A presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, foi à Taiwan para realizar uma intervenção na ilha chinesa. A intenção dos Estados Unidos, para além da provocação, é retomar o controle da ilha para o imperialismo. Após o pouso do Air Force One, Pelosi tuitou: “Nossa visita reitera que os Estados Unidos estão com Taiwan: uma democracia robusta e vibrante e importante parceiro nosso no Indo-Pacífico” (@speakerpelosi).
Em resposta, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China emitiu declaração sobre a visita de Pelosi à região China. Para Pequim, a visita foi feita a despeito da oposição forte e das representações severas da China. É uma violação do princípio de “Uma Só China” e as estipulações dos três comunicados conjuntos China-EUA. Tem impacto na base política das relações China-EUA, infringe abertamente a soberania e a integridade territorial da China, prejudica a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan, e emite um sinal errado às forças secessionistas da ‘independência de Taiwan’. A China opõe-se firmemente e condena veementemente isso, e já fez as representações e protestou duramente contra os EUA.
Em cínica entrevista após o pouso, Pelosi afirmou que a visita da delegação norte-americana a Taiwan “honra o compromisso independente dos EUA em apoiar a democracia vibrante de Taiwan”. A especialista norte-americana para assuntos do indo-pacífico completou: “Nossa solidariedade com os 23 milhões de moradores de Taiwan é mais importante do que nunca, em um momento no qual o mundo encara uma escolha entre a autocracia e a democracia”.
Um voo nada convencional
O avião do governo norte-americano partiu da Malásia, primeira parada de uma viagem à Ásia na última semana. A princípio o voo não apresentava destino final. O site Flight Radar demonstrou um roteiro de voo incomum. A aeronave fez uma grande curva contornando o mar da China e pousou em Taipei. Pelosi aterrissou em Taiwan após dias de incerteza sobre sua visita. Taiwan não foi listada entre os destinos oficiais para a turnê asiática, que incluía Cingapura, Malásia, Coreia do Sul e Japão.
A presença da Nancy Pelosi em Taiwan demonstra que os chineses não possuem um sistema de vigilância organizado, pois permitiram um pouso suave da representante da câmara dos Representantes. O imperialismo explorou, em certa medida, a debilidade da Defesa chinesa e conseguiram aterrissar.
As ameaças chinesas sem efetiva atuação demonstraram fraqueza da China, na realidade não fizeram nada em relação a presença de Pelosi em Taiwan. Não ocorreu uma ação ao modo russo. Deste modo, os chineses, diante da provocação do imperialismo norte-americano, apenas bloquearam a ilha com uma operação militar naval. No final das contas, as manobras militares foram recortadas como ação arbitrária da China. Apesar da fraqueza estratégica chinesa, também fica demonstrada a perda de terreno do próprio imperialismo.
Exercícios militares
Pequim começou a realizar exercícios militares fora de Taiwan e prometeu lançar uma série de “operações militares direcionadas” em resposta à visita da presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, informou a mídia chinesa. “A Zona Leste do Comando de Combate PLA está constantemente conduzindo uma série de operações militares conjuntas ao redor da ilha de Taiwan”, A CCTV informou algumas horas depois que Pelosi chegou à ilha. Taiwan é parte da China e Pelosi viajou para tratar sua retomada ao imperialismo – o que ela chamou de estreitar laços, de democracia e independência.
“O Exército de Libertação Popular chinês está em alerta máximo e lançará uma série de operações militares direcionadas para combater isso, defender resolutamente a soberania nacional e a integridade territorial e frustrar resolutamente a interferência externa e as tentativas separatistas”, disse o porta-voz do Ministério da Defesa, Wu Qian (CCTV); Mísseis foram disparados no Estreito de Taiwan e lançamentos de mísseis no mar a leste de Taiwan, transmitida ao vivo pelo canal de televisão chinês.
As intenções do imperialismo
A tomada de Taiwan ou provocar uma instabilidade é parte das ações do governo Biden para ocupar o espaço perdido pelo imperialismo nas mais diversas regiões. No Brasil, estão utilizando observadores e declarações sobre urnas confiáveis. Na China, o imperialismo visa a balcanização, de modo a tomar Taiwan e a indústria de semicondutores, crucial no atual estágio de desenvolvimento das forças produtivas mundiais, além de um território privilegiado para forçar uma guerra,num estreito de pouco mais de 200 quilômetros da China continental.
Nancy Pelosi provocou para tentar impedir que os chineses adotem uma solução de força. No momento que o imperialismo não está preparado para intervir militarmente na região do Indo-Pacífico, manter a pressão sobre Taiwan, dividindo a China, é a solução encontrada pelo governo Biden, ou seja, continuar dividindo o povo chinês visando enfraquecê-lo para dominá-lo. Os russos deram o caminho das pedras, resta aos chineses, repensar a demonstração de fraqueza ao permitir um pouso do Air Force One.
