Na terça-feira da semana passada (18), o canal De Olho nos Ruralistas publicou um vídeo apresentando o que eles consideram como a “nova bancada socioambiental” do Congresso Nacional. Conforme indica o tema, trata-se de um balanço dos candidatos eleitos no primeiro turno das eleições deste ano que teriam algum tipo de relação com o movimento sem terra e/ou indígena no Brasil.
A imensa maioria dos nomes citados é de candidatos do Partido dos Trabalhadores (PT) e, em geral, figuras pequeno-burguesas que mais confundem e atrapalham a luta dos trabalhadores do que o contrário. São, nesse sentido, representantes das direções dos movimentos de esquerda que, confusos, promovem uma verdadeira paralisia de suas organizações.
Todavia, alguns dos nomes citados chamam atenção por não serem, nem de longe, representantes da luta do povo do campo e dos indígenas. É o caso de Marina Silva (Rede-SP), Sônia Guajajara (PSOL-SP), Célia Xakriabá (PSOL-MG) e Heitor Schuch (PSB-RS).
“Amigo” dos trabalhadores que votou à favor do impeachment
Partindo do menos escandaloso, temos Heitor Schuch. O simples fato de que Schuch faz parte do PSB já tira o mérito de sua suposta credencial de representante de qualquer tipo de movimento progressista. Afinal, trata-se de um partido burguês que, principalmente nos últimos anos, tornou-se uma espécie de PSDB com um verniz esquerdista.
Como se não bastasse, Heitor, exercendo o cargo de Deputado Federal após ser eleito em 2014, votou à favor do impeachment de Dilma Rousseff, um dos principais capítulos do golpe de Estado que o imperialismo orquestrou no Brasil.
Aqui, cabe a pergunta: é possível apoiar o golpe e, ao mesmo tempo, apoiar os trabalhadores? Decerto que não, pois a intervenção imperialista no Brasil tem como objetivo fundamental massacrar os direitos e a condição de vida da classe operária brasileira.
As “índias” apoiadas pelo capital financeiro
O caso de Célia Xakriabá e de Sônia Guajajara já foi abordado no detalhe por este Diário. Todavia, cabe ressaltar, mais uma vez, de onde veio o financiamento de suas campanhas, principalmente levando em consideração as atualizações recentes do mesmo segundo site oficial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Célia Xakriabá
Na lista de doadores da campanha de Célia, Pedro Godoy Bueno ocupa o primeiro lugar com R$ 150.000,00. Na lista da Forbes de pessoas mais ricas do mundo, Pedro ocupa a 2448° posição. Sua fortuna, feita por meio do Grupo Dasa, a maior rede de saúde integrada do País, está na casa dos 1.1 bilhão de reais. Um capitalista de peso.
Em segundo e quinto lugares estão, respectivamente, Elisa Sawaya Botelho Bracher e Beatriz Sawaya Botelho Bracher que, juntas, doaram R$ 80.000,00. Ambas são filhas de Fernão Carlos Botelho Bracher, um dos maiores banqueiros do Brasil, e irmãs de Candido Botelho Bracher, ex-presidente do Banco Itaú e capitalista com capital social de mais de 1 bilhão e 400 milhões de reais.
Sônia Guajajara
Queridinha da esquerda pequeno-burguesa, Sônia também possui laços profundos com o imperialismo.
Em sua lista de doadores, constam, também, os nomes Elisa e Beatriz Botelho Bracher. A primeira destinou R$ 240.000,00 à campanha de Guajajara, enquanto que a segunda, R$ 35.000,00. Ou seja, foram quase 300 mil reais doados à candidatura da deputada do PSOL por parte de figuras diretamente ligadas ao grande capital. Mais uma vez, uma prova clara de que a política de Sônia está de acordo com os interesses do imperialismo.
Além disso, no vídeo em questão, Sônia deixa claro seu interesse em aproximar a sua atuação política com a do imperialismo, principalmente o europeu que, no último período, encabeçou, por meio de seu parlamento, duros ataques à soberania nacional por meio de sanções relacionadas ao desmatamento:
“Agora, enquanto parlamentar, acho que temos a força de articular diretamente, enquanto bancada, com o parlamento europeu e com outros parlamentares de outras partes”, colocou Guajajara.
É um comentário que, ao menos, condiz com a relação de amor entre a parlamentar e os países imperialistas. Afinal, foi ela quem implorou a John Kerry, Secretário de Estado dos Estados Unidos, que interviesse diretamente no território nacional.
Marina Silva, a mais amada pelo imperialismo
Marina Silva dispensa grandes comentários. Nas últimas décadas, ficou absolutamente evidente que ela defende uma política absolutamente avessa à soberania nacional e, com isso, de acordo com o imperialismo. Não é à toa que Neca Setúbal, a herdeira do Banco Itaú, já declarou apoio inúmeras vezes à candidata da Rede.
Assim como Célia, Marina também recebeu R$ 150.000,00 de Pedro Godoy Bueno. Ademais, no vídeo, deixou claro que serve aos interesses do imperialismo, dando uma prévia de como será a sua atuação na Câmara dos Deputados.
“Há um interesse sim da União Europeia, de setores do governo Biden de que tendo uma situação de segurança política, democrática, institucional no Brasil, de assumir determinados investimentos em vários setores”, afirmou Marina.
O imperialismo quer invadir a Amazônia e roubá-la para si
Fato é que existe uma intensa mobilização por parte do imperialismo para que consiga extirpar do território brasileiro a maior quantidade de recursos naturais possível. Dentro disso, tem a Amazônia como alvo principal, justamente por representar uma região de enorme riqueza no que diz respeito à obtenção de matéria prima e pesquisa científica.
Consequentemente, iniciou-se uma ampla campanha, encabeçada, principalmente, por Marina Silva e Sônia Guajajara, que acusa o governo brasileiro de ser incompetente a ponto de que o imperialismo teria que intervir militarmente na região para “proteger” a Amazônia.
Todavia, em decorrência, acima de tudo, do investimento que essas figuras receberam nas eleições e na propaganda que é feita, por parte da imprensa imperialista, sobre elas, fica claro que trabalham à serviço do grande capital para destruir a soberania nacional. Um verdadeiro crime de lesa pátria.
No final, essa nova bancada “socioambiental” nada mais é do que uma bancada à serviço de George Soros e do Banco Itaú. Conjunto de políticos que promete, nos próximos anos, agir para entregar o Brasil ao imperialismo.