No próximo sábado (19), “los abuelos” da Catalunha assumem mais uma vez o protagonismo e a vanguarda da luta política pelos direitos e pela unidade de ação de toda a classe trabalhadora da Espanha. Essa será a continuidade da massiva mobilização nacional do dia 15 de outubro em Madrid, que reuniu mais de 15.000 manifestantes com a média de idade de 73 anos (entre 60 e 88 anos) de um coletivo de 9 milhões de pensionistas. Obviamente não foram poucos os que não puderam cumprir com a extenuante viagem, partindo de ônibus de todas as cidades do país, mas que também foram parte fundamental desta jornada.
O movimento dos pensionistas tornou-se amplamente conhecido em 22 de fevereiro de 2018, quando convocado pela Coordenadoria Estadual de Defesa da Previdência Pública (COESPE), milhares de pessoas, em sua maioria pensionistas, se mobilizaram em inúmeras cidades e povoados para exigir aposentadorias dignas e uma reavaliação de acordo com o IPC (índice de inflação). Eles conseguiram do governo PP uma reavaliação de acordo com o IPC (1,6% na época), mas a maior conquista foi a sua ruptura com o sistema político vigente.
A parcela mais experiente dos trabalhadores da Espanha conseguiu não apenas superar a desmoralização eleitoral do PODEMOS e a paralisia dos sindicatos, rompendo com o período de pulverização e extorsão do conflito social e das mobilizações que teve início com o movimento 15-M. Também conseguiram manter a unidade da classe trabalhadora aparentemente dividida pelos processos independentistas.
Longe de ser um movimento “novo e espontâneo”, como se supõe que teria sido o movimento 15M, o movimento dos pensionistas alberga o acúmulo das lutas contra o franquismo, bem como de toda a história das anteriores lutas dos explorados, e precisa ser amplamente defendido por parte de todos os trabalhadores.
Os aposentados e pensionistas da Espanha não estão somente defendendo o aumento e a reposição da inflação para as suas próprias pensões e para os salários dos demais trabalhadores (uma questão fundamental diante da atual crise de inflação). Eles realmente se encontram na coordenação de um programa comum com as demandas de todos os movimentos sociais, são os principais responsáveis pela luta contra o aumento do gasto militar exigido pelos EUA e contra as bases da OTAN em território nacional.
O movimento dos pensionistas leva adiante um programa completo e consequente de defesa dos interesses da classe trabalhadora e da luta anti-imperialista na Espanha que nenhum partido politico ou sindicato é capaz de apresentar praticamente em toda a Europa.
Este sábado a mobilização tem início às 11h, diante do Banco da Espanha, contra a ditadura do mercado financeiro, que é quem realmente determina a política de toda a União Europeia.
