A Suécia renovou este mês contrato firmado em 2018 de compra de Sistemas de Defesa Aérea 103 (SDA103), conhecidos como Patriot, dos EUA. São equivalentes aos S300 e S400 da Rússia. Os SDA103 são mísseis superfície-ar de longo alcance, projetados para a defesa contra aviões e mísseis de cruzeiro. Desde 2018 a Suécia vem preparando seu pessoal para uso desse novo armamento, como destaca o portal sueco militar forsvarsmakten. A compra foi feita através da FMV, a Agência Sueca de Material de Defesa, que adquire, desenvolve e fornece material e serviços para os suecos. Em dezembro (21) o portal informa que o equipamento já está a caminho.
Sobre essa negociação destacamos, de publicação recente deste Diário, que é o volume de compras com valor mais elevado realizado pela Suécia nos últimos anos, dos EUA. A venda via contrato dos Patriot deixa claro o que o mundo já sabia, que o imperialismo não segue as regras que ele mesmo cria, é a política do “faz o que eu digo, não faz o que eu faço”. A Suécia já participa de fato da OTAN, o aceite de Washington da entrada da Suécia na OTAN foi noticiada pela CNN em agosto (9) e esta venda, via contrato, de um volume elevado de mísseis deixa claro esse fato. O debate da aceitação das exigências da OTAN dentro da própria Suécia já se encontra em ritmo acelerado.

Desde 1994, a Suécia participa da Parceria Pela Paz (PFF) e, no âmbito desta, participa de treinamentos e exercícios. Os militares suecos também contribuíram para várias operações lideradas pela OTAN em Kosovo, Afeganistão e Líbia.
A OTAN, criada em 1949, se transformou num mercadão de negociação de armas de ponta de estoque para indústria armamentícia americana renovar seus estoques, apresentando uma justificativa plausível à classe trabalhadora e aos diversos setores da burguesia americana, evitando um entrave dentro do país à política agressiva da alta burguesia capitalista, neocon e sionista.
Os EUA estabeleceram a venda desse sistema de mísseis também para Taiwan neste mês de dezembro (6), noticiado pelo portal Bloomberg . O uso destes mísseis se tornou comum por todos os países-membros da OTAN após o começo da operação militar especial da Rússia na Ucrânia, e recentemente Washington aprovou seu envio para Kiev. A compra dos mísseis pela Suécia mostra então que ela já está na OTAN ou ainda há alguma dúvida? O termo levado até aqui pelo governo russo mostra que já há uma resposta pronta para essa possibilidade.

Com a operação russa iniciada em fevereiro (24), a Rússia torna público o enfrentamento contra as investidas do imperialismo. A Ucrânia já demonstrou incapacidade de realizar a intenção do imperialismo, pois embora receba uma quantidade grande de armamento, isso não foi suficiente para conseguir superar o experiente exército russo. A intenção do imperialismo americano gerando este conflito na Ucrânia era de provocar a derrocada da economia russa para posterior enfraquecimento do governo e imposição de golpes na região da Rússia. O imperialismo mantém o conflito e o estimula para aumentar uma forte polaridade do seu lado contra a Rússia.
O que se destaca no cenário internacional, no entanto, é que o reconhecimento de Putin à independência das províncias de Donetsk e Lugansk, que foi considerado como o marco inaugural da ofensiva da OTAN usando a Ucrânia, enfraqueceu o imperialismo. Além do reconhecimento, Putin autorizou uma operação especial na Ucrânia em fevereiro (24) com o objetivo de defender as províncias e desnazificar e desmilitarizar o território.
O conflito na Ucrânia revela o que Putin já alertava desde 2021, que a Rússia estava sendo ameaçada pela OTAN. Putin relatava à imprensa internacional, dizendo que as ações militares da Rússia, todas, eram somente uma resposta às investidas dos EUA contra a Rússia através da OTAN, usando os países-membros como procuradores de seus interesses. Com a operação, a Rússia mostra que não está disposta a obedecer ao imperialismo e tenta se impor se defendendo como pode e fortalecendo sua economia com o comércio com Europa e China, e os Estados Unidos rema em direção oposta, tentando impedir o desenvolvimento da Rússia . O cenário que está à frente é de uma guerra por procuração usando outros países além da Ucrânia. Os Estados Unidos não querem um país grande como a Rússia ameaçando sua hegemonia e supremacia.