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Infiltrados

A nova rodada de indicações de Lula para o primeiro escalão

Lula acerta indicando petistas de confiança em cargos ligados à economia, mas abre um flanco de ataque ao governo indicando a esquerda golpista e identitária para outros cargos

Ontem (22), o presidente Lula indicou uma grande parte dos ministros de seu governo. Foram 16 indicados aos cargos de ministros da Saúde, Educação, Gestão, Portos e Aeroportos, Ciência e Tecnologia, Mulheres, Desenvolvimento Social, Cultura, Trabalho, Igualdade Social, Direitos Humanos, Indústria e Comércio e Relações Internacionais. O nome mais positivo é Luiz Marinho para o Ministério do Trabalho, um ministério cedido à direita nos governos anteriores do PT. Por outro lado, há indicações muito negativas, cavalos de Troia dentro do governo: Silvio Almeida, no Direitos Humanos, Anielle Franco, na Igualdade Racial, e Flávio Dino, na Justiça.

Após um mês de intensa pressão sobre o governo Lula, a direita parece não ter obtido tantas vitórias. O presidente eleito colocou pessoas de confiança em cargos importantíssimos como o Ministério do Trabalho, da Fazenda e o BNDES. Simone Tebet, por exemplo, não ganhou nenhum dos cargos que a imprensa tanto reivindicou. O grande flanco aberto do governo não parece chegar por meio da direita, mas da esquerda identitária e golpista. Estes, que deveriam ser tratados como Tebet, ganharam um grande destaque nas indicações de Lula, algo que certamente será usado contra o governo, como já ficou claro no caso Dino. 

Flavio Dino, PSB, foi a pior das primeiras indicações de Lula. O ex-governador do Maranhão fez campanha para Aécio em 2014 e largou o PCdoB durante as manifestações de 2021 pelo “fora Bolsonaro” para fazer a campanha pela 3ª via. Ele é uma pessoa que não é de confiança de ninguém além de si mesmo, e ocupa um dos cargos mais importantes do país, um Ministério que durante o governo Dilma foi crucial para derrubar a presidenta, que permitiu que existisse a criminosa operação Lava Jato. 

Dino já tentou indicar um lava-jatista para diretor da PRF, e recuou tamanha foi a impopularidade de sua ação. Não só isso, como ele indicou um coronel da polícia militar ligado ao massacre do Carandiru para chefiar as políticas penais. Já está claro que o juiz do PSB é um infiltrado no governo Lula, e ocupando um cargo de extrema importância. Dado o seu Ministério ele é, provavelmente, a pior de todas as indicações do presidente eleito Lula. Qualquer resquício de golpismo deve ser expurgado do Ministério da Justiça para que se garanta a segurança do novo governo.

Enquanto Dino abre um flanco por meio da pseudo esquerda golpista, a esquerda identitária conseguiu dois cargos que desejava: o Ministério dos Direitos Humanos e da Igualdade Racial. Para este último foi indicada Anielle Franco, irmã da vereadora do PSOL assassinada no Rio de Janeiro. Ela foi consultora do Programa para a América Latina da Open Society de George Soros no Brasil. É uma agente direta do imperialismo que assume um cargo de alta relevância no governo. Um cargo que irá difundir a ideologia identitária, que servirá de base para um golpe contra o próprio governo Lula. 

Por sua vez, o indicado ao ministério de Direitos Humanos, Silvio Almeida, também é um agente do imperialismo. O ativista do identitarismo negro é na verdade um funcionário do IREE, o Instituto para Reforma entre relações Estado Empresa. Uma organização ligada ao Global Americans que por sua vez é uma fachada do NED/CIA. Este ministro, portanto, não é ligado a uma das organizações da burguesia imperialista como a Ford Foundation ou a Open Society, ele é ligado diretamente ao serviço de inteligência dos EUA, ligado diretamente à CIA. 

São dois casos clássicos da infiltração identitária imperialista. Os inimigos de Lula são seus ministros dos direitos humanos e da igualdade racial. Basta ver as campanhas recentes golpistas em outros países para se entender como isso é um perigoso flanco de ataque ao governo Lula. Os direitos humanos, por exemplo, são base de ataque ao Catar, ao Irã e à Rússia. A questão do negro, por outro lado, é a que mais recebe financiamento do imperialismo no Brasil, é uma clara porta de entrada para a política do golpismo. O identitarismo negro certamente será uma das bases de ataque ao governo Lula.

O presidente eleito, nesse sentido, parece ter aprendido a lidar com uma direita mais tradicional em seus anos de governo. Seu vice, Alckmin, por exemplo, um tucano que agora também será ministro da Indústria e do Comércio, apesar de ser um grande erro de Lula, aparenta ser menos perigoso, pois, ao menos, todos sabem que é um direitista estranho ao PT e a Lula. A esquerda golpista estilo Dino e a esquerda identitária, no entanto, passam despercebidas, muitos até agora não entendem como são um importante sustentáculo da política golpista, que ganha força com o apoio do imperialismo.

O presidente Lula acertou ao nomear pessoas de confiança a cargos ligados à economia e ao trabalho, contudo, qualquer ministro infiltrado em seu governo, que será necessariamente um governo de crise, é um sabotador perigoso. Agentes do imperialismo como Dino, Silvio Almeida e Anielle Franco deveriam passar longe do governo Lula, são inimigos de Lula e de toda a classe operária brasileira e assim devem ser denunciados. O governo Lula, se não um governo dos trabalhadores, ao menos deve ser livre de qualquer ligação com o imperialismo.

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