As eleições de 2022 serviram para consolidar um fato já estabelecido nas eleições nacionais de 2018: enquanto o golpe de Estado prossegue, o centro do regime político brasileiro e, com ele, o principal partido da burguesia e do imperialismo, o PSDB, entram em colapso.
O tucano está em extinção na política nacional
Após um desastre histórico para o PSDB no ano de 2018, as eleições atuais serviram para enterrar de vez o partido do centro do jogo político nacional. A nível nacional, o PSDB ficou fora mais uma vez da disputa presidencial, sem candidato próprio e sem coligação vitoriosa. Já em relação ao Senado, o partido não elegeu sequer um único senador em todo País.
A nível estadual, tiveram a mais importante derrota de sua história, na qual, após mais de três décadas de domínio, o partido perdeu o controle do governo do estado de São Paulo, o mais importante da federação e seu porto seguro.
Indo além, o partido também não conseguiu eleger nenhum governador em primeiro turno, e onde compete, ainda em segundo turno, está colocado em situação desfavorável, tendo em todos os casos seus candidatos como o segundo colocado nas urnas. Como não bastasse, a já pequena bancada de 22 deputados federais foi reduzida nestas eleições para míseros 13 deputados, estando abaixo de partidos secundários na luta política nacional, como o PSOL, que figurou com 14 deputados neste ano.
Não sobra um
Dentre suas principais lideranças políticas, resta o apagado Aécio Neves, reeleito deputado federal, uma figura que tornou-se inexpressiva após o avanço do golpe, além de Eduardo Leite, pretenso candidato a presidência que naufragou em meio à crise no interior do partido que, hoje, tenta, sem muita possibilidade de vitória, ganhar no segundo turno contra o candidato bolsonarista no Rio Grande do Sul.
Já a então principal figura, João Doria, o “homem da vacina”, também pretenso candidato à presidência e primeiro nome levantado pela terceira via, hoje não é mais governador de São Paulo, tampouco deputado, não ocupando qualquer papel nas instâncias políticas nacionais. Nem mesmo o tradicional político José Serra foi capaz de se eleger a deputado
Nestas eleições, o PSDB teve os seus piores resultados eleitorais em toda sua história, tornando-se um verdadeiro defunto da política nacional, um reflexo claro da situação moribunda do regime político brasileiro e de todo centro, da direita tradicional e dos partidos do imperialismo.
O golpe de Estado acabou demolindo o partido, coisa que já estava acontecendo durante os governos do PT. Esse fenômeno está relacionado à falência do centro político em todos os países, principalmente na Europa, onde em locais como a Itália é perceptível a crise geral do sistema em conjunto com a ascensão da extrema-direita fascista.
É preciso fechar o caixão do PSDB
O PSDB, por ser o partido do imperialismo, expressa a falência do próprio imperialismo, a crise geral do regime imperialista em todo o mundo. O golpe de estado, que serviu para tentar recolocar o imperialismo no regime, acabou acelerando a decomposição do próprio PSDB. Por isso, é preciso que a esquerda tenha uma política clara em relação a estes golpistas.
Com o início do segundo turno, dentro da esquerda pequeno-burguesa, já se ventila a possibilidade de uma aliança ainda mais ampla de Lula com os tucanos, recolocando os já moribundos golpistas de volta à cena política. Esta aliança, em nome da suposta luta em defesa da “democracia”, é, na realidade, um grande golpe, uma das últimas esperanças da direita golpista e do imperialismo reviver este pilar fundamental do regime golpista brasileiro.
O PT e a esquerda não deve se esforçar agora pra ressuscitar o PSDB, um partido inimigo do povo brasileiro. O fim do PSDB é uma vitória para todos os trabalhadores, é o fim do partido do imperialismo no País e do principal articulador do golpe de Estado no Brasil. Para combater a extrema-direita, não se pode reviver os pais destes fascistas, mas sim ir à esquerda, mobilizar os trabalhadores e garantir nas ruas a vitória de Lula.





