Na última quarta-feira, 19, o TSE aprovou uma resolução para tornar mais rígida a censura às supostas “fake news”, ampliando o poder de ação do tribunal, usando contingente policial imediato contra quem supostamente publicar informações falsas na internet.
A burguesia mostra que está fechando o cerco no que diz respeito à questão das eleições, retirando a pouca liberdade que se tem nas eleições brasileiras dado o tempo reduzido para a população avaliar os candidatos. Esse tempo curto é determinado pelo próprio TSE, que cria um obstáculo à realização das eleições, tornando cada vez menos democrática a escolha dos candidatos no processo eleitora. Os candidatos têm menos de três meses para fazer sua campanha num país com as dimensões e quantidade de habitantes como o Brasil.
Desde o princípio, o Judiciário e, principalmente, o ministro Alexandre de Moraes ocupam uma posição central na situação política brasileira. O ministro tem cada vez mais poderes. Xandão tem tido cada vez mais poderes e cada vez mais autoritários para fazer o que bem entender durante as eleições, tornando menos democrático ainda o processo que deixa de ser dominado pela vontade popular de decidir o que é ou não verdade.
Essa nova decisão do TSE coloca a repressão à liberdade da população em outro nível. Afinal, agora, ele pode remover o que quiser, determinando o que é “fake news”, na hora que quiser, sem precisar passar por outra instância.
É a simulação do que virá pela frente nos próximos governos com um grupo de onze ministros não eleitos pela população brasileira manipulando e controlando a vontade de mais de 200 milhões de pessoas. É um absurdo, é um poder verdadeiramente ditatorial que representa a preparação para um golpe eleitoral por parte da burguesia onde ninguém pode sequer discordar do que o Tribunal fala. O Tribunal deveria garantir a liberdade de expressão da população, que é um direito assegurado pela Constituição, mas, em oposição à Constituição, o tribunal prefere seguir os passos do autoritarismo dos tribunais americanos, e fecha os olhos para o que está acontecendo desde o primeiro turno das eleições brasileiras.
Denúncias de assédio eleitoral que passaram a mais de 700 casos em um único dia tendo a região Sudeste como líder em denúncias, noticiado também no dia 19. O tolhimento de liberdade da população não é atribuição do Tribunal, somente o autoritarismo. O tribunal só enxerga como irregular as fake news, e permite que empresários interfiram na liberdade de voto da população. É um tribunal que simplesmente ignora a população e atua não em julgamentos relativos à violação da Constituição, mas legislando e agindo como poder executivo para cumprir os mandos do imperialismo americano. Mais uma vez o Tribunal está interferindo no processo democrático brasileiro, é uma ação clara de vassalismo à dominação política do imperialismo americano no maior país da América Latina.
Esse tipo de conduta do tribunal só vai servir para justificar a perseguição a governo populares daqui pra frete. A esquerda precisa se mobilizar para garantir a eleição de Lula nas ruas, impedindo que a burguesia intensifique o golpe de Estado no país e impeça que a burguesia coloque novamente Bolsonaro no poder. A esquerda tem que ir para as ruas mobilizar os trabalhadores e não sair das ruas até que Lula seja eleito.