Neste domingo (13), retomamos os debates dominicais organizados pelas células do PCO Internacional. O debate foi muito interessante e enriquecedor. Os temas pautados para o debate foram:
– Governo Lula nem começou e já está sob pressão. Apoio popular será fundamental.
– Qual o papel dos brasileiros no exterior?
Vamos dar uma pincelada no que foi conversado:
Nos primeiros 20 minutos, conversamos sobre diversos temas atuais, sobre a declaração de Guido Mantega e sobre a participação de um militante do PCO em Barcelona num protesto contra a nova tentativa de golpe da direita.
Outro assunto muito discutido foi sobre o crescimento do eleitorado bolsonarista e como atrair esse eleitorado para a esquerda. Uma das sugestões seria a necessidade da esquerda investir mais num trabalho mais abrangente nas redes sociais e, finalmente, tentar atrair mais o eleitorado bolsonarista com questões concretas, condizentes com as necessidades da população, ao invés de criminalizá-lo.
Uma participante de Nova Iorque expressou a impotência de muitos brasileiros que moram no exterior frente a situação brasileira, de como viabilizar uma participação mais ativa na política nacional, especialmente no governo Lula.
Depois foi feita uma introdução por um companheiro da Célula Internacional:
Lula foi eleito num momento de crise muito grande e precisará fazer um governo popular, um governo apoiado pelo povo. Se o Bolsonaro atrai um setor da população pelas pautas moralistas, a necessidade do governo Lula focar mais na economia das “bolsas sem valores” da grande maioria da população sustentada por um apoio popular se torna premente a fim de garantir que o governo se mantenha. Naturalmente, não se trata do mesmo foco na economia que a burguesia quer que seja dado. Antes de Lula assumir o governo, a grande imprensa se empenhou ferozmente em colocar o Lula na linha do “mercado”.
Outro ponto da discussão foi sobre os instrumentos de pressão da burguesia sobre o governo Lula. Algumas dessas estratégias golpistas foram lembradas: Belo Monte, “Não Vai Ter Copa”… Enfim, manifestações “populares” instrumentalizadas pelo Imperialismo para provocar desestabilização no governo da ex-presidenta Dilma Rousseff.
Lula fala que o Brasil é um País soberano, a maioria dos seus discursos têm sido marcadamente mais alinhados ao trabalhador do que aos interesses imperialistas. Lula tem sido pressionado pela direita burguesa e por setores da esquerda que adentraram no microcosmo da pequena burguesia, cujas reivindicações possuem um viés mais moralista do que programático e que, em última instância, servem exclusivamente aos interesses dos imperialistas. Por quê? Enquanto se pleiteia por temas ecológicos, identitários e outros que não “assustem” o chamado “mercado”, os temas sociais, imprescindíveis para melhorar a vida da maior parte da população, ficam relegados a um segundo, terceiro… décimo plano.
Neste contexto, se enfatizou a necessidade do novo governo priorizar exatamente os temas de interesse da população: manter e ampliar o chamado auxílio Brasil de 600 reais; estimular processos desenvolvimentistas, etc.
Com respeito a uma gestão mais pró-povo e menos pró-burguesia, foi lembrado o processo acirrado de desindustrialização nos governos Bolsonaro e do seu antecessor, o golpista Michel Temer, sem falar da destruição de direitos trabalhistas, da precarização da saúde, educação, da entrega de grandes empresas estatais, o fechamento de várias indústrias no Brasil, etc. E, nessa ótica dos setores burgueses e pequeno-burgueses, ou seja, privatizar tudo, entregar nossos recursos e indústrias ao capital estrangeiro, desmatamento zero, investimento zero no desenvolvimento do país, dificilmente o brasileiro vai voltar a sorrir e a sonhar, como o companheiro Lula sempre afirma ser o seu objetivo.
E, com isso tudo, qual é o papel dos brasileiros no exterior?
Houve um consenso que é preciso fortalecer e se unir aos setores de esquerda existentes nos diversos países e, se possível, exercer uma atuação na política local.