Um aquário gigante contendo um milhão de litros de água e cerca de 1.500 peixes exóticos explodiu na capital alemã, Berlim, na sexta-feira (16). O AquaDom no saguão do hotel Radisson Blu foi considerado o maior aquário cilíndrico do mundo. O tanque de peixes de 14 metros de altura (46 pés) custou € 12,8 milhões (cerca de R$ 71.809.360,00) para construir. Foi inaugurado em 2003 e passou por modernização há dois anos.
A polícia disse que o aquário explodiu no início da manhã, e produziu um estrondo, inundando o saguão do hotel, cobrindo as ruas próximas com destroços. Duas pessoas ficaram feridas por cacos de vidro e foram levadas para o hospital, acrescentou. O incidente também causou “danos marítimos irreparáveis”, já que o aquário continha cerca de 100 espécies de peixes tropicais, de acordo com a polícia. Os hóspedes foram evacuados do hotel, mas um conseguiu filmar os enormes danos causados ao edifício pela súbita liberação de água.
A destruição do patrimônio foi deliberada, já que o sistema de aquecimento foi diminuído pelos altos custos energéticos após sanções da própria Alemanha contra a Rússia, Vladimir Putin fechou a torneira do gás, e os germânicos tiveram que fazer diversas manobras para obter energia mais barata, em vão, pois os preços estão elevados, e nem mesmo a grande burguesia consegue manter ambientes em níveis satisfatórios de temperatura. Os custos estão proibitivos.
A situação de crise, em relação ao patrimônio cultural, foi exposta de forma clara há três anos com a incêndio da catedral de Notre Dame, em Paris. Na ocasião foi revelado pelas investigações, que o incêndio ocorreu pela crise econômica, que agora está muito mais aprofundada na Europa. A crise econômica dificulta e encarece a manutenção de infraestruturas, porém o patrimônio cultural é sempre o primeiro a ser sacrificado. Isso significa que europeus não são “civilizados”, mas “bárbaros” com dinheiro e poder. Preferem “civilizar” os demais países, mas na crise não conseguem fazer o que ditam aos outros.
A crise energética proporcionou empuxo à crise do regime político. A “guerra na Ucrânia” foi apenas a gota da água no copo cheio. A explosão de um aquário por falta de aquecimento adequado se torna uma “alegoria” dessa crise, pois o patrimônio vai sendo arruinado, enquanto o imperialismo norte-americano ceifa vidas para ocupar definitivamente a Europa, e exercer forte pressão para tomar depois a Eurásia, especialmente a Rússia.
A balcanização da Rússia é o objetivo central dos Estados Unidos, porém a Europa está se revelando como mais dócil e fácil de ser dominada definitivamente, e se tornar o aquário do imperialismo norte-americano, não só parte do condomínio imperialista. Nas ruas, o povo dá mostras gigantescas de insatisfação e quer retomar o que perdeu. A burguesia europeia se preocupa apenas com o aspecto da financeirização perante a crise, e controlar o movimento do capital especulativo, enquanto políticos que servem a essa burguesia para facilitar o trabalho dos Estados Unidos. A crise tende a acelerar a destruição do regime em profunda decadência.