Logo após a conclusão do processo eleitoral no Brasil, já acontece um evento da burguesia imperialista que coloca o País no centro dos acontecimentos. Deixando o derrotado Bolsonaro de escanteio, os organizadores convidaram Lula para a 27ª edição da Conferência das Partes (COP 27), evento que surgiu logo após a ECO 92 no Rio de Janeiro.
O mote da COP há algum tempo são as mudanças climáticas, o aquecimento global. Um fenômeno associado à intensa industrialização, algo que só ocorre de fato nos países imperialistas, mas cuja conta é sempre cobrada dos países atrasados. No caso do Brasil, o olho gordo do imperialismo tem como alvo o controle da Amazônia.
Nesse sentido, o espantalho de Bolsonaro e a infiltração de figuras ligadas ao imperialismo na campanha de Lula, como Marina Silva, podem ajudar o imperialismo a atrapalhar qualquer esforço do governo Lula no sentido de desenvolver economicamente o Norte e o Nordeste do Brasil. Por contar com a maior parte do maior remanescente de floresta tropical do mundo, o país teria que compensar a destruição ambiental promovida pelos países capitalistas desenvolvidos.
Numa abordagem acentuadamente cínica, os especialistas da ONU colocam doenças, fome e mortes na conta de fenômenos naturais, sem apresentar qualquer viés crítico à política de terra arrasada do neoliberalismo, política imposta pelos mesmos países que controlam a COP para todo o planeta. Eles afirma que o número de mortes por ano entre 2030 e 2050 pode aumentar em 250 mil por conta de mudanças climáticas. Na conta das mortes pelo aquecimento global entram, por exemplo, surtos de malária e diarreia, doenças evitáveis com saneamento básico e atendimento médico. Mas a política neoliberal vai no sentido oposto, desmontando os serviços oferecidos pelo Estado.
Enquanto procuram demonstrar equações sobre fenômenos naturais complicadíssimos, deixam de fora os principais emissores de gases que provocam o efeito estufa e fingem não saber que a devastação ecológica nos países atrasados é operada pelos capitalistas dos países centrais da economia mundial. A falta de desenvolvimento econômico nos países atrasada, uma política imposta pelo imperialismo, prejudica inclusive a capacidade desses países de preservar seus biomas.
Para além de servir como instrumento para pressionar os países atrasados a permanecerem atrasados, a COP não passa de um evento demagógico da burguesia imperialista. Nada de fundamental para a sobrevivência da humanidade tem como sair dessa conferência. O aumento de mortes por doença é culpa do capitalismo e não do clima.