A Copa do Mundo no Catar está demonstrando um nível altíssimo de polarização. O mundo inteiro tem consciência do quanto uma disputa entre Irã e Estados Unidos, por exemplo, é acirrada. Muitos comemoraram também a vitória da Tunísia contra a França, assim como estão torcendo para países como Gana contra Portugal, Irã contra Inglaterra, Senegal contra Holanda e, na prática, por qualquer país oprimido que esteja contra qualquer país imperialista.
Nesse sentido, o Brasil se destaca. Tendo saído vitorioso nos últimos dois jogos da fase de grupos, a Seleção canarinha já está classificada para as oitavas de final da Copa, e não com pouco apoio.
“Dizem que o Brasil é a seleção preferida dos países da periferia do sistema. Palestina, Líbano, Bangladesh, Índia, Haiti, Moçambique… Todos enxergam na nossa cultura e pele os seus próprios anseios de grandeza, força e beleza. Estamos de volta, irmãos!”, diz o tuíte de um internauta sobre um vídeo viral no qual um grupo de palestinos comemora a vitória do Brasil contra a Suíça no jogo ocorrido na última segunda-feira (28), no qual o Brasil ganhou de 1×0.
As últimas Copas foram todas realizadas em países oprimidos e que passaram por algum tipo de ataque recente do imperialismo. A África do Sul, em 2010; o Brasil, em 2014, o qual vem passando por uma crise gigantesca desde o golpe de 2016; a Rússia, em 2018, que foi inserida numa guerra pelo imperialismo e é atacada por todos os lados; e agora o Catar, em 2022, que tem sofrido uma série de ataques, sobretudo com ângulos identitários, por conta de suas leis em relação às mulheres, aos gays e aos imigrantes.
Os países oprimidos vem numa ascensão nessa copa. Para quem acompanha assiduamente aos jogos, é possível perceber uma série de torcedores com bandeiras da Palestina, defendendo o país e pedindo sua libertação de Israel. É possível ver também diversos vídeos, como esse mostrado anteriormente, de povos oprimidos comemorando a vitória do Brasil nos jogos, demonstrando, no fim das contas, que a Seleção voltou com tudo nessa copa e que conta com a torcida desses países para liderá-los à vitória.
O vídeo abaixo circulou nas redes sociais como sendo uma comemoração da população haitiana em Porto Príncipe após a vitória do Brasil contra a Suíça
Jamaica
Haiti
Líbia
Como visto, o Brasil tem um apoio gigantesco dos países oprimidos, e volta com tudo à Copa para não só levar o hexa para casa, mas também para fazer o que faz de melhor no futebol: enfrentar o imperialismo.
A Copa é um evento global no qual os países oprimidos se destacam, onde finalmente eles podem ficar cara a cara com seus opressores e vencerem, representando uma vitória no evento mais popular do mundo. Por esse motivo que o Brasil é tão apoiado, ainda mais sendo nosso País o mais habilidoso no esporte, com uma quantidade de craques inigualável que não se vê no resto do mundo.
Um caso recente que demonstra a solidariedade quanto aos povos oprimidos foi o acontecimento com Tite e sua família após a estreia do Brasil no Catar. A filha do técnico da Seleção estava voltando com os dois filhos para o hotel e, a caminho do metrô, um de seus filhos dormiu e ela estava com dificuldade de levá-lo. Um homem com a bandeira da Palestina se ofereceu para ajudá-la e levou o garoto até o final do trajeto.
Tite, ao saber disso, comentou a história em uma coletiva de imprensa e falou que gostaria muito de conhecer o árabe que ajudou sua filha. Ao saber disso, durante um treino do Brasil, o encontro foi realizado e o técnico entregou uma camisa da Seleção autografada ao palestino que, segundo a imprensa, é torcedor da Seleção Brasileira.
“Eu gostaria de conhecer o árabe. Porque mostra um senso de solidariedade que transcende o lado do futebol, o lado humano. Claro que a gente quer ganhar, claro que a gente vem aqui e tem que ser responsável para ser campeão, claro que eu sei. Mas tem algumas coisas que transcendem. Ser solidário.”, afirmou Tite na coletiva de imprensa.
Essa é mais uma demonstração de que, mesmo todos os países oprimidos querendo ganhar, no final das contas, o que une os países na Copa é o apoio uns aos outros contra seu opressor, o imperialismo. É por isso que, assim como os torcedores do Haiti, da Jamaica e da Líbia torcem pelo Brasil, os torcedores de Gana, Irã e até mesmo Camarões, com quem o Brasil irá jogar contra na próxima sexta-feira (2), poderão e possivelmente irão torcer pelo Brasil conforme este for chegando cada vez mais próximo do Hexa.
Os povos oprimidos irão se unir em torno do Brasil, e este orgulhosamente irá liderá-los não só para o Hexa, mas para um chute no estômago dos países imperialistas que, apesar de sua campanha contra os países participantes e contra o Catar, estão mais do que nunca ameaçados, pelo menos na Copa.