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18 de outubro

A classe operária francesa sai às ruas

Sem luta só é possível colher derrotas

No final de setembro, trabalhadores das refinarias da Exxon-Mobil e da TotalEnergies, dois dos maiores monopólios do petróleo mundial, entraram em greve na França lutando por reajustes salariais. Em meio ao cenário de crise social e econômica causado pela política imperialista acerca da questão russa, o desabastecimento nos postos de gasolina decorrente da justa greve forçou o governo “democrático” de Emmanuel Macron a tomar medidas duríssimas: tentar, efetivamente, destruir o direito de greve da classe operária francesa.

Trata-se da velha e grotesca tese da “greve abusiva”. Ecoa na imprensa patronal, por exemplo, a frase profundamente reacionária “não se faz greve contra o país, mas sim contra os patrões”. Aos capitalistas tudo, aos trabalhadores nada! O Estado francês, a mando do grande capital, soltou, a partir do dia 13 de outubro, a polícia sobre operários grevistas indicados pelas petroleiras com o intuito de intimidá-los a voltarem ao trabalho sob ameaça de seis meses de prisão e uma multa de dez mil euros, uma flagrante violação do direito democrático de greve.

Aqui, se faz justo um breve comentário aos malucos que têm defendido no Brasil a tese de que defender a democracia é defender as “instituições democráticas”, mesmo quando estas atentam contra os direitos democráticos da população. Macron foi eleito democraticamente, ainda que tenha sido por meio de uma grande manobra eleitoral. Tem, o seu governo, o direito de esmagar a greve dos trabalhadores das refinarias? Evidentemente não. A luta na democracia burguesa se dá entre as instituições que buscam retirar os direitos democráticos da população (além deste exemplo e da luta do judiciário brasileiro para estabelecer uma ampla censura, podemos citar a campanha do governo democrata para retirar as armas do povo americano) e a população que só faz valer seus direitos por meio da constante luta.

Em resposta a esse ataque e sob grande pressão das bases, quatro centrais sindicais francesas, a CGT (Confédération Générale du Travail), a FO (Force Ouvrière), a FSU (Fédération Syndical Unitaire) e os Solidaires, chamaram os trabalhadores franceses a realizarem um dia de greve “interprofissional” no dia 18 de outubro. As palavras de ordem giravam, além é claro do direito de greve, em torno da questão salarial, o aumento do SMIC (o salário mínimo francês), a redução da jornada de trabalho, a diminuição da idade de aposentadoria e a igualdade salarial entre homens e mulheres.

É importante pontuar que a CGT, por exemplo, trazia a palavra de ordem de SMIC de 15 euros por hora, enquanto o atual valor mal ultrapassa 11 euros por hora. Levando em conta as demandas de redução da jornada semanal de trabalho de 35 horas para 32 horas, o atual SMIC de cerca de mil quinhentos e cinquenta euros mensais deveria saltar a cerca de dois mil euros, ou seja, um aumento de 30%. O descontentamento dos trabalhadores ultrapassa recuperar o poder de compra perdido com o aumento da inflação (6,2% no ano) e atinge a demanda por vitórias no campo do salário.

Podemos verificar essa tendência, por exemplo, no fato de os trabalhadores das refinarias da Exxon e da TotalEnergies terem continuado em greve apesar do acordo firmado no dia 14 de outubro por representantes de duas outras centrais sindicais, a CFDT (Confédération Française Démocratique du Travail) e a CFE-CGC (Confédération Française de l’Encadrement-Confédération Générale des Cadres), de aumento de 5%.

No dia 18 de outubro, ocorreram cerca de cento e cinquenta diferentes manifestações por toda a França com a participação de dezenas de milhares de trabalhadores e jovens. A CGT fala, por exemplo, em setenta mil pessoas pelas ruas de Paris e trezentas mil pessoas por todo o país. O fato é que a classe operária se coloca em movimento e está aberta a perspectiva de uma luta contra o duro regime neoliberal de Macron, que procura fazer uso de um artigo profundamente antidemocrático da Constituição francesa, o artigo 49.3, para passar por cima da Assembleia Geral e passar um orçamento cheio de cortes às políticas sociais para o ano de 2023, ao mesmo tempo em que dá de presente anualmente mais de uma centena de bilhões de euros aos grandes conglomerados imperialistas.

A greve do dia 18 de outubro representou um avanço em relação àquela do dia 29 de setembro. Estavam agora presentes em massa os trabalhadores ferroviários, por exemplo. Os professores também saíram às ruas para lutar contra reformas no ensino profissionalizante. Outro fator importante observado é a ampla mobilização de muitos setores de trabalhadores tanto do setor público quanto do setor privado, a classe operária de conjunto sofre com a inflação e a perda de direitos. Está aberta a nova onda de amplas mobilizações da classe operária europeia.

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