Em outra chacina na Vila Cruzeiro, zona Norte do Rio, outros 26 moradores foram mortos em ação truculenta que aconteceu por volta das 3h30, onde os policiais entraram atirando e matando vários moradores. Como sempre fazem, dizem que eram “bandidos”, muito difícil acreditar nessa mesma história tantas vezes, eles precisam mudar um pouco o repertório. Além disso, é como se no Brasil fosse a polícia que decidisse quem é ou não “bandido” e pudesse executar quem quer que seja sumariamente.
A função da polícia é prender os suspeitos, com mandados de prisão e levá-los a julgamento. Mas a prática mais comum é levar esses “ditos suspeitos” para o necrotério ao invés de enviar para o tribunal. E lembremos que não existe pena de morte nas leis brasileiras.
Se fosse intenção prender essas pessoas, por que não houve nenhuma prisão? E também não houve baixas ou ferimentos nos policiais, apesar de alegarem apreensão de armas de grosso calibre e até granadas. Estavam armados e não usaram o armamento?
Além dos 25 mortos até o momento, tem ainda uma mulher, da comunidade vizinha Chatuba, Gabriele Ferreira da Cunha, 41, assassinada em casa e ainda um menor que chegou morto na UPA do Complexo do Alemão. Se isso não é chacina seria então guerra civil, o que está muito longe de acontecer. Só quem está armado é a polícia, mas o povo não.
A Vila Cruzeiro foi alvo de 4 chacinas em menos de um ano e teve o saldo de 42 mortes. Segundo a base de dados da GENI/UFF, no período entre 2007 e 2021 houve 593 chacinas por policiais. No governo Cláudio Castro (PL) foram 39 chacinas com 178 mortes em apenas 1 ano, conforme matéria do portal revista Fórum. Lembremos das chacinas do Jacarezinho e da Penha recentemente.
Esta chacina da Vila Cruzeiro é considerada a segunda mais letal da história do Rio. A PM do RJ culpou o STF pela migração de criminosos ao estado em entrevista coletiva. Dizem que começaram a perceber a migração a partir da decisão do STF.
O governador Cláudio Castro (PL), candidato à reeleição e aliado a Bolsonaro, postou no twitter que a ação conjunta seguiu todos os protocolos do STF, que limitou operações em favelas durante a pandemia, e que o Ministério Público foi comunicado. E diz que fora do império da lei e da ordem estão a barbárie e o banditismo e que não permite a anarquia no estado.
Jair Bolsonaro elogiou a atuação dos policiais do Bope e da PM por “neutralizar” pelo menos 20 marginais. Eufemismo para assassinato. Não poderia ser diferente, ele mesmo faz parte desses vermes da polícia, uma escória. Costuma defender o direito ao armamento, mas é para uma parte dessa escória ligada à polícia, não para o povo trabalhador.
Diferentemente de Bolsonaro, nós defendemos o direito do povo se armar para se defender das polícias, do estado e dos ricos milionários que agem da mesma forma com a população pobre e trabalhadora.
A esquerda pequeno burguesa, Marcelo Freixo é um esquerdista das UPPs, defende esse tipo de polícia. É uma esquerda que defende os interesses da burguesia parasitária, e portanto contra os trabalhadores.
Diante de tantas chacinas pelo braço armado do estado, defendemos que urgentemente a população forme conselhos de segurança nos bairros e escolas, para patrulhar as ruas do bairro, armados, treinados e prontos para agir se for necessário, até mesmo atirando.
O conselho precisa ter toda liberdade de ação, elegendo as pessoas que se prontificaram a fazer o patrulhamento e substituindo de imediato os que não cumprirem as determinações do conselho popular. Só assim podemos evitar que o povo das periferias possam viver em paz sem as mortíferas ações da polícia do estado burguês, que mais parece uma gangue de degenerados nazifascistas.