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Comitês de autodefesa

Fora Força Nacional da terra indígena Yanomami

Bolsonaro prorroga presença de Força Nacional em terra indígena para favorecer grileiros e mineradoras na região

Foi divulgado pelo Ministério Público no último dia 3 a prorrogação da presença da Força Nacional nas terras indígenas Yanomami por mais 180 dias. O destacamento armado obedece diretamente ao governo Bolsonaro e está na região em “atividades e nos serviços imprescindíveis à preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, em caráter episódico e planejado”, isso segundo documentos publicados pelo governo. Em verdade, a Força Nacional é a representação prática da política bolsonarista para garantir o mando dos latifundiários, e a destruição total da população que luta pelo direito à terra.

No dia 14 de junho de 2021, alguns órgãos da imprensa burguesa veicularam que o fascista Anderson Torres (PSL), que se diz ministro da Justiça e da Segurança Pública, autorizou por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) o envio da Força Nacional para, supostamente, defender os povos da Comunidade Palimiú contra a ação violenta de garimpeiros que exploravam a região. A comunidade está situada nas terras indígenas Yanomami, uma das maiores reservas indígenas do território nacional, localizada às margens do rio Uraricoera, em Alto Alegre, Norte de Roraima.

A ação foi determinada pelo juiz Luís Roberto Barroso, do STF, e exigia que o governo federal tomasse “todas as medidas necessárias” para defender a terra indígena Yanomami, pois a presença de garimpeiros na região teria apresentado “indícios de ameaça à vida, à saúde e à segurança das comunidades (…)”. O fato demonstra que o Supremo é um órgão de colaboração direta com o governo Bolsonaro, na medida em que autoriza o governo a enviar sua polícia assassina para ocupar terras indígenas. É sabido que Bolsonaro prometeu acabar com as terras indígenas no Brasil, e os juízes deram mais uma oportunidade para isso.

Em vídeo gravado pela própria comunidade, e divulgado no portal golpista G1, é possível ver os garimpeiros abrirem fogo com armas de grosso calibre em campo aberto contra homens, mulheres e crianças, que tentam de defender. As imagens são absurdas. No vídeo, uma mulher indígena da Comunidade Palimiú faz, em sua língua local, uma denúncia e pede ajuda:

“A gente não tem paz, à noite eles vêm em muitos e esperam a gente aparecer para nos matar. As crianças fugiram para o mato e tem crianças doentes. Eu não quero garimpeiros aqui, hoje a noite eles vão vir de novo, estamos correndo muito perigo. Eu não quero chorar de medo, mas todos os dias eu choro de medo, sem esperança de quando a segurança vai chegar e por isso precisamos de forças policiais. Estou aqui pedindo socorro para proteger mulheres e crianças.”

O líder Yanomami, Junior Yanomami declarou que os ataques pela noite são feitos também com bombas.

Segundo informações, os conflitos teriam iniciado no início de maio de 2021, quando os garimpeiros tentavam entrar na área ilegalmente e os indígenas responderam com autodefesa. A população indígena local iniciou decidiu se defender organizando emboscadas nas margens do rio Uraricoera e apreendendo materiais de trabalho dos garimpeiros, segundo o Conselho Distrital de Saúde Indígena (CONDISI) e a Hutukara Associação Yanomami.

A possibilidade de ajuda do governo Bolsonaro para o povo indígena na luta contra os garimpeiros é algo escancaradamente absurdo, já que o presidente fraudulento já declarou apoio político aos garimpeiros ilegais. O governo aproveitou a oportunidade para ocupar terras Yanomami e “apaziguar” a situação, ou melhor, para dar sinal verde aos aliados do governo. A presença da Força Nacional na região garante que os indígenas não reajam contra os garimpeiros, financiados pelas grandes mineradoras.

A Força Nacional está diretamente envolvida com o assassinato de trabalhadores rurais e trabalhadores sem terra pelo Brasil inteiro. Organizações populares dos trabalhadores como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), e as Ligas Camponesas Pobres (LCP) já tiveram militantes assassinados em diversas ações de repressão organizadas pela Força Nacional, pelo Exército e pela Polícia Militar.

Como exemplo dessas ações violentas, é possível lembrar do assassinato brutal do companheiro Márcio Matos, do MST, na Bahia em janeiro de 2018. Marcinho, como era conhecido, foi covardemente assassinado na frente de seu filho de 6 anos. Lembremos também de uma chacina em Rondônia, em agosto de 2021, encabeçada pela Força Nacional de Segurança Pública (FNSP), pelo Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque) e pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) na Área Ademar Ferreira. Nesse caso, o atentado foi contra trabalhadores do LCP, quando na ocasião 3 camponeses foram assassinatos, 5 ficaram desaparecidos, o acampamento foi completamente destruído e a população relata casos de tortura aos trabalhadores.

A prorrogação de 6 meses da presença da Força Nacional nas terras indígenas Yanomami, garante a atuação direta do governo Bolsonaro em terras indígenas demarcadas, ou seja, o governo está garantindo o mando dos seus aliados a qualquer custo, colocando em prática sua política ilegal e assassina. Manter a FNSP pelo período de 1 ano no encalço dos indígenas dispende de um custo absurdo para o governo federal, isto é, alguém deve estar ganhando muito com essa situação.

Diante do problema, é preciso que a Comunidade Pilimiú, junto aos povos Yanomami formem um grande comitê organizado de autodefesa. É preciso que o comitê realize um grande trabalho de mobilização em torno da denúncia dos ataques contra a comunidade e da presença da Força Nacional assassina em terras indígenas demarcadas. Os interesses do governo da extrema-direita para com as terras indígenas são óbvios. Além disso, é preciso os comitês e os partidos da esquerda atuem juntos na denúncia da situação, e intensifiquem a luta pelo fim do governo Bolsonaro.

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