Um novo golpe está em marcha contra Lula e todos os trabalhadores brasileiros. Após um primeiro turno acirrado, marcado pela total cartelização dos institutos de pesquisa e pelo crescimento da extrema-direita bolsonarista na reta final da campanha, o segundo turno está servindo para deixar evidente a verdadeira luta de classes que está em jogo no país.
Bolsonaro decidiu que irá utilizar toda máquina pública, seja das prefeituras, estados e do governo federal para realizar uma grande operação de cooptação e compra de votos desenfreada. Sem nenhuma fachada, Bolsonaro injetou bilhões de reais em projetos sociais, em auxílios financeiros para os mais diversos setores da população, além de adiantar o pagamento de milhões de benefícios do governo federal aos setores mais pobres da população. A medida, tomada em meio a intensa luta política eleitoral tornou-se a maior operação descarada de compra de votos desde o início da nova república brasileira.
Bolsonaro, conta agora de maneira decidida com o apoio de amplos setores da burguesia brasileira, que sabem e tem tradição de organizarem nas mais diversas eleições a compra de votos de uma grande parcela do eleitorado. Com este apoio, e com a cartelização dos institutos de pesquisa que mostram cada vez mais uma aproximação de Bolsonaro à Lula, com a base da compra de votos, a campanha da extrema-direita vem ganhando um caráter verdadeiramente golpista contra Lula, o candidato dos trabalhadores.
Ao mesmo tempo em que a máquina pública age como nunca na busca de reverter a situação eleitoral, a fraude ocorre também com o grande apoio dos capitalistas brasileiros. Em pouco menos de um mês, o número de denuncias de trabalhadores denunciando suas empresas por tentativa de comprar votos e ameaças caso não votem no candidato golpista atingiram a casa dos milhares. No entanto, estas denuncias representam uma pequena parcela da fraude que está sendo orquestrada pelos capitalistas em favor de Bolsonaro.
Os relatos vão desde de grandes empresas à pequenos estabelecimentos, como nos mercados e comércios. Os capitalistas vem chantageando os trabalhadores, exigindo que eles votem em Bolsonaro com a ameaça de que caso não façam, sejam demitidos. Os patrões fazem enorme pressão em seus funcionários, inclusive há casos sendo denunciados de demissões que já ocorreram neste segundo turno devido a tentativa de compra de votos. Os capitalistas, estão trabalhando com todo seu poder financeiro para obrigar os trabalhadores a deixarem de lado a campanha de Lula e permitirem que Bolsonaro seja reeleito contra a vontade popular.
Contra esta enorme campanha da burguesia, Lula tomou a frente e decidiu desde o início do segundo turno, se colocar nas ruas mobilizando os trabalhadores. Lula, de maneira acertada, vem realizando grandes mobilizações nos principais estados nacionais, colocando dezenas de milhares de pessoas nas ruas, realizando três atos por dia e indo de maneira decidida às comunidades, onde vivem o povo pobre e explorado e onde os capitalistas golpistas tentam fraudar as eleições.
Lula esteve no Complexo do Alemão, em São Bernardo do Campo e em todas as regiões do país, em uma campanha de mobilização permanente, que visa claramente empurrar sua campanha à esquerda, em aliança aos trabalhadores. Aos poucos, a campanha de Lula como um todo vem ganhando este caráter, pela primeira vez, fala-se de fato em programas econômicos voltados a classe trabalhadora, a luta contra as privatizações e o desemprego, além do aumento do salário mínimo. Estas e outras políticas, vem de oposição ao rumo tomado anteriormente, focado meramente nas alianças com setores moribundos da burguesia nacional.
Lula colocou de lado Alckmin e foi conversar com os trabalhadores, contudo, é preciso agora que a esquerda de conjunto, tanto o PT como todos os militantes das demais organizações que declararam apoio à Lula, tomem às ruas em defesa da candidatura dos trabalhadores. É preciso criar um verdadeiro caráter de mobilização popular na campanha, de estar presente nas comunidades, nos postos de trabalho, e sobretudo, da CUT entrar em ação e mobilizar seus sindicatos e sua base para sair às ruas em defesa de Lula.
O que ocorre no Brasil é um claro aspecto da luta de classes cada vez mais polarizada. De um lado está Bolsonaro, o candidato apoiado pelo imperialismo, pelos grandes capitalistas, pelos patrões, que por meio da fraude, do golpe e da truculências tentam impedir que os trabalhadores tomem a frente da situação. De outro lado, está Lula, o candidato dos trabalhadores, que defende o aumento dos salários, que luta contra a privatização, que defende a soberania nacional e os setores mais pobres do país. É preciso que a esquerda explore esta questão, aprofunde a mobilização da classe operária, crie um clima onde a fraude e o golpe que está sendo orquestrado pela burguesia possa ser derrotado pelo movimento dos trabalhadores.
Por isso, é preciso sair às ruas, mobilizar já. É preciso que Lula e sua campanha denunciem a fraude eleitoral, a compra de votos e o golpe que Bolsonaro organiza nas eleições, é preciso aumentar a mobilização, ir aos bairros populares e colocar em ação a Central Única dos Trabalhadores, é hora de defender nas ruas o candidato dos trabalhadores contra a burguesia golpista.
