O companheiro Rui Costa Pimenta esteve hoje, sexta-feira, às 15h no canal do YouTube da TV 247 com o apresentador Leonardo Attuch. O início do programa foi dedicado aos grandes acontecimentos internacionais do momento, as eleições de meio de mandato nos EUA (o tema foi tratado com maior profundidade no programa Análise Internacional que foi ao ar hoje mais cedo, às 12h, no canal do YouTube da Rádio Causa Operária) e a aparente estagnação do conflito na Ucrânia, dada a retirada das tropas russas da cidade de Kherson.
Mais tempo do programa, no entanto, foi dedicado à situação nacional e ao provável caráter do governo Lula. Enquanto setores da esquerda pequeno-burguesa que se traveste de revolucionária, como os partidos stalinófilos, UP e PCB, e os agrupamentos morenistas, PSTU e setores do PSOL, defendem a tese de que Lula seria o candidato do imperialismo (o que mostra, na verdade, a sua completa falência política, pois apoiaram o petista no segundo turno das eleições presidenciais), a análise concreta nos mostra que o governo Lula será um governo que não levará adiante a política neoliberal, que é a política do setor mais poderoso do imperialismo.
É sabido que Lula é um político que busca acordos com todos, mas, até o momento, não há indicação de que será um funcionário do grande capital, um defensor de seus interesses. Ainda que o Presidente eleito tenha colocado diversas figuras execráveis na equipe de transição, esta não é, efetivamente, governo; cumpre, na verdade, um papel meramente burocrático. O interessante é que estas escolhas não enganaram os capitalistas, donde o reinício dos intensos ataques contra o petista por parte do PIG e a declaração do banqueiro Meirelles que “saltou do barco” afirmando que Lula havia “Dilmado”.
Existe uma grande tensão dentro daquilo que será o governo Lula, desde problemas ligados à composição da Câmara e do Senado até a intensa pressão que exercem os elementos direitas, como Simone Tebet, que infiltraram a sua campanha. Por este motivo, Lula, muito provavelmente, indicará figuras de sua confiança para ministérios-chave como o Ministério da Fazenda, algo que desagrada um tanto o chamado “mercado”. No entanto, isto não é suficiente, sem uma intensa mobilização popular em apoio ao seu governo, será muito difícil realizar aqui que o Presidente eleito se propõe a fazer.
Àqueles interessados em assistir o programa na íntegra e sanar suas possíveis dúvidas, o link se encontra abaixo.