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Escritor proletário

Arte e Revolução: 100 anos da morte de Lima Barreto

O programa Arte e Revolução discutiu a obra do escritor Lima Barreto, que era ligado ao sindicalismo revolucionário.

Lima Barreto

O companheiro Rui Costa Pimenta fez uma exposição sobre o escritor “pré-modernista” Lima Barreto, no programa Arte e Revolução, que foi ao ar nesta quinta-feira pela Causa Operária TV.

Em relação ao termo “pré-modernista”, cabe o esclarecimento de que se trata de uma categoria difusa, que reúne autores que não tem uma obra homogênea entre si, mas que são agrupados nesta categoria em razão de terem realizado a sua produção literária antes da Semana de Arte Moderna de 1922.

Sobre a vida de Lima Barreto, o companheiro Rui destacou que, diferentemente dos principais autores, ele era negro e pobre; e esse fator marca profundamente a sua obra, visto que seus textos eram profundamente críticos – com críticas não só de cunho social, mas inclusive de cunho político. 

Mesmo não sendo marxista, Lima Barreto era ligado ao sindicalismo de características anarquistas, que era o movimento mais revolucionário na época no Brasil e que, posteriormente, deu lugar à fundação do PCB. Portanto, ele estava ligado à vanguarda revolucionária do Brasil na época. Um fator muito importante sobre sua vida, que é frequentemente ocultado, é precisamente este: o fato de ele ser um revolucionário, tendo, inclusive, apoiado a Revolução Russa de 1917.

Lima Barreto tratava-se de um escritor, em certo sentido, proletário. Ele era negro e pobre, tendo sido profundamente oprimido a vida toda. Nesse sentido, destoa dos demais escritores da época – que eram ou burgueses, ou pequeno-burgueses. Lima Barreto, por conta disso, produziu uma literatura totalmente crítica, sem espaços para adornar a realidade com floreios literários. Inclusive, era profundamente crítico aos parnasianistas do período de decadência, em especial ao Coelho Neto, que também era um grande escritor, chegando a afirmar que este era a pior coisa que se tinha no Brasil.

Também foi inimigo mortal da frase de Afrânio Peixoto: “A literatura é o sorriso da sociedade brasileira”. Para Lima Barreto, tal frase significava uma renúncia ao caráter crítico da literatura em prol de uma arte que servisse de diversão para a grande burguesia, enquanto os trabalhadores de conjunto eram esmagados.

Em relação ao caráter crítico de sua obra, seu principal livro, O triste fim de Policarpo Quaresma, narra a história de um funcionário público ultranacionalista, que defendia fervorosamente o país e seu desenvolvimento. Entretanto, tudo o que ele tenta fazer fracassa, porque ele busca alcançar seus objetivos sem levar em conta a situação concreta.

Em razão disso, o livro “Triste fim de Policarpo Quaresma” possui diversos traços em comum com o livro “Dom Quixote de la Mancha”, de Miguel Cervantes. No livro sobre Dom Quixote, ele vive uma aventura anacrônica, visto que a época da cavalaria andante já havia passado, mas ele não deixa de ser uma pessoa extremamente idealista e convicta de seus objetivos. Ele desperta a empatia do leitor, mas tem seus intentos fadados ao fracasso, por conta da desconexão com a realidade. Com Policarpo Quaresma, a situação se dá de modo semelhante, mas em um contexto mais complexo: a época de construção de um Brasil soberano e desenvolvido nunca chegou.

No final de sua vida, Lima Barreto sofreu de alcoolismo e foi internado em um manicômio. Lima Barreto dedicou suas últimas obras a denunciar a situação pela qual passou no hospício, que dispensava um tratamento verdadeiramente desumano. Apesar de sua obra genial, ele só foi receber o devido reconhecimento literário muito depois de sua morte. Lima Barreto morreu pobre, tendo sido oprimido a vida inteira; como forma de protesto, produziu a literatura mais crítica que se tinha até então contra o regime político e contra a opressão a que os negros pobres eram submetidos.

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