Em entrevista recente, o ídolo do São Paulo Hernanes teceu alguns comentários sobre Neymar e Ronaldinho Gaúcho. O habilidoso meia ambidestro, nascido em Recife, conquistou a Copa das Confederações em 2013 e integrou a Seleção na Copa do Mundo de 2014. O “profeta”, como ficou conhecido, não economizou elogios ao nosso atual camisa 10.
Hernanes contou que ficava impressionado com a habilidade de Neymar, coisa que pode presenciar de perto nos treinos da Seleção. A afirmação “ele foi o maior talento que eu vi” é bastante explícita nesse sentido. O craque também revelou que quando via alguma das jogadas imprevisíveis de Neymar trocava mensagens com ele para entender como elas surgiam. Em geral, a explicação caia na questão do instinto, do improviso: “deu na hora”
Como o próprio “profeta” ressalta: “somos muito criativos, instintivos, porque a gente vem na rua, não aprendeu na escolinha como na Itália”. Um fato que o meia qualifica como “nossa cultura, nossa força e nosso ponto fraco”, pois por um lado produz verdadeiros gênios da bola e por outro atrapalha na adaptação ao mercado do futebol, que exige uma gestão de carreira incompatível com esse caldeirão de improvisação onde nossos craques são gestados.
Chama muito a atenção uma discrepância muito comum que observamos entre os comentários sobre Neymar quando eles partem de jogadores ou ex-jogadores e quando veem de jornalistas esportivos em geral. Na maioria das vezes, quem já jogou profissionalmente exalta o raro talento do nosso 10, enquanto os demais tendem a ecoar a campanha de perseguição que vem da Europa.
Via de regra, quem gosta de futebol, gosta de ver Neymar jogar. Por isso, a tendência é valorizar a capacidade do jogador de fazer coisas imprevisíveis em campo, porque isso é algo muito especial no em qualquer esporte e Neymar é especialista nisso no esporte mais popular do mundo. Mesmo com toda a campanha que busca diminuir a importância do atleta, ele mantém uma enorme popularidade no Brasil e no mundo.
Ao contrário de muitos jornalistas esportivos, a imensa maioria dos jogadores de futebol profissional tiveram infâncias pobres, desprovidas de muita coisa importante para seu desenvolvimento. De repente se veem sob os holofotes e são julgados como se tivessem crescido sob as condições mais favoráveis. Quem entende e gosta de futebol valoriza o futebol brasileiro.