Entrou em vigor no último sábado (19) o retorno do uso de máscaras obrigatório nos ambientes fechados de todas as unidades do Sesc de São Paulo devido a um aumento elevado de casos de Covid-19 no estado. “Também é muito importante manter a prática de outras medidas preventivas, como manter sua carteira de vacinação atualizada, evitar aglomerações em espaços fechados e lavar as mãos.” destacou o SESC. Além do SESC algumas instituições, como USP e Unesp também adotaram a mesma medida.
Semana passada (15), o estado de São Paulo voltou a registrar mais de 300 novas internações por dia de casos suspeitos e confirmados de Covid-19 pela primeira vez desde 27 de julho deste ano, sendo a média mais alta em quatro meses. A medida adotada pela prefeitura foi a de distribuir, a partir desta segunda-feira (21), 1 milhão de máscaras descartáveis em todos os 32 terminais de ônibus da cidade. A ação acontece das 7h às 10h.
Também estão sendo dadas orientações de prevenção à Covid-19 com o objetivo de conscientizar a população sobre os cuidados de prevenção e combate à disseminação do coronavírus, bem como a importância da vacinação. Foram disponibilizados também postos de vacinação em alguns terminais conforme destaca o noticiário.
Haverá postos de vacinação contra a doença para as pessoas com mais de 3 anos em seis dos terminais:
- Terminal Santo Amaro (Zona Sul);
- Vila Nova Cachoeirinha (Zona Norte);
- Sacomã (Zona Sul);
- Parque D. Pedro (Centro);
- Itaquera (Zona Leste);
- Pinheiros (Zona Oeste)
É preciso um alerta, pois a impressão que se tem é que nada foi aprendido com as quase 700 mil pessoas mortas, segundo dados oficiais, não considerando que houve erro na apuração, na pandemia de Covid-19. Naquela época, no início da pandemia, o mesmo descaso foi observado pelos governos locais. Sequer houve distribuição de máscaras. Hoje, observamos o mesmo descaso agora com esse novo alerta de aumento do número de casos com essa nova variante da Ômicron, chamada BQ-1, que causou sérios problemas na Europa, Ásia e EUA, chegou ao Brasil e está se espalhando rapidamente.
As organizações da classe trabalhadora devem formular uma política própria para a situação que se apresenta. Caso a situação se desenvolva de forma grave, a classe operária não pode estar novamente nas mãos dos governos burgueses, responsáveis pelas mortes de milhões de pessoas durante a pandemia em 2020 e 2021.
É preciso evitar o crescimento dos casos porque esta variante também pode levar à COVID crônica. O sistema de saúde do Reino Unido já próximo ao colapso, devido aos cortes de gastos do sistema de saúde e da temporada de gripe, que chega lá neste momento, somados ao covid, e pode acontecer com o SUS em 2023. O descaso do governo de São Paulo se reflete na população que não dá importância. Também destacam os infectologistas que é urgente que o Brasil adquira a nova geração de vacinas, que protege melhor contra o Ômicron e suas variantes. A imprensa burguesa faz coro com os governos dizendo que a nova variante causa casos leves. Na realidade, em quem não tem proteção vacinal ela mata igual.
A questão da vacina não deve ser conduzida da mesma forma, é preciso a quebra das patentes para se atestar de fato a eficácia dos medicamentos. As ressurgências da doença, com intermináveis rodadas de vacinação e doses de reforço comprovam que a indústria farmacêutica não merece o mínimo de confiança. As únicas organizações que podem se impor contra a vontade dos conglomerados internacionais são justamente as organizações dos trabalhadores, organizando suas bases em torno de um programa próprio para o enfrentamento da doença, agora do covid, mas novas pandemias podem e tendem a aparecer.
Enquanto isso, o pedido feito pela Fiocruz para a compra de insumos e fabricação das vacinas de segunda geração, que se diz serem eficazes no combate a BQ.1, encontra-se, desde setembro, parado esperando autorização da Anvisa, que se mantém até hoje em um silêncio inexplicável, do mesmo modo que o atual presidente golpista derrotado nas eleições de outubro passado.
A esquerda não pode agir novamente como fez em 2019, seguindo a direita e a burguesia. É preciso formular um programa próprio dos trabalhadores, independente da burguesia, de modo a impedir que um verdadeiro genocídio, como em 2020 e 2021, se repita.