Nesta semana, a portal-voz da própria burguesia compradora de votos e golpista, o jonral Folha de S. Paulo, publicou uma reportagem na qual índios do Xingu denunciam compra de votos na aldeia em favor da reeleição de Jair Bolsonaro(PL). O fato, que teria ocorrrido em setembro, fora denunciado pelos indios da etnia Yudjá/Juruna, da região Xingu, no Mato Grosso. O crime eleitoral fora registrado em boletim de ocorrêencia em Marcelândia(MT).
A reportagem do jornal conversou com índios que registraram esse crime na manhã do dia 16 de setembro. Um cidadão chamado Lincoln Nadal visitou em comitiva várias aldeias de barco com o objetivo de falar de política. Nadal é secretário de Agricultura e Meio ambiente de Marcelândia. Na abordagem aos índios, Lincoln Nadal distribuiu santinhos e convidou uma das lideranças indígenas para ser cabo eleitoral dos candidatos Bolsonaro, para presidente, Mauro Mendes(União Brasil) para governador, Wellington Fagundes(PL) para senador, Fabio Garcia(UB) para deputado federal e Silvanbo Amaral(MDB) para deputado estadual. Com a recusa do líder indígena, Nadal lhe ofereceu R$1.500,00 em notas de cem reais. Segundo depoimentos, “se os candidatos ganhassem, iria dar outra parte do dinheiro, não especificando o valor”. Após esse assédio, o secretário partiu para outras aldeias.
Esse fato denunciado por um jornal golpista, que apoiou e pariu a serpente do fascismo que é a extrema-direita bolsonarista no país, expõe mais uma vez como essa eleição está chegando ao extremo de ilegalidades, violências e crimes eleitorias. Nas cidades, grandes empresários coagem, fazem prpaganda ilegal e compram descarada e impunemente votos em favor de Bolsonaro e até agora não vimos sequer uma punição monetária para evitar essa baixaria promovida pela burguesia, que, diga-se de passagem, é corriqueira em praticar crimes eleitorais e manipular as eleições.
Nesse momento os índios precisam de suporte contra esses seguidos ataques dos capitalistas, latifundiários, jagunços e membros do governo. Por onde andam agora os que se dizem defensores dos índios? Por que sumiram? Cadê as ONGs? Cadê os partidos pequeno-burgueses defensores dos índios? Não querem agora comprar birga com os verdadeiros inimigos da população. Querem é ficar em cima do muro sem se comprometer, pois muitos têm ligações espúrias e amigáveis com esses setores da burguesia.
Sem protetores, nesse momento claro de luta de classes numa das eleições mais disputadas do país, é preciso que os índios e todas as demais categorias exploradas do regime capitalista se organizem, criem seus comitês de auto-defesa e se unam à classe operária para lutar nas ruas e pôr fim no governo Bolsonaro, além de assegurar a vitória e posse do ex-presidente Lula, peça-chave fundamental para começar a criação de um governo dos trabalhadores, derrotando o Golpe de Estado instalado em 2016 e acabando com a política de massacre e abandono dos índios. Ao contrário da política destrambelhada, preconceituosa, anacrônica e ineficiente de destruir estátuas de supostos inimigos dos povos explorados que viveram há séculos, a saída para a vitória de todos os oprimidos da sociedade brasileira é a mobilização radical nas ruas.