O problema da corrupção faz parte do repertório típico de campanhas farsescas da burguesia. A respeito das estatais, a campanha apenas aumenta, buscando forçar a privatização das empresas. No entanto, os resultados da entrega da Petrobrás, a maior empresa brasileira, demonstram que os maiores crimes contra o povo brasileiro estão na política de privatização do regime golpista.
Em recente reportagem elaborada pelo The Intercept, foi denunciado um dos maiores escândalos envolvendo as entregas realizadas contra a Petrobrás. O jornal mostrou que a empresa 3R Petroleum, que comprou nove polos de gás e petróleo da Petrobrás durante todo o governo de Jair Bolsonaro, possui hoje 12 profissionais que foram responsáveis pela entrega da estatal durante o governo golpista, incluindo Roberto Castello Branco, ex-presidente da Petrobrás, e agora, atual presidente do Conselho de Administração da 3R.
O caso revelou que a empresa adota a prática de “porta giratória”, na qual compra ativos da estatal, garantindo que os responsáveis pela empresa comprada tenham lucros com toda operação, passando-os para o outro lado do balcão, para espoliar em conjunto o patrimônio nacional.
Além de Roberto Castello Branco, outro beneficiado diretamente com os lucros da empresa privada é o próprio ministro da economia de Jair Bolsonaro, Paulo Guedes, que é ex-sócio e fundador do banco BTG Pactual e detém 3,68% do capital social da 3R. Foi justamente o BTG, um dos principais contribuintes, que ajudou a levantar os fundos para que a petrolífera pudesse comprar os ativos da Petrobrás.
No mais recente balanço a respeito da empresa, a 3R registrou receita no terceiro trimestre deste ano de R$502 milhões, registrando um crescimento de 161% em relação ao mesmo período do ano anterior, e 1.364% em relação ao trimestre anterior. Só com Castello Branco, a estatal entregou 37 campos de petróleo e apenas com a empresa que agora o mesmo faz parte, R$3,8 bilhões já foram arrecadados de lucro no último período.
Os dados demonstram que a política de privatização da Petrobrás e as demais empresas nacionais é um verdadeiro crime contra a população e o próprio País. Os golpistas que controlam a máquina pública faturam em conjunto com as empresas estrangeiras e bancos privados que saqueiam o Brasil. É um grande assalto à economia nacional e ao patrimônio brasileiro.
A vitória de Lula foi, nesse sentido, um importante passo para a luta contra as privatizações. No entanto, é necessário agora mobilizar os trabalhadores para garantir o fim das entregas e a reestatização das empresas privatizadas pelos golpistas.