O preço da gasolina atingiu o valor de R$ 8,029 o litro no interior do Estado do Rio de Janeiro esta semana. Emblemático isso ter acontecido exatamente nessa região do país, berço do pré-sal.
No Brasil-colônia o império português proibia a instalação de manufaturas em nosso solo. As mercadorias deveriam ser importadas por intermédio dos lusitanos. Daqui se queria a madeira “vermelha”, Brasil, depois o açúcar, o ouro, o café e agora o petróleo. Os produtos manufaturados, no interesse dos países imperialistas, deveriam, e ainda devem hoje, vir de fora. Exportamos a matéria-prima a preço baixo e importamos produtos de maior valor agregado a preço alto.
As iniciativas de desenvolvimento nacional são dificultadas e impedidas, na marra, se for necessário. O povo é educado a achar o produto, a tecnologia e a cultura estrangeira melhor e superior.
Nação rica por natureza, praticamente com toda extensão territorial habitável, solo fértil, clima agradável, recursos naturais incomparáveis, um litoral imenso, um povo miscigenado que parece ter herdado o melhor de cada origem. Como conseguem segurar esse colosso? A contenção não pode durar para sempre.
Por mais que os impérios tentassem, esse país sempre encontrou meios para crescer e se desenvolver. No início do século XX o Brasil esteve perto de ter uma das maiores frotas da marinha de guerra do mundo e o marinheiro negro manobrou com maestria os monstros de aço na Baia de Guanabara e fez sua revolta. Aproveitando as brechas provocadas pelas guerras mundiais construímos um parque industrial e tecnológico enorme e diversificado, provavelmente o maior dentre os países atrasados. No início do século XXI com tecnologia própria e sem precedentes no planeta, extraímos petróleo das profundezas do oceano, do pré-sal. Difícil segurar esse povo.
Com todo esse petróleo disponível atualmente no país, estamos obrigados a importar gasolina ao preço de mercado, em dólar, enquanto os trabalhadores recebem em real. A Petrobrás, já semi-privatizada, atua para promover o lucro de seus acionistas da bolsa de Nova Iorque. Novamente temos a matéria-prima, petróleo, mas falta a indústria, refinarias, para fazer a gasolina. As que existem estão sendo sucateadas e privatizadas.
O capitalismo, senil e decadente, na fase imperialista, a última segundo Lenin, sobrevive às custas da exploração brutal de todos os povos.
Um país soberano com grandes reservas de petróleo, alta capacidade de refino, empresas de alta tecnologia e capacidade de inovação, como a Petrobrás por exemplo, não atende aos interesses do imperialismo. Eles querem a Petrobrás e, em última instância, a sua maior riqueza: o pré-sal.
Hoje, mais que em 1822, o grito ecoado no Ipiranga, “independência ou morte”, faz mais sentido do que nunca.
Só a mobilização popular, com um governo dos trabalhadores, pode levar o Brasil e os povos do mundo ao pleno desenvolvimento.