Os últimos acontecimentos relacionados à atuação policial no Brasil demonstraram, uma vez mais, a necessidade de acabar com as forças repressivas da burguesia, que atuam com o fim deliberado de exterminar a população negra, pobre e trabalhadora do Brasil.
A esquerda se debate diante do tema e mais confunde que esclarece o problema. Várias fórmulas são apresentadas para conter a ação brutal da polícia, a grande maioria não passa da mais pura demagogia, pois não vai resolver o problema. A única saída é acabar com a polícia, não tem outro jeito.
Os órgãos de direitos humanos não conseguem mais que denunciar ao público o que acontece. O Poder Judiciário, por sua vez, atua como sócio minoritário da ação da polícia, chancela todas as ações repressivas e nunca acontece nada sério contra as forças de repressão.
Por um tempo se falou em desmilitarizar a Polícia Militar. Agora, com as chacinas cometidas pela Polícia Civil e outras forças repressivas, fica claro que este não é o problema fundamental.
Agora foi a vez da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que, diante das câmeras, torturou e executou um rapaz dentro de uma viatura da corporação. E isso é o que foi filmado, ninguém nunca sabe o que realmente acontece quando a polícia não está sendo filmada.
A imprensa busca fazer uma apuração “isenta”, mostrar que pelo menos alguns dos vitimados pela polícia teriam alguma passagem policial, como se isso justificasse assassinar alguém.
O momento é de radicalização: o povo quer fazer alguma coisa contra a repressão policial, e, em grande medida, não o faz porque suas lideranças não se mobilizam, mas mesmo assim são registradas várias manifestações populares contra a repressão policial.
Esse é papel de qualquer organização minimamente democrática, mobilizar o povo para acabar com a polícia. É um problema democrático, a simples existência da polícia revela que não existe, de fato, uma democracia.
Os meios para tanto se apresentam durante a luta, e, como várias outras questões populares, o povo sabe resolver o problema colocado com os meios que lhe estão disponíveis ou que sejam necessários conquistar.
O problema do fim da polícia não demanda mais debates, discussões. É uma necessidade prática, é a ordem do dia para todos os moradores das periferias brasileiras, das favelas e bairros operários.
Chamar manifestações, atos, reuniões; organizar conselhos de segurança populares, abrir a discussão com a população sobre como acabar com a polícia. Não existe outra alternativa para pôr um fim à macabra ação policial que não seja a mobilização do povo, como sempre foi em toda e qualquer luta democrática e popular.
Se essas medidas não forem tomadas, na próxima semana, no próximo mês, amanhã mesmo a polícia pode cometer outra chacina sob qualquer argumento, e é preciso denunciar, também, que não existe “combate ao tráfico”.
O sistema todo é o tráfico de drogas, de armas. A burguesia lucra bastante com essas atividades e faz questão de manter as coisas como estão. O resto é propaganda da burguesia para defender a repressão contra o povo.