O número de demissões e fechamento de agências no Banco Bradesco, além de levar aqueles que perderam os seus empregos ao desespero, por conta da política dos banqueiros da obtenção de lucro a qualquer preço, tem ocasionado o adoecimento, daqueles que permanecem no banco, devido ao acúmulo de serviço.
Em pouco menos de dois anos, a direção do Bradesco já fechou 1.088 agências em todo o País e a demissão de mais de oito mil e quinhentos trabalhadores, o que deve levar, até o final do ano, a demissão de mais de 10 mil bancários.
Em consequência a esta política reacionária dos banqueiros, de demissão em massa, os trabalhadores estão sendo obrigados a dar conta do serviço chegando a trabalhar por até três funcionários, o que vem gerando um gigantesco transtorno para os trabalhadores, que enfrentam problemas crônicos com adoecimentos de características laborais, tais como LER/DORT e problemas psicológicos (depressão, ansiedade, síndrome do pânico, estafa, etc.), por conta das pressões dos chefetes de plantão para que os trabalhadores atinjam metas de venda de produtos bancários.
É necessário destacar que a demissão em larga escala e a superexploração dos trabalhadores é uma das faces da política dos banqueiros golpistas em descarregar, sobre as costas dos trabalhadores, o ônus da crise capitalista que só vem se agravando.
Esses números de demissões e fechamento de agências e dependências bancárias no Bradesco não vão parar por aí. Uma categoria que contava com cerca de 800 mil trabalhadores, nacionalmente, na famigerada era de FHC, na década de 1990, hoje conta com um pouco mais de 470 mil. Dados divulgados pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estudos Sócios Econômicos), o total de afastamentos em todos os setores por doenças com causas mentais e comportamentais nos anos de 2021 a 2017, somente os bancos são responsáveis por 15% desse total. A proporção aumenta para 16% se considerar os afastamentos por depressão. Ou seja, a política dos banqueiros e seus governos para com a categoria bancária é uma verdadeira fábrica de adoecimento por motivos laborais.
Não há outro caminho para a categoria bancária que não seja a luta pela defesa dos seus empregos e por mais contratações. Organizar um movimento nacional dos bancários, imediatamente, para barrar os ataques reacionários dos patrões. Preparar uma vigorosa campanha contra as demissões e um conjunto de medidas que visa liquidar com os direitos dos bancários, com plenárias nacionais, encontros regionais presenciais, com o objetivo de preparar a luta no próximo período em que a categoria estará em campanha salarial, cujo um dos pontos fundamentais seja a luta pela estabilidade no emprego.