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Apoio no povo

A única garantia de um governo do PT é a mobilização das massas

O caminho que até agora tem buscado os dirigentes do PT, alianças com a burguesia, é o inverso do que se deveria fazer: se apoiar nas massas populares

lula sindocato dos metalœrgicos em s‹o bernardo do campo.

Já diz o ditado que “errar é humano, permanecer no erro é diabólico”. A frase atribuída a Santo Agostinho foi adaptada ao longo do tempo para versões menos católicas, como “errar é humano, insistir no erro é burrice”. A direção do PT indica estar enveredando para persistir no erro que deveria ter sido corrigido após o golpe contra a companheira Dilma Rousseff.

O grande “aliado” Geraldo Alckmin

A imprensa burguesa não esconde seu entusiasmo com a infiltração do ex-governador de São Paulo na chapa presidencial do PT. Quase todos os dias aparecem rumores, análises de bastidores e afins para propagandear que o posto de vice de Lula já está nas mãos de Alckmin, que vai trocar o PSDB por algum outro partido da burguesia para encenar a jogada.

A gigantesca impopularidade do “picolé de chuchu” tem o mérito de incrementar a campanha antipetista tanto pela esquerda quanto pela direita. Os craqueiros eleitorais da esquerda pequeno-burguesa já fazem uso dessas aproximações para justificar sua política de isolamento do PT, que teve como ponto mais importante historicamente o próprio golpe de 2016.

Já pela direita, mais especificamente pela extrema-direita, funciona como peça de propaganda de que essa direita tradicional, da qual Alckmin faz parte, é corrupta e antipopular (o que é verdade, por isso pode convencer uma parcela da população a não votar em Lula).

Para além das brechas abertas para esses ataques, a figura nefasta do tucano atua no sentido de desmoralizar e desmobilizar as bases do PT e simpatizantes do partido. O constrangimento provocado pela presença de Alckmin numa possível chapa vai certamente afastar até mesmo muitos possíveis impulsionadores da campanha de Lula.

Esse é o principal objetivo da burguesia quando ela busca impor Alckmin como vice. Engana-se o governador do Piauí, Wellington Dias, um elemento da ala direita do PT, quando diz aos empresários para não se preocuparem com um governo Lula, porque os empresários não irão, como classe ─ especialmente aqueles que são fantoches do imperialismo ─ apoiar sua candidatura, pois sabem que Lula tem uma base popular enorme que se radicaliza aos poucos e isso seria um empecilho para ao saque que os capitalistas procuram dar continuidade em 2023.

A sagrada “governabilidade”

Esse tipo de presepada política sempre é apresentado como se obedecesse a um alto grau de pragmatismo, de “realismo político”. Em tese, quanto mais amplo for o arco de alianças dentro do regime político, com maior fluidez um governo colocará em prática seu programa. No mesmo sentido, se um governo for muito rigoroso na lealdade a seu próprio programa, mais difícil se aliar com partidos que se opõem justamente ao projeto do governo, o que impediria os projetos de serem aprovados no Congresso, por exemplo.

Esse pseudopragmatismo ajudou a postergar a eleição de Lula em 13 anos, sendo que o ex-metalúrgico sempre foi a figura mais popular da política brasileira desde o final da ditadura militar. Após uma concessão da burguesia diante do caos social provocado pela política neoliberal dos governos direitistas, o PT conquistou a presidência com o apoio da burguesia para conter a crise com programas sociais moderados mas não rompeu com o conjunto da política econômica neoliberal ─ muito disso se deveu às alianças feitas com esses setores da burguesia.

A “esperteza” dos estrategistas do PT foi posta a prova diante da movimentação golpista contra o governo Dilma, que quase não se reelegeu ainda em 2014 com a campanha golpista que já era muito clara contra ela. No segundo governo Dilma, as alianças de nada serviram para a “governabilidade”, pois o Congresso travou qualquer ação do governo. Colocar um representante do mercado financeiro no governo também não aplacou a sanha golpista do imperialismo. No final, as alianças com a direita não serviram nem formalmente para barrar o fraudulento processo de impeachment, que contou com a bênção do “imaculado” Supremo Tribunal Federal.

O aliado verdadeiro é o povo

Durante toda a campanha de ataques aos governos do PT, que passou por Lava Jato, Não Vai Ter Copa, impeachment, prisão de Lula meses antes das eleições e inúmeros episódios menores, o PT só pôde contar com as massas populares, em especial sua base militante e o Partido da Causa Operária.

Esse apoio popular ajudou inclusive a desmoralizar a imprensa golpista, que não tinha como explicar como tanta gente compareceu para tentar impedir a prisão de um político condenado nos tribunais da burguesia e supostamente rejeitado pelo povo. Depois de preso, a militância não abandonou o ex-presidente, foram montadas vigílias, uma ocupação permanente e alguns atos com caravanas do Brasil inteiro impulsionados pelo PCO.

Depois de todo esse calvário, mais do que suficiente para destruir uma carreira política, o povo segue apoiando Lula. Não por conta de qualquer membro da direita com o qual o PT queira se aliar, mas porque esse povo quer um governo que represente os seus interesses, um governo focado na melhoria de vida dos trabalhadores. Um aprendizado prático das massas, que também aprendeu a repudiar o PSDB de Alckmin, que pode trocar de partido mas não vai trocar de programa.

Junto com o povo, antes e depois das eleições

Ao contrário do que propagam os profetas eleitorais, o pleito de 2022 não será um passeio para a esquerda. O clima de otimismo excessivo é fruto de uma enorme capacidade de ignorar a história eleitoral do PT e de Lula, o candidato sempre favorito que demorou quatro pleitos para ganhar. O mesmo que foi preso e impedido de concorrer nas últimas eleições presidenciais!

A candidatura de Lula só será garantida e com chances de impor uma derrota à burguesia entreguista se contar com a força popular. Esse é o maior trunfo do PT, que conta com uma influência decisiva na Central Única dos Trabalhadores (CUT), a única central sindical real do país, no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e diversos outros movimentos populares.

E num eventual governo, qual aliado Lula poderá contar para aplicar um programa que beneficie os trabalhadores? Alckmin, PSB, Rodrigo Maia ou o povo? Passou da hora da direção do PT escutar mais as suas bases e menos os chantagistas profissionais da burguesia. Para uma “governabilidade” que não comprometa as reivindicações populares básicas, Lula depende do povo nas ruas.

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