Através do seu Ministro das Relações Exteriores, a China denunciou o intervencionismo do National Endowment for Democracy (NED). Zhao Lijian chamou o NED de “segunda CIA”, pois responde diretamente ao governo norte-americano e financia ONGs para servir aos interesses estratégicos do imperialismo.
A denúncia chinesa
Disfarçado sob o manto da “imaculada” democracia burguesa, o Fundo Nacional pela Democracia (tradução do nome da organização) é na verdade um inimigo mortal de qualquer sopro democrático no mundo. A própria palavra “democracia” é ela mesma uma arma antidemocrática, usada inúmeras vezes para impulsionar golpes de Estado contra governos desobedientes em determinadas questões ao imperialismo.
As ONGs manipuladas através do financiamento com verba direta do governo dos Estados Unidos estão envolvidas em praticamente todas as atividades golpistas das últimas décadas. É o caso das “revoluções coloridas” na Geógia, Ucrânia, Primavera Árabe e até na própria desintegração da União Soviética. O Ministro de Relações Exteriores da China denunciou ainda que o NED tem impulsionado protestos na Tailândia, Nicarágua e, claro, Cuba e Venezuela.
A China denuncia também a atuação do NED em territórios chineses, como Xinjiang, Hong Kong, Tibete e Taiwan, impulsionando movimentos separatistas para esquartejar o gigante asiático. Por fim, Zhao Lijian prevê que a cada dia vai ficando mais claro para a “comunidade internacional” a “verdadeira face” do NED e que o histórico sujo da organização será reconhecido amplamente nos diferentes países.
“Fundo Nacional pela Democracia”
Por trás de um nome bonitinho muitas vezes se encontra algo verdadeiramente monstruoso. Na política isso é quase uma regra, como o tal “neoliberalismo” que promove repressão, destruição e fome ao redor do planeta. No caso do NED, como já dito, a bandeira da democracia é usada para atropelar a vontade popular.
Criado para assumir parte das funções da CIA, por motivos óbvios, o NED aparece no cenário político mundial em 1983. Diante da crescente associação da CIA com inúmeros golpes de Estado e intervenções diversas mundo afora, o imperialismo desmembrou esse braço “ideológico” da organização. Afinal, ficava muito complicado para uma ONG ser financiada diretamente pela CIA e fingir alguma autonomia no próprio país.
Com orçamento milionário, o NED vem sistematicamente financiando diversos tipos de grupos opositores em países cujos governos não “colaboram” com o imperialismo como os donos do mundo consideram suficiente. São os casos atualmente de Rússia, China, Irã, Cuba, Venezuela, Nicarágua e muitos outros, em maior ou menor escala. Foi o caso no Brasil durante o desenvolvimento do golpe de Estado de 2016 e na Ucrânia no golpe de 2014 que levou os nazistas ao poder. O identitarismo tem sido uma ferramenta ideológica importante em várias oportunidades.
O NED no Brasil
No Brasil, o NED atua a partir de diversas iniciativas direitistas, porém que se apresentam de maneira disfarçada. É o caso do projeto “Fura Bolha” da Fundação Fernando Henrique Cardoso, que produziu as infames conversas entre Sâmia Bomfim e Kim Kataguiri e entre Marcelo Freixo e Janaína Paschoal. O próprio FHC, o “Príncipe da Privataria”, teve atuação marcada no processo do golpe e atualmente procura articular a candidatura da terceira via, mais alinhada ao imperialismo do que o próprio Bolsonaro.
Diretamente financiado pelo NED temos atuando também o “Pacto pela Democracia”, que reúne muitas ONGs sob seu guarda chuva. É o caso, por exemplo, de Greenpeace, Instituto Sou da Paz, Politize, Educafro, Geledés, RenovaBR e Instituto Marielle Franco. Dois pilares dão o tom geral do discurso dos filhos do “Pacto pela Democracia”, a “despolarização” e o identitarismo.
Indiretamente, como vastamente denunciado neste Diário, há o caso do Instituto pela Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE), onde trabalha o “Boric brasileiro”, que a imprensa tenta vender como “novo Lula”, Guilherme Boulos. O instituto tem parceria com o think tank Global Americans, este financiado diretamente pelo NED.
Como anunciou Zhao Lijian, a cada dia fica mais difícil de encobrir o serviço sujo levado a cabo pelo NED.