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Pró-Cultura

Este título é propriedade da Nintendo Co., Ltd.

Proibido reproduções não autorizadas, sujeito a um processinho camarada

– Blog do Pró Cultura

Não é novidade para ninguém que as empresas são como a materialização do pior pesadelo do ser humano. Seja uma empresa de vendas de roupas, produtos alimentícios, remédios ou qualquer coisa que o valha, esses tubarões fazem de tudo pra lucrar em cima dos funcionários e dos clientes. Desta vez, destacamos a maravilhosa, implacável e impirateável indústria dos 𝔳𝔦𝔡𝔢𝔬𝔤𝔞𝔪𝔢𝔰!

Mais especificamente, iremos relatar alguns dos famosos casos da Nintendo, desenvolvedora de jogos japonesa conhecida mundialmente por não tolerar nenhum tipo de imitação, cópia e até mesmo homenagens que contenham elementos de seus jogos.

A chamada pirataria é uma prática proibida por supostamente tirar muito dinheiro da indústria de videogames, filmes, músicas e outros para disponibilizar esses conteúdos ao público sem que esses tenham que pagar por ela. Isto também é ligado à chamada “propriedade intelectual”, na qual uma arte, um filme, uma música e outras coisas do tipo são pertencentes à alguém e, portanto, não podem ser replicadas de nenhuma maneira sem autorização do autor, assim como não podem ser utilizadas para ganhar dinheiro.

A Nintendo é o exemplo mais nítido desses fatores. Com um histórico gigantesco de processos em cima tanto de pessoas comuns quanto de empresas, a Nintendo não tolera nenhum tipo de violação de sua propriedade intelectual. Essa situação é evidente no mundo dos jogos, considerando que os personagens da empresa são famosos e carismáticos, não deixando de perder sua fama por conta dessas situações como, por exemplo, o icônico Mario.

Um caso famoso foi quando a empresa japonesa processou o sítio ROMUniverse por manter vários jogos piratas da Nintendo em sua plataforma, ganhando o processo e multando o sítio em US$ 2,1 milhões. O interessante dessas situações é que, na maior parte das vezes, sítios piratas não lucram com os jogos, mas sim, querem apenas disponibilizá-los ao público.

O leitor poderia argumentar que isso está dentro da lei e, portanto, é algo completamente aceitável. Primeiramente, apesar de estar dentro da lei, não é necessário que ninguém concorde com isso. Em segundo lugar, não são apenas os atos de pirataria que são punidos, mas também o campo da emulação e dos jogos feitos por fãs, o que, em tese, não vai contra a lei.

Os emuladores são amplamente conhecidos por conta da preservação de jogos. Com eles, é possível jogar jogos específicos de determinados consoles em dispositivos como um computador ou um celular. Isso é legal na medida em que, para funcionar, eles necessitam de informações advindas do console do usuários, assim como dos próprios jogos originais — ou seja, tudo aquilo que é utilizado pelo jogador já foi comprado anteriormente. A vantagem é que jogos antigos podem ser adaptados para qualquer dispositivo, colaborando muito para a preservação destes.

Isso, no entanto, depende da empresa “afetada” pela emulação. Como a preservação de jogos é algo muito bem visto pela comunidade de maneira geral, impedir que isso aconteça é um ato que traria apenas desvantagens para os usuários e para a empresas, pois a tendência é que seus jogos simplesmente desapareçam. Isso fez com que a Nintendo, em vez de simplesmente punir qualquer um que tentasse emular seus jogos, decidiu criar seu próprio emulador para preservar seus jogos — essa, entretanto, só permite que os jogos sejam emulados em consoles recentes da própria Nintendo (e não em computadores ou celulares, por exemplo), além de não disponibilizarem os jogos famosos que a maioria do público quer jogar, de acordo com os próprios jogadores.

Outro ponto não tolerado pela Nintendo e, diga-se de passagem, um dos mais polêmicos, é o fato dos jogos feitos pelos fãs também serem considerados como plágio, ou seja, um roubo da propriedade intelectual da empresa. Não só novos jogos baseados nos universos da Nintendo, mas também melhoramento desses para melhor jogabilidade. Um exemplo recente foi a adaptação feita por fãs do jogo “The Legend of Zelda: Breath of Wild” para 4k em computadores — a mudança apenas melhora os gráficos do jogo e, mesmo assim, é considerada como pirataria pela empresa japonesa.

Outro caso ocorreu com o sítio Game Jout, no qual qualquer fã da Nintendo pode desenvolver seu jogo e postar na plataforma. O sítio abrigava cerca de 379 jogos baseados nos personagens e universos da empresa e foi notificado de que eles seriam processados caso não retirassem todos os jogos do ar, uma vez que, por conta do sistema de propagandas do sítio, existia uma determinada porcentagem de ganho para os criadores dos jogos.

Um dos casos mais notáveis e, de certa forma, cômicos na questão da propriedade intelectual da empresa foi durante a realização de um campeonato de videogames chamado “The Big House”, que apresenta competições do jogo “Super Smash Bros.” da empresa japonesa — em 2020, por conta da pandemia da COVID-19, o torneio teria que ser realizado de maneira online, ou seja, não seria mais possível colocar dois jogadores em frente a uma televisão para que jogassem de maneira justa.

A solução para esse problema, no entanto, foi vetada pela Nintendo. Os organizadores do evento planejavam utilizar um emulador para que as competições fossem realizadas sem problemas de conexão, rodando o jogo de maneira a ser justo para os jogadores, assim como para que pudesse ser transmitido com qualidade para aqueles que assistiam o torneio. Isso não foi aceito pela empresa, que afirmou que, se o torneio fosse realizado, os organizadores do evento seriam processados por pirataria. O evento, no fim das contas, não foi realizado naquele ano.

Existem casos e casos sobre os processos da Nintendo, atingindo desde pessoas comuns que apenas queriam criar um jogo no seu universo favorito, até empresas e sítios que de fato praticam a pirataria. O fato é que, além de prejudicar boa parte de seus usuários, a Nintendo contribui para a política reacionária da defesa da propriedade intelectual, prejudicando a preservação dos jogos e a criatividade dos seus fãs, além de alimentar um nicho cada vez menor de jogadores, uma vez que os consoles e os jogos ficam cada dia mais caros e inacessíveis para as pessoas comuns.

Aguardamos o dia em que a Nintendo irá processar encanadores italianos de bigode.

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