadas com a manobra orçamentária, orientando os trabalhadores

Crente nas instituições , parte da esquerda aguarda resultados das pesquisas eleitorais e o resultados “emanados” das sagradas urnas eletrônicas. Enquanto isso, a burguesia avança suas peças em direção ao xeque-mate, isto é, o triunfo eleitoral, organizando um grande plano em torno da manipulação eleitoral, matéria em que a burguesia é especialista. No conjunto de manipulações encontra-se as “cortinas de fumaça”, como a “Operação Roberto Jefferson”, com 24 horas de notícias sobre o tema, até a velha compra de votos e o voto de cabresto. 

Na prática, Bolsonaro está preparando, após todas as manobras em conjunto com a burguesia, uma grande fraude eleitoral, provavelmente a maior tentativa de golpe de urna da História do Brasil. O fato da esquerda ter se mobilizado pouco, de ter acreditado nas instituições, facilitou o plano da burguesia. Enquanto Bolsonaro ficou como espantalho, Paulo Guedes organizou a Faria Lima. Junto com o chamado “orçamento secreto”, onde se distribuiu dinheiro público para diversos setores de trabalhadores como caminhoneiros, taxistas entre outros, no centro dinâmico do Brasil, outra operação foi realizada, sem objeção pela esquerda, que é a extorsão do orçamento público de 2023. A esquerda ajudou a aprovar no Congresso a gastança do orçamento, permitindo ao governo comprar votos a partir de um orçamento robusto de R$ 350 bilhões, o que supostamente deixará o “orçamento” 2023 descoberto.

O que virá pela frente

Com o uso das velhas táticas de encobrir o fundamental, a imprensa capitalista apaga, com a ajuda da esquerda, o debate econômico. O debate econômico seria um passo para as organizações de trabalhadores a sair da armadilha do “debate moral” imposto por Bolsonaro e mordido pelo PT como isca. A imposição do debate econômico denunciaria a fraude eleitoral e a manobra do orçamento público para os dutos da banca internacional, e se constituiria como um grande passo para livrar milhões de pessoas da pobreza, e que serviria para dificultar ou mesmo impedir privatizações, reformas trabalhistas, administrativas e previdenciárias prometidas por Paulo Guedes à burguesia.

A burguesia, empolgada com o uso quase total do orçamento a seu dispor, leva eleitores para votar, em outros casos dificulta a circulação de ônibus no dia das eleições e coage seus funcionários a votar em Bolsonaro. O otimismo de Paulo Guedes é tamanho, que nos bastidores do poder conseguiu articular todas as forças de comunicação a tornar Bolsonaro “palatável”, com uma retórica violenta apenas, mas que avança na economia e tem um plano de reformas. A Folha de S. Paulo já demonstra empolgação com o cenário de reversão da tendência de “vitória” de Lula e uma grande “onda Bolsonaro”. De acordo com a Folha:

Otimista com a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), o ministro Paulo Guedes (Economia) trabalha em um ambicioso plano para refundar a legislação sobre as contas públicas do país. A intenção é reformular o teto de gastos e “quebrar o piso”, ou seja, frear o crescimento de despesas que hoje pressionam o Orçamento —entre elas os benefícios previdenciários ou atrelados ao salário mínimo.

O ângulo da burguesia não é uma crítica à manobra eleitoral, conforme interpretação de Outras Palavras. Embora o veículo da “imprensa independente” jogue luz na fraude eleitoral, interpreta a reportagem da Folha como denúncia, e não é uma denúncia, mas uma peça de propaganda do que efetivamente virá uma vitória bolsonarista contra Lula, pois reforçaria todo o plano já traçado desde que Bolsonaro foi alçado pela burguesia para cumprir a missão de dissolver completamente os trabalhadores.

O bolsonarismo, que vem se fundindo de carne e osso com a burguesia nacional e com o imperialismo, conseguiu a submissão aos bancos e o tema fiscal se tornou mera muleta retórica para deslocar todo orçamento da saúde, da educação e previdência, dando R$ 600 aos mais pobres, especialmente dos centros mais dinâmicos do país, ao mesmo tempo que usará o “rombo” para romper com diversos fundamentos econômicos e avançar para um neoliberalismo feroz. O rombo de 110 bilhões para o ano que vem dificulta para Lula, mas não para Bolsonaro, que manterá o governo independente do Banco Central dar cartas na economia brasileira.

Guedes deixa claro ao Brasil, e a esquerda tem sido incapaz de capitalizar as falas do ministro em seu favor. O salário mínimo deixará definitivamente de ser vinculado à inflação. Na nova fórmula, o piso será considerado de acordo com a expectativa de inflação e poderá, ou não, ser corrigido pela meta de inflação. O gasto com benefícios previdenciários deixará de ser vinculado à inflação anterior. Com isso, abre-se a possibilidade de uma correção abaixo da inflação nos benefícios previdenciários, com despesas projetadas em R$ 859,9 bilhões para 2023, e do salário mínimo. O piso nacional afeta também os gastos com seguro-desemprego.

O orçamento público já tem previsão de ser recomposto com as privatizações das estatais e algumas universidades, além da finalização do ensino público para os próximos quatro anos, implantando definitivamente um sistema de “vouchers”. A própria saúde também está nos planos da recomposição do orçamento público, a partir da dilapidação realizada para a operação eleitoral, levando os pobres a mais filas nos hospitais e sem acesso a medicamentos fundamentais para tratamentos muito caros.

Quebrar o piso

O pacote do governo tem sido debatido por Guedes de acordo com a propaganda da Folha. Há a previsão da “quebrar o piso” das despesas do Estado brasileiro com serviços públicos. Não havendo piso para educação e saúde o orçamento estaria sequestrado a bem do avanço do domínio total da burguesia no país, em um cenário de completa desmobilização sindical.

Esse golpe preparado há pelo menos quatro anos, foi gestado com o Bolsonaro sendo utilizado como o espantalho da esquerda, que o vê apenas como vetor do “conservadorismo”, do “patriarcado” e desconsidera o projeto amplo, de massas, que é aderido inclusive por pequenos empresários, que enxergam nessas propostas de Guedes, uma forma de enriquecer em pequenos negócios, onde não precisam se ocupar das obrigações para com funcionários. Por outro lado, a desintegração dos serviços públicos é vista pelas classes médias como uma forma de melhorar o que é fundamental, ou seja, mais investimentos em segurança e infraestrutura, não se dando conta de que trata-se de um projeto de liquidação do próprio país.

Não há outra possibilidade para a esquerda que organizar um amplo movimento de reversão dessas tendências de desorganização completa do Estado, e de destruição de todo patrimônio público construído com o suor e o dinheiro dos trabalhadores. De imediato, Lula e o PT precisam nesta semana fazer amplas movimentações nas fábricas, nos bairros mais pobres tomados pelo bolsonarismo e impedir a fraude eleitoral que caminha a passos largos, com as últimas movimentações no orçamento, inclusive com uma série de bloqueios nos últimos dois meses para estancar a sangria e já pensar o governo do ano que vem.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.