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Caça às bruxas

Efeito Monark? PIG avança contra podcasts independentes

Monopólios perseguem todas as formas de comunicação que não estiverem sob seu controle.

O jornal golpista Folha de S. Paulo publicou uma matéria em que atacava os podcasts, em especial o Flow Podcast e o Podpah, por entrevistarem políticos, alegando que se trata de campanha eleitoral antecipada e que, portanto, eles deveriam estar submetidos à censura da Justiça Eleitoral.

A matéria cita que políticos, como o ex-presidente Lula, o golpista João Doria, o direitista Ciro Gomes e o ex-juiz Sérgio Moro, que são pré-candidatos à Presidência da República, participaram de ao menos um desses dois podcasts ao longo do ano de 2021 e utiliza esse dado para fazer campanha contra a liberdade de expressão.

É uma grande farsa. Todos esses políticos, com exceção de Lula, foram, no último período, impulsionados pela conjunto da imprensa golpista. Moro foi entrevistado pela Band pouco depois de sua entrevista no Flow Podcast e Doria passou todo o período da pandemia aparecendo na televisão e nos jornais para fazer propaganda de sua demagógica e farsesca política de vacinação. O problema, portanto, é que os podcasts não estão completamente nas mãos dos monopólios, de tal modo que o Flow, por exemplo, assim como chamou Doria, chamou também o presidente do PCO, Rui Costa Pimenta, assim como chamou Sergio Moro, também permitia que seu apresentador, Monark, expressa ideias contra a ideologia dominante.

Por isso, essa ofensiva contra os monopólios. Essa campanha por parte do Partido da Imprensa Golpista (ou PIG, que é o apelido dado aos partidos, jornais e demais meios de comunicação da burguesia que deu o golpe de Estado de 2016) vem logo após à campanha contra o Monark, que foi feita com base na calúnia de que ele seria nazista.

O que ocorreu, de maneira breve, é que o maior podcaster do Brasil defendeu o direito de organização pleno, independentemente da ideologia, citando que ele deveria ser válido até mesmo para os nazistas. A imprensa burguesa logo iniciou uma grande campanha de calúnia, de cancelamento e de perseguição pessoal contra o Monark – afirmando de maneira infundada que ele seria nazista, chegando a dedicar espaço no Jornal Nacional para atacá-lo; além disso, o PGR, principal membro do Ministério Público, também entrou na campanha de perseguição e abriu uma investigação contra o ex-apresentador do Flow por suposta “incitação ao nazismo”.

Depois de toda essa campanha, coincidentemente, a Folha dedicou uma matéria para atacar todos os podcasts de conjunto e defender que eles passem a ser regulados pela Justiça Eleitoral – ou seja, que eles estejam submetidos à censura do Estado. Obviamente, o que aconteceu contra o Monark não foi um fato isolado: foi um ataque coordenado por parte da burguesia, em especial pelo setor que detém o monopólio dos meios de comunicação, contra ele e, agora, contra todos os podcasts de conjunto a fim de manter seu monopólio.

A defesa da legislação antidemocrática, a saber, a proibição da “campanha prévia” serve apenas para isso. É, do modo mais literal possível, censura por parte do Estado. A defesa disso por parte da imprensa burguesa não é à toa: o Monark e, junto com ele, o Flow cresceram de tal maneira que se tornaram os maiores do Brasil no setor e nenhum podcast da Globo ou da Folha foram capazes de concorrer. Por sua vez, o Podpah figura, logo atrás do Flow, como o segundo maior podcast do Brasil. O ataque, primeiro ao Monark, e, agora, mais abertamente contra todos os podcasts de conjunto – com a defesa de sua censura pela Justiça Eleitoral – significa uma investida dos monopólios de comunicação para manter sua condição de monopólio, aniquilando toda a concorrência. Além disso, o Telegram também tem sido vítima dessa mesma campanha, com a Justiça Eleitoral ameaçando proibi-lo este ano utilizando como argumento que este permitiria que fake news circulem em seu aplicativo. Trata-se de um movimento do imperialismo para impedir qualquer concorrência contra a imprensa burguesa por menor que seja.

E é assim o modo tradicional de agir do imperialismo – aqui, é preciso uma concepção teórica do problema, coisa que boa parte da esquerda abandonou. O imperialismo não é uma força primeiramente econômica, mas, antes de tudo, uma força política – isto é, o imperialismo domina o Estado e o subordina politicamente. Na qualidade de burguesia que detém monopólios, a burguesia imperialista domina o Estado com o intuito de garantir seus interesses – ou seja: aniquilar a concorrência.

Quando as empresas imperialistas do setor automobilístico se utilizaram do Estado para aniquilar a Gurgel, montadora de carros brasileira, que tinha um projeto de um carro 100% nacional, elas se utilizaram da subordinação política que o país tem ao imperialismo para destruir sua indústria própria no setor automobilístico. Os monopólios de comunicação (Folha, Globo, Estadão, etc.) não agem de modo diferente.

A perseguição contra o Monark revela o modo de agir do imperialismo; o PGR se utilizar do seu cargo para dar sequência aos ataques contra o ex-apresentador do Flow revela que ele está politicamente subordinado ao imperialismo. Ao passo que o Youtube o proibir de abrir novos canais e o Grupo Globo atacá-lo revela que a política de censura atende aos monopólios.

Agora, a consequência lógica disso, que é uma maior restrição da liberdade de expressão para o restante da sociedade em favor dos monopólios de comunicação, é uma tendência revelada pela já citada matéria da Folha.

Ao fim e ao cabo, toda essa campanha contra o Monark existiu, primeiramente, para defender os monopólios de comunicação. O desdobramento disso é a restrição à liberdade dos podcasts em geral. Trata-se, obviamente, de uma medida antidemocrática em favor da Globo. Conforme informa o jornal golpista, já há projetos de lei tramitando no Congresso Nacional para reformar o Código Eleitoral e, com isso, incluir nele um dispositivo para a “regulamentação de novas plataformas”. 

“Regulamentação”, no caso, significa censura e “novas plataformas” significa a internet. A tendência expressa pela tentativa de criminalizar as fake news, pelo linchamento contra o Monark, pelo projeto de suspensão do Telegram e, agora, pela tentativa de enquadrar os podcasts na legislação eleitoral, é a tendência de suprimir, de maneira totalmente antidemocrática, as opiniões dadas na internet e, com isso, manter a imprensa burguesa como a única fonte de opinião para as amplas massas. Ou seja, trata-se de uma ação com o objetivo de manter um monopólio, de banir todas as opiniões que divirjam do que a Globo apontar como corretas. Nesse cenário, a esquerda de conjunto tem de denunciar energicamente essa campanha reacionária, que visa a tornar as eleições ainda mais antidemocráticas, ao invés de apoiar os monopólios na sua investida contra os direitos fundamentais da população.

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