Por quê estou vendo anúncios no DCO?

2022

É preciso organizar a candidatura de Lula junto ao movimento

É hora de colocar a mão na massa e trabalhar para derrotar a direita

lula about to give his first speech since being freed from wrongful imprisonment 1280×720

O mundo acompanha atento os próximos passos da situação política brasileira. Restam apenas oito meses para as eleições presidenciais. Transcorrido o processo previsto, o país mais importante da América Latina — e um dos dez mais importante do mundo  — definirá o seu rumo.

Em um momento tão polarizado, as eleições, por mais manipuladas que sejam pela classe dominante, acabam refletindo, à sua maneira, a luta de classes em curso. No caso brasileiro, ao que tudo indica, as eleições darão forma a um grande enfrentamento latente: o da esmagadora maioria do povo brasileiro contra os vampiros que estão dispostos a destruir por completo o País para alimentar os banqueiros.

A candidatura da direita ainda não tem uma forma clara. Seu conteúdo, já está evidente. Será uma filial do governo de Joe Biden, que defenda a invasão da Venezuela, de Cuba e da Nicarágua, que defenda a privatização completa do patrimônio nacional, que acabe com qualquer direito trabalhista, que permita que os capitalistas saqueiem por completo o País enquanto o povo morre de fome. Resta saber se o candidato será alguém como João Doria (PSDB), Sergio Moro (Podemos) e Ciro Gomes (PDT) ou o próprio Jair Bolsonaro.

O candidato da esquerda, por outro lado, já é sabido por todos. Da esquerda revolucionária — o PCO —, passando pela esquerda centrista — PT — e até mesmo a esquerda pró-imperialista — PSOL, PCB e UP —, todos reconhecem que a candidatura de Lula é a única com condições reais de derrotar eleitoralmente a direita. As pesquisas eleitorais da burguesia, mesmo manipuladas de acordo com seus propósitos, apontam Lula como franco favorito.

Mas e quanto ao conteúdo? Qual política, qual programa, qual a plataforma da candidatura de Lula?

Não obstante o que dizem os teóricos da esquerda pequeno-burguesa, a candidatura é a candidatura da luta contra a direita. Está acima das próprias ideias do ex-presidente Lula ou mesmo das formulações da direção do PT: a candidatura de Lula é a expressão de um movimento amplo, vivo e muito poderoso.

O que põe Lula como favorito nas pesquisas não é o trabalho de seu marqueteiro — afinal, Lula nem tem autorização da antidemocrática Justiça Eleitoral para fazer campanha. A força de sua candidatura vem da disposição das massas — da disposição de pôr abaixo toda a política de fome, repressão e arrocho do regime golpista. A força de Lula vem do fato de que seus apoiadores, independentemente das ideias do próprio Lula, veem em sua candidatura uma candidatura dos trabalhadores. Acreditam que uma vitória eleitoral de Lula corresponderia ao fim da PEC dos gastos, à revogação da reforma trabalhista, a uma nova política de empregos, ao fim das chacinas nas favelas etc. É por isso que sua candidatura tem o potencial de se transformar em um movimento generalizado rumo à dissolução do regime golpista.

A burguesia é consciente desse problema. Não é à toa que a Rede Globo lançou um novo “documentário” sobre a morte de Celso Daniel — uma jogada antiga para estimular os ataques da extrema-direita contra o PT. Logo virão, munidos pela Globo, os bolsonaristas acusar Lula, José Dirceu e “o PT” pelo assassinato do ex-prefeito de Santo André e sabe-se lá de quais outros crimes. O Estado de S. Paulo, jornal golpista que serve como uma espécie de circular interna para toda a burguesia brasileira, vem alertando para a proximidade do petista com as “ditaduras”, ao mesmo tempo em que procura indispô-lo com o restante da esquerda, acusando-o de submeter seus pares “a interesses particulares” e impedir sua “livre organização e modernização”.

Não é por acaso. Na medida em que expressa essa tendência de revolta contra todo o regime político, Lula vem demonstrando publicamente que, ao contrário de Michel Temer e Jair Bolsonaro, não pretende ser uma marionete dos golpistas. O ex-presidente prometeu revogar a reforma trabalhista, mudar a subserviente política de preços da Petrobras e se alinhar com a China. Trocando em miúdos, Lula vem se apresentando como o oposto do que quer a direita.

A que vem a candidatura de Lula é um problema já elucidado. O problema central é: como garantir que a candidatura se transforme em um movimento de massas e imponha a vontade do povo sobre a ditadura dos golpistas?

Neste momento, a questão decisiva é a construção dos comitês de luta em defesa da candidatura de Lula. Essa deve ser a prioridade de todo o movimento: deve ser feito em absolutamente todos os lugares.

Uma candidatura que é, na verdade, a expressão de um movimento não pode ficar refém dos métodos tradicionais de campanha eleitoral. Confiar que Lula “já ganhou” ou ainda que o petista será eleito por meio de negociatas e de uma propaganda genérica é um erro que a esquerda já experimentou em inúmeras oportunidades. É o mesmo que esperar que a burguesia, que controla a grande imprensa e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), irá assistir, de braços cruzados, a vitória de seu inimigo.

É certo que já existe uma grande tendência da população, principalmente a população trabalhadora, de votar em Lula. Essa tendência, no entanto, precisa se transformar em uma tendência de luta. Simplesmente fazer uma campanha eleitoral qualquer, distribuir um panfleto e pôr um adesivo no dia da eleição, não tem qualquer efetividade.

Em primeiro lugar, porque a eleição vai ser muito dura. É preciso, portanto, que se formem comitês em todos os bairros populares, todos os sindicatos, todas as categorias de trabalhadores, todos os assentamentos e todas as ocupações que, além de fazerem campanha de rua, batendo de porta em porta, de casa em casa, organizem uma verdadeira campanha política. Organizem atos de rua, protejam a esquerda da extrema-direita, respondam com uma imprensa poderosa à campanha suja que está por vir. As eleições serão uma guerra, e o Exército de Lula serão os comitês.

A candidatura de Lula é a expressão de um movimento poderoso, que envolve desde o mais esmagado dos indivíduos, que conta as moedas para comprar sua sopa de cada dia e que sonha com dias melhores, à rebeldia mundial contra o imperialismo, vista em países como Venezuela, Cuba e Afeganistão. Não basta, no entanto, ter a força, mas não ter as armas: a ponta da lança desse movimento são justamente os comitês de luta.

Uma vez que a campanha seja vitoriosa, os comitês continuam sendo tão ou até mais importantes. Afinal, o próprio governo Lula, caso se concretize, será um governo muito problemático, pois será estabelecido em meio a uma grande pressão da burguesia. Será como o governo do bielorrusso Aleksandr Lukashenko, que chegou a sofrer sanções da União Europeia para que não formasse governo. Ou como o bizarro caso da Venezuela, em que o fanfarrão Juan Guaidó se autoproclamou presidente para tentar desestabilizar o governo de Nicolás Maduro.

Será preciso uma organização popular que garanta o governo nas ruas. Os comitês de luta devem ser uma organização que permita uma ação positiva, tomando a iniciativa de fazer a campanha por Lula Presidente, de propor a estatização da Petrobras e travar uma guerra contra a burguesia, e também uma reação em caso de algo como o golpe de Estado de 2016.

Ao mesmo tempo que os comitês são uma política combativa, são também uma política de massas. Seu caráter tenaz e aguerrido deve ser completado com a maior amplitude possível. O Exército do povo, a serviço da candidatura de Lula, deve ser o oposto do Exército da burguesia. Em oposição aos mercenários, aos picaretas vendidos da imprensa burguesa, aos capitães do mato da Polícia Militar, os comitês devem ser compostos por absolutamente todos os interessados na derrota da direita. Isto é, por todos os brasileiros.

É hora de reunir já os os vizinhos, os amigos do bairro, os colegas de trabalho e todos — absolutamente todos — e colocar a mão na massa. Lula Presidente, Lula já!

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.