Apoiado por setores da esquerda, que insistem em cair na armadilha do “mal menor”, Eduardo Leite foi reconduzido ao comando de um dos estados mais ricos do País. A continuidade do seu governo, segundo Leite, será marcada pela priorização da educação. Para tanto, vai reestruturar a máquina pública para “dar mais resolutividade e rapidez nas entregas da educação”.
O rastro de destruição na educação deixado no primeiro governo de Eduardo Leite pouco o credita como referência neste setor. O fato é que a direita, essência da terceira via, tem a educação e a saúde como preferências de sucateamento e entrega ao setor privado.
Nestas duas áreas, Leite acumula histórico de crueldade, improbidade administrativa e violência. Denúncia da realização de exames de câncer de colo do útero por amostragem quando era prefeito de Pelotas soma-se às ações de violência proferidas contra os professores e a volta às aulas desconsiderando planejamentos e recomendações em voga na pandemia por da COVID-19.
Cabe lembrar que Leite é um dos mais fieis representante da terceira via, que permeou as últimas eleições presidenciais como opção para quem não queria votar em Lula ou em Bolsonaro. No entanto, o discurso “nem, nem” e a personagem identitária do gay bem sucedido que foi ventilada no início da campanha, não foram suficientes para emplacar Leite como candidato à Presidência da República.
Recolhido no pleito estadual, Leite reagrupa forças para despontar no cenário nacional e, quem sabe, retornar como opção nas próximas eleições para presidente. Um indício é a sua recente eleição como presidente do PSDB.
Governador e agora mandatário de seu partido, Eduardo Leite apresenta-se no cenário nacional travestido de colaborador do governo petista. Mas, na verdade, sabemos que se trata de mais um Cavalo de Tróia, que tentará limpar sua imagem de governador perseguidor e agressor de professores e de implementador de políticas neoliberais no estado do Rio Grande do Sul.
A classe trabalhadora suplantou a terceira via em quase todo o País. Candidaturas fracassaram em vários estados e políticos foram lançados na vala do desprezo. Porém, Leite respirou no segundo turno, muito pelo voto identitário da classe média e pelo terror do seu concorrente chegar ao poder. O medo nunca é bom conselheiro. A figura que ocupa o governo do Rio Grande do Sul é tão nefasta quanto seu oponente no pleito e precisa ser confrontada.