Sem negociações para discutir a campanha salarial nas empresas de transporte coletivo de Campinas e região, os trabalhadores resolveram ontem (01/10), a partir de 00h00 paralisar suas atividades, devido aos patrões que não querem reajustar os salários.
De madrugada, a partir das 4 horas os trabalhadores se concentraram nas portas das garagens da VB1, que atende Campinas e região metropolitana e as empresas da SOU que compreende a região de Valinhos, com uma paralisação massiva dos trabalhadores que estão sem reajuste salarial. Os ônibus só saíram das garagens das empresas às 6 horas.
Devido à grande adesão dos trabalhadores à paralisação dos rodoviários, que foi seguida de assembleia que, conforme Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários e Anexos de Campinas, teve adesão da totalidade dos motoristas e cobradores, tanto em Campinas quanto em Valinhos, a prefeitura, para tentar se prevenir do que poderá acontecer daqui pra frente, está contratando empresas para suprir a necessidade dos transportes na região, numa demonstração de que não está disposta a ceder aos operários.
Negociações emperradas
Os condutores fizeram, desde o início da campanha salarial, várias reuniões e, até agora, não fecharam acordo, mesmo porque, o que as empresas de ônibus ofereceram, um reajuste de 9%, não contempla sequer a inflação do período que na época, no mês de maio, período da data base dos rodoviários, foi de 11,73% segundo o INPC. Ressalta-se que a taxa da inflação, invariavelmente, não reflete a realidade e, ainda, é manipulada pelo governo de Bolsonaro.
Numa atitude de escárnio contra os trabalhadores, além dos patrões das empresas de transportes coletivos de Campinas e região, bem como Valinhos, oferecerem uma mixaria de reajuste, eles tiveram a capacidade de propor um parcelamento do reajuste que consiste em pagamento de 6% imediato, 2% em janeiro e mais 1% em fevereiro.
Os motoristas de fretados obtiveram 15% em parcela única, o Sindicato está exigindo o mesmo percentual e nas mesmas condições.
É preciso a intensificação da luta dos rodoviários para que sejam atendidas suas reivindicações, porém, uma paralisação de algumas horas não fará com que os patrões das empresas de ônibus venham a atender as exigências legítimas dos trabalhadores.
Há necessidade, inclusive dos demais setores dos trabalhadores da região de Campinas, de se mobilizarem em apoio aos trabalhadores que, na medida em que os salários não sejam reajustados, na verdade os condutores começam a pagar para trabalhar, enquanto os patrões arrecadam cada vez mais às custas da população, com passagens caras quando, na verdade, o transporte deveria ser público, controlado pelos governos e prefeituras, sem a interferência dos empresários gananciosos, que só querem ver suas contas bancárias volumosas, em detrimento das condições de vida dos rodoviários e dos trabalhadores em geral.
Somente a greve por tempo indeterminado tem como impor uma derrota aos patrões e prefeitura e, desta forma, conquistar as reivindicações.