A Hispan TV divulgou no seu sítio que a Arábia Saudita foi responsável pela morte de 11 e pelo ferimento de 38 civis iemenitas em novembro, que foram vítimas de bombas de fragmentação e minas terrestres. Quem divulgou o relatório foi um canal de notícias do Iêmen chamado Al Masirah.
Segundo a mesma fonte, o diretor do Centro de Neutralização de minas terrestres do Iêmen acusou a Arábia Saudita pelo uso de 3 milhões de bombas de fragmentação contra o Iêmen nos 7 anos anteriores até agora.
As bombas de fragmentação são proibidas pela Convenção sobre Munições de Fragmentação (CCM), um tratado internacional, feito em 2008, que aborda as consequências humanitárias e os danos inaceitáveis causados a civis pelas munições de fragmentação. Essas armas podem conter dezenas de pequenas bombas espalhadas por vastas áreas, muitas vezes matando e mutilando civis, às vezes muito depois dos conflitos. Esse tratado foi aberto para assinaturas até 2021, 110 países assinaram. Porém, os Estados Unidos, a Rússia, a China, a Ucrânia e o Brasil não assinaram.
Um dos maiores produtores das bombas de fragmentação é o Brasil. A empresa Avibras, localizada em São José dos Campos, que possui instalações industriais no Vale do Paraíba, produz esses artefatos no Brasil e vende para as grandes potências militares. Como destacado pelo sítio da BBC em 2013, “Brasil está indo contra a tendência da política humanitária global e lembra que esse tipo de bomba causa ainda mais danos que as minas terrestres. ‘Israel usou esse tipo de bomba no sul do Líbano e, das 4 milhões de submunições lançadas, 1 milhão falhou’, ou seja, ainda está no solo”.

O total de vítimas de bombas de fragmentação lançadas pela coalizão agressora liderada pela Arábia Saudita no Iêmen ultrapassa 3.841, de acordo com um relatório publicado no sítio iemenita, em fevereiro de 2022, YNP (Yemen Demining Center).
O Al Masirah lamentou que as Nações Unidas não tenham prestado qualquer assistência no fornecimento do equipamento necessário para remoção dos artefatos no local onde foram lançados. O crescente número de vítimas deve-se ao impedimento da entrada dos aparelhos e equipamentos necessários para limpar as áreas contaminadas por restos de bombas e minas terrestres deixadas pela Arábia Saudita e seus aliados.
Além destas denúncias, este Diário já denunciou que há uma grande resistência por parte da ONU em considerar o uso destas armas como crimes de guerra, pois o governo dos EUA as usa em suas guerras e as fornece a seus aliados, frequentemente.

Quando se afirma que o imperialismo é o responsável por tudo de ruim que acontece no planeta, não é porque simplesmente há um desafeto com o imperialismo americano. É porque o alvo final do imperialismo é massacrar a classe trabalhadora mundial.
O que acontece no Iêmen é um verdadeiro genocídio, do mesmo calibre que acontecia no Donbass antes da operação especial da Rússia. Ambos sob o aval da ONU, que se limita a publicar cartas de repúdio e é comandada pelo principal motivo de todas as guerras que acontecem no mundo: o imperialismo americano.
