Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Único tricampeão mundial

A história das Copas conquistadas pelo Rei

Aos 17 anos, em 1958, Pelé é o jogador mais jovem a marcar numa final e ganhar uma Copa até os dias atuais

Pelé é o único jogador tricampeão mundial na história do futebol. Das quatro Copas nas quais participou (1958, 1962, 1966 e 1970), ganhou três. Aos 17 anos, em 1958, é o jogador mais jovem a marcar numa final e ganhar uma Copa até os dias atuais.

Na Copa do Mundo de 1958, na Suécia, assim como outros grandes craques negros, como Zito, seu companheiro no Santos, Vavá e Garrincha, começou a competição na reserva, diante de uma campanha exercida contra o futebol brasileiro na época, após os fracassos nas Copas de 1950 e 1954.

No entanto, após o empate brasileiros contra a Inglaterra, na segunda partida da Copa do Mundo, Pelé foi escalado com Garrincha, Vavá e Zito para disputar a terceira partida, contra a União Soviética. Ao lado desses grandes jogadores, numa Seleção que ainda contava com Didi, Nilton Santos e Zagallo, Pelé foi um dos protagonistas do que ficou conhecido como “os três minutos mais incríveis da história do futebol”. A atuação espetacular da Seleção, que venceu o forte escrete soviético por 2 a 0, e, especialmente, de Pelé, garantiram aos novos jogadores a titularidade até o fim do torneio.

Pelé foi fundamental para a conquista do primeiro mundial do Brasil. Nas quartas-de-final, realizou o único gol brasileiro sobre País de Gales, que garantiu a Seleção nas semifinais. Ele foi apontado como salvador da pátria, terminando com a agonia do povo brasileiro durante o jogo, que estava “morrendo ao pé do rádio” (Morrendo ao pé do rádio, Manchete Esportiva, Nelson Rodrigues, 1958). “Nunca, em nossa passagem terrena, conhecemos uma euforia assim brutal. Foi um desses momentos em que cada um de nós deixa de ter vergonha e passa a ter orgulho de sua condição nacional. E pergunto: como esquecer que foi Pelé, um garoto de cor, dos seus dezessete anos, quem nos arrancou, ontem, de nossa agonia e de nossa morte?”

Depois, teve uma atuação espetacular contra a França. Ele marcou três dos cinco gols brasileiros, eliminando o time com até então a melhor campanha na Copa do Mundo. 

O jornal francês L’Équipe escreveu à época: “A honra que a equipe francesa havia guardado desde o início de sua campanha sueca foi valentemente defendida ontem. Não há censura. Os brasileiros eram mais fortes — eis tudo. Garrincha, indolente, felino, inspirado, os jogadores brasileiros pareceram ter vindo de outro planeta, com suas leis próprias, inacessíveis aos pobres mortais do futebol que éramos nós, ontem. Não esqueceremos tão cedo os Garrincha, Didi, Pelé e Zagallo e podemos escrever, no nosso cartão de visita, o dia e a hora em que nos enfrentamos na semifinal do Campeonato Mundial: era um presente dos deuses”.

O jornalista Maneco Muller comentou: “O menino Pelé estava com o diabo no corpo. Os franceses corriam em bandos de três e quatro para marcar Garrincha, e surgia o ‘saci’ de 18 anos [na verdade, 17], que fez três gols, um dos quais, verdadeiramente maravilhoso”.

Na final, contra a Suécia, Pelé brilhou novamente. A Seleção Brasileira venceu por 5 a 2, com dois gols de Pelé — o primeiro, uma verdadeira obra de gênio: recebe um cruzamento de Nilton Santos, mata no peito e, sem deixar a bola cair, dá um “chapéu” no gigante zagueiro Gustavsson, e enfia a bola na rede adversária. Segundo Muller, a atuação da Seleção foi “uma das maiores exibições jamais vistas num campo europeu”. O Brasil conquistava seu primeiro mundial. “Desde então, dois nomes passaram a ser reverenciados por todos os cidadãos do mundo: Garrincha, do Botafogo, no esplendor da forma aos 25 anos, e Pelé, 17 anos, jogador do Santos, que recém iniciava”, destaca Abrão Aspis.

Aos 17 anos, Pelé se tornou o jogador mais jovem a marcar numa final de Copa do Mundo, e também a conquistar o torneio — recordes até hoje não superados. Pelé também foi o artilheiro da Seleção Brasileira na competição, marcando seis gols nos quatro jogos que disputou.

Para a Copa seguinte, em 1962, no Chile, Pelé foi novamente convocado. O time era o mesmo, com poucas alterações em relação ao selecionado de 1958. Já no primeiro jogo, contra o México, o Camisa 10 foi fundamental. Na vitória por 2 a 0, Pelé marcou um e deu o passe para o outro gol, de Zagallo. O craque brasileiro, no entanto, não teve sorte. Ainda no segundo jogo, contra a Tchecoslováquia, Pelé se lesionou durante a partida e foi incapaz de continuar jogando a Copa. Com uma campanha extraordinária, e a genialidade de Garrincha, todavia, o Brasil sagrou-se campeão do mundo. E, aos 21 anos, Pelé já era bicampeão mundial.

Na Copa de 1966, disputada na Inglaterra, para barrar o Brasil, as seleções europeias montaram um esquema de violência contra os jogadores do escrete nacional, com a conivência da arbitragem. Pelé foi caçado em campo. No primeiro jogo, marcou um dos gols brasileiros na vitória por 2 a 0 contra a Bulgária. No entanto, foi lesionado e não conseguiu disputar a segunda partida, contra a Hungria, que os brasileiros perderam por 3 a 1. Mesmo voltando na terceira partida, contra Portugal, não conseguiu atuar direito diante da violência dos adversários. O Brasil perdeu a partida por 3 a 1 sendo eliminado da Copa. Como se confirmaria ao longo da competição, o torneio estava arranjado para a conquista dos ingleses e, por isso, era necessário eliminar a Seleção Brasileira. A gigantesca violência era parte do esquema.

A Copa terminou com a vitória do time da casa, a Inglaterra. Nelson Rodrigues definiu o torneio como “a copa do apito”, diante do escândalo absurdo da arbitragem em favor dos ingleses, que venceram a final contra a Alemanha. Ele ainda denunciou que o roubo contra a Seleção Brasileira:

“A serviço da Inglaterra, a FIFA escalou oito juízes ingleses para os jogos do Brasil. A arbitragem foi manipulada para liquidar primeiro os bicampeões e, sem seguida, os outros países latino-americanos. O match Inglaterra x Argentina foi um roubo. Uruguai x Alemanha, outro escândalo”, afirma o escritor, referindo-se também aos jogos Inglaterra 1 x 0 Argentina e Alemanha 4 × 0 Uruguai, pelas quartas-de-final (A Copa do Apito, Nelson Rodrigues, O Globo, 1966). 

“Um juiz alemão deu a vitória à Inglaterra contra a Argentina, um juiz inglês deu a vitória à Alemanha contra o Uruguai. No match Argentina x Alemanha, foi expulso um jogador argentino. Terminando o jogo, cinco jogadores sul-americanos tiveram que sair de maca”, comenta o escritor. 

“Valeu tudo contra o Brasil e, sobretudo, contra Pelé. O crioulo foi caçado contra a Bulgária. Não pôde jogar contra a Hungria e só voltou contra Portugal. Nova caçada. Sofreu um tiro de meta no joelho. Verdadeiro tentativa de homicídio. O juiz inglês nem piou. Silva levou um bico nas costelas. Jairzinho foi outra vítima e assim Paraná. O árbitro tudo assistia com lívido descaro”. (idem.).

Na Copa de 1970, no México, a atuação de Pelé foi uma das maiores atuações individuais da história das Copas do Mundo. O Camisa 10 chegava já como um craque absoluto, reconhecido internacionalmente. Uma famosa foto no país-sede da competição mostra um cartaz mexicano com os dizeres: “Hoje não trabalhamos, pois vamos ver Pelé”. Nesta copa, o craque brasileiro elaborou algumas das jogadas mais extraordinárias da história do futebol. Sua ótima atuação foi consagrada pela conquista do tricampeonato brasileiro. Pelé, assim, se tornou o único jogador da história a conquistar três Copas do Mundo e se consagrou como melhor jogador de todos os tempos.

Aspis destaca:

“Esta seleção se excedeu: venceu todas [as partidas], sem um simples empate. Marcou 19 gols e levou 7. Os não-gols foram tão lindos quanto os gols válidos: Pelé vislumbrou o goleiro Vitor da Tchecoslováquia, avançado. Estava na intermediária do Brasil e bateu forte. A bola se encaminhava para a meta e o pobre guarda-vala correu desesperado para trás, mas não chegou a tempo. Infelizmente a bola passou poucos centímetros, sem entrar. No jogo contra o Uruguai, Pelé recebeu uma bola na grande área. Se a controlasse, teria o goleiro Mazurkiewicz à frente. Pelé deixou a bola passar e foi recebê-la mais adiante, completamente livre. O goleiro, literalmente, ficou a ver navios. O rei chutou, mas a bola passou rente à trave”, escreve Aspis (Futebol brasileiro — Do início amador à paixão nacional”).

É, até hoje, o maior artilheiro da Seleção Brasileira, com 95 gols em 113 jogos — por mais que a FIFA, deturpando os dados reais, busque validar apenas 77, considerando os outros 18 gols em partidas “não oficiais”. Em Copas do Mundo, Pelé tem 12 gols.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.