Na sexta-feira, 11, a ditadura do passaporte vacinal tomou as portas da Universidade de Brasília (UnB), impondo uma restrição aos estudantes e frequentadores do local. A decisão foi tomada pelo Conselho de Administração (CAD) no dia 27 sob o argumento de garantir a segurança dos membros da comunidade universitária durante a pandemia.
Aos que desejam entrar, tornou-se obrigatória a apresentação do cartão de vacinação com dados das doses recebidas, certificado de vacinação do SUS ou internacional. Além disso, é necessária a apresentação de documento de identidade comprovando que o vacinado é o próprio. Segundo resolução do CAD, é preciso demonstrar a aplicação de todas as doses com base na faixa etária recomendada para o Distrito Federal. Isso mesmo: “Todas as doses disponibilizadas no Distrito Federal para cada faixa etária, incluindo dose(s) de reforço, em conformidade com o cronograma de vacinação especificado pelo Governo do Distrito Federal”, de acordo com o próprio documento.
Caberá, de agora em diante, aos funcionários da UnB, a tarefa de barrar a entrada dos “errantes” (termo irônico para os que decidiram não tomar a vacina), ou até mesmo os que não conseguiram obter todas as doses por conta da má administração do poder público. Esse esforço não se resume aos adultos. “Para toda criança acima de cinco anos será solicitada ao responsável a apresentação do comprovante de vacinação para a dose que já estiver disponível para ela. O mesmo procedimento se aplica à dose de reforço: os vigilantes e porteiros estão sendo orientados a fazer a leitura dos cartões de vacinação contando quatro meses a partir da data da segunda dose [quando o reforço deve ser tomado]”, explica a decana Rozana Naves. “A atualização do cartão deve considerar sempre o calendário de vacinação do Governo do Distrito Federal”, complementou. Apenas os que apresentarem prerrogativa médica para não tomarem a vacina serão aceitos sem a vacinação.
Ademais, os acessos serão restringidos em diversos pontos, condensando o trânsito de pessoas em alguns locais fiscalizados pelos “guardas da vacina”. Essa medida, assim com tantas outras postas em prática pelos políticos reacionários que, desde o início nada fizeram para conter a situação, é completamente autoritária, pois ataca diretamente os direitos do povo. Ao invés de convencer, o que é um dever principalmente de uma universidade, cuja função é servir como um espaço para discussões, um espaço mais progressista, é dela que vem a obrigação de tomar a vacina, minando os direitos básicos do povo. Isso também é uma medida para tentar justificar a volta às aulas, o que é um completo absurdo. Essa pressão não é por acaso. Há uma intensa campanha para a volta às aulas realizada pela burguesia e pela imprensa golpista. Com o aprofundamento da crise econômica, os capitalistas da educação querem atirar os estudantes ao imprevisível, a mortandade crescente por conta da nova variante da COVID-19. A juventude precisa se organizar em comitês de luta estudantis em direção a uma greve geral contra a volta às aulas, mas também contra o EAD, que é um projeto de privatização do ensino. Essa greve deve ter o Fora Bolsonaro e Lula Presidente como principais palavras de ordem.