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Cartola

30/11/1980: 42 anos da morte do sambista mais querido

Aniversário de morte de um dos principais nomes da música popular brasileira

Nesta quarta-feira, dia 30 de novembro, completa-se 42 anos da morte de Cartola, um dos mais importantes compositores da música popular brasileira e, consequentemente, do samba. Sua vida foi o retrato do povo brasileiro e sua genialidade ecoa até os dias de hoje em sua obra imortal.

Angenor de Oliveira, nome de batismo de Cartola, nasceu em 11 de outubro de 1908, filho de uma família numerosa que vivia no bairro do Catete, bairro da zona sul do Rio de Janeiro, onde, na época, situava-se o Palácio do Catete, então sede da Presidência da República. Cartola tinha uma familiar que trabalhava de cozinheiro no Palácio, por esse motivo sua família vivia naquele bairro.

Anos depois, a família mudou-se para o bairro das Laranjeiras, também na zona sul do Rio. Ali, Cartola começou a tomar gosto pelo samba e aprendeu a tocar violão com seu pai. 

Anos depois, devido a problemas financeiros, Cartola e sua família mudaram-se para o morro da Mangueira, na zona norte do Rio, onde começou a ser formada uma favela.

Na Mangueira, Cartola conheceu seu grande parceiro na vida, Carlos Cachaça, um notório bamba da boemia carioca e compositor de mão cheia. Os dois formaram uma grande parceria não só para a favela da Mangueira, mas para toda a cultura popular brasileira. Nesse período, Cartola perde sua mãe, abandona os estudos ainda no primário e inicia sua vida laboral como servente de obra. A partir dessa ocupação que surgiu seu apelido, já que usava chapeú-coco no serviço para se proteger do cimento que caía do alto das construções. 

Na Mangueira, na década de 20, foi um dos fundadores do “Bloco dos Arengueiros”, que, em 1928, deu origem à Estação Primeira de Mangueira, uma das importantes, tradicionais e queridas agremiações do carnaval carioca, além de ser uma das importantes instituição cultural do mundo.

Por um tempo, Cartola vendeu suas composições a renomados cantores da música brasileira, como Carmen Miranda, Mario Reis, Silvio Caldas, Araci de Almeida, Francisco Alves etc. Assim, sua “fama” ficou oculta. Uma curiosidade sobre essas vendas de música foi que Cartola fazia questão que seu nome estivesse como compositor nos discos, mesmo que recebesse menos dinheiro pela obra.

A vida de Cartola teve vários altos e baixos. Na década de 1940, perdeu sua então esposa, sofreu boicote da nova direção da Estação Primeira de Mangueira e sofreu um episódio grave de meningite. Nesse período, saiu da Mangueira e foi viver numa favela no Caju, bairro que fica próximo à Mangueira, onde enfrentou severas dificuldades em sua vida.

Anos depois, entrou em sua vida uma lenda do samba carioca. Dona Zica encontrou Cartola no Caju e levou de volta para Mangueira. Os dois se casaram na década de 1950, e Cartola buscou retomar sua vida, trabalhando como vigia e lavador de carros. Num desses trabalhos, Cartola foi reconhecido pelo jornalista Sérgio Porto, sobrinho do importante crítico musical Lúcio Rangel. A partir daí, começou a voltar à cena musical.

O casal Cartola e dona Zica trouxe um novo marco na vida musical do Rio de Janeiro ao inaugurar o bar “Zicartola”, onde sambistas e importantes nomes músicos de classe média carioca se reuniam, tendo Dona Zica no comando da cozinha e Cartola como mestre de cerimônias. O bar não durou mais que dois anos por má administração. Apesar do fracasso do empreendimento, Cartola popularizou seu nome no cenário musical brasileiro.

No fim da vida, em meados da década de 1970, Cartola lançou seus quatro discos de estúdio: Cartola (1974), Cartola II (1976), Verde que te quero Rosa (1977) e Cartola 70 anos (1978). 

Cartola morreu em 1980, vítima de um câncer, vivendo em Jacarepaguá, bairro da zona oeste do Rio de Janeiro. Seu corpo foi velado na quadra da escola de samba que fundou e enterrado no Cemitério do Caju. No funeral, um de seus últimos pedidos foi atendido: Mestre Waldomiro, da Mangueira, marcou o ritmo de “As Rosas Não Falam”.

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