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Rui Costa Pimenta

“Apoio a Lula é do interesse popular e uma luta conjunta”

Rui esclarece o apoio crítico do PCO à candidatura de Lula, destacando ação pela mobilização popular

Na última sexta-feira (05) o presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, participou de debate “Como vota a esquerda brasileira” no Canal Resistentes, transmitido também pela COTv (Canal reserva).

Rui debateu com o professor Nildo Ouriques sobre a situação política brasileira frente as eleições de outubro próximo, necessariamente passando pela situação internacional, envolvendo a crise econômica internacional, o choque da burguesia imperialista com países como Rússia e China, a atuação da burguesia nacional com a terceira via, diante da polarização Lula e Bolsonaro e, principalmente, a atuação da esquerda e da classe operária diante da candidatura do ex-presidente Lula.

Tratando do tema central do debate, as eleições, um questionamento por Nildo Ouriques sobre o apoio crítico do PCO à candidatura do ex-presidente Lula levantou a questão do porquê mesmo para a esquerda revolucionária seria importante não só apoiar, mas se integrar aos setores mais oprimidos na luta pela sua eleição.

A defesa crítica do PCO

Em primeiro lugar, é preciso esclarecer que as colocações feitas por Rui Costa Pimenta não são meras opiniões, mas sim representam o resultado da aplicação do programa do partido sob a situação, a qual foi desenvolvida em discussões rotineiras no partido e aplicadas nas ruas, junto à classe trabalhadora.

Rui detalha que, o PCO decidiu apoiar a candidatura de Lula pois há uma parcela muito grande da classe trabalhadora que vê na candidatura do ex-presidente um caminho para enfrentar seus inimigos políticos, principalmente no que se refere à burguesia e à sua política de destruição, sendo secundário se essa luta se de forma revolucionária ou não, ao menos neste momento.

É para os trabalhadores a possibilidade de superar a política neoliberal, implantada com mais vigor a partir do golpe de 2016 que, para atender às necessidades da burguesia imperialista, desferiu inúmeros ataques à classe trabalhadora e à economia nacional, piorando sobremaneira as condições de vida nos últimos anos.

Também esclarece que o apoio do partido não se estende a outras candidaturas nem do Partido dos Trabalhadores nem de outros partidos pois, em primeiro lugar, o PCO sempre lança seus próprios candidatos, que são trabalhadores, pessoas que não integram nenhum tipo de aparato burocrático partidário ou de cargo parlamentar, mas são, principalmente, militantes que se acostumaram a lutar contra o golpismo nas ruas nos últimos anos, por exemplo.

Alckmin e as alianças do PT

O apoio crítico do PCO à candidatura de Lula também se dá pela condução que está sendo feita com a escolha do tucano Geraldo Alckmin à vice presidência o qual Rui destaca se tratar de um autêntico político burguês, profissional de uma extrema demagogia oportunista e que não deixou de ser quem sempre foi, um político do PSDB, representante dos interesses da burguesia golpista, a mesma que durante vários anos deu suporte a seus governos em São Paulo de profundos ataques aos trabalhadores, com destaque para episódios de repressão violentíssimos pela Polícia Militar a cada manifestação.

Rui também destaca que as alianças feitas pelo PT com partidos direitistas tanto em nível nacional como em nível estadual, cria obstáculos ao desenvolvimento de uma mobilização popular pela candidatura de Lula e também criará enormes desafios a um futuro governo do ex-presidente, caso seja eleito, pois não há como satisfazer o interesse das massas oprimidas e os interesses de todos estes setores direitistas ao mesmo tempo. Certamente será um governo de crise constante.

A forma de luta e a mobilização de massas

Esclarecendo a questão da forma de luta e da situação da mobilização das massas Rui explica que o mais importante, para um partido político de esquerda é acompanhar a evolução política das massas, o que significa estar na luta do dia a dia com a população pobre, estar na luta ombro a ombro e com isso adquirir autoridade política para influenciar essa massa, dentro do processo natural de evolução da consciência de classe conforme avança o acirramento dessa luta contra a burguesia. Não é possível influenciar as massas com seu programa político se o partido não luta junto por aquilo que a população acredita hoje, necessita.

Respondendo ao professor Nildo Ouriques, Rui explica que, mesmo não havendo um amplo movimento de massas, há uma forte tendência à mobilização dessas massas sendo “fermentada”, de forma latente, que é expressa em pequenas greves e manifestações e que inevitavelmente irá “explodir” em breve, conforme avança a política de ataques da burguesia.

Outro aspecto esclarecido sobre a forma de luta foi o fato de que não é necessário concordar inteiramente com o que está sendo feito na campanha do Lula, por exemplo, para apoiá-la. É também neste sentido que se dá o apoio crítico do PCO, o apoio à vitória eleitoral do ex-presidente, sendo uma pequena evolução na situação política para os trabalhadores, mas defendendo o próprio programa do PCO para resolver os principais problemas da classe trabalhadora e não apoiando as alianças com a direita e, principalmente, com o tucano Geraldo Alckmin.

A questão do partido

As questões destacadas acima no debate levantam um conjunto de pontos de discussão que sumariamente trazem o tema da atuação de um partido e da aplicação de seu programa, sendo o mais importante no caso da política revolucionária. Estes pontos discutidos mostram como um partido comunista que tem um programa revolucionário para a sociedade brasileira, o PCO, se coloca diante da luta das massas proletárias com a burguesia.

Sob este prisma, tanto a questão da eleição deste ano como a própria candidatura do Lula ganham aspectos secundários, pois finalmente são uma expressão desta luta maior. É neste campo que o PCO busca atuar.

Plenamente consciente de que eleição nenhuma tem condições de resolver como mágica a situação calamitosa dos trabalhadores, o partido busca utilizar a situação dada, em que estes trabalhadores são trazidos para a situação eleitoral neste breve período, para ser mais um caminho pela mobilização das massas populares, para ser um passo adiante no enfrentamento às políticas da burguesia, e que neste ano há uma boa oportunidade pois Lula é um autêntico representante da classe trabalhadora.

Desta forma, Rui destaca que um partido que visa ter sucesso com o seu programa político precisa atuar com as massas oprimidas e de acordo com a sua própria evolução política e não “sentar” e aguardar que aconteça uma mágica que dê, o que os acadêmicos chamam de uma consciência de classe a esses trabalhadores, e só então sairíamos às ruas para atuar. Não faz sentido, a construção de um partido revolucionário se faz no dia a dia, na luta real dos trabalhadores pela sua própria sobrevivência.

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